Livro de tombo e invenção demarcatória: a viúva Ana e a fazenda Paraibuna (séculos XVIII e XIX)

Márcia Motta

Autores

Márcia Motta UFF

Palavras-chave:

Livro de Tombo, Propriedade, Invenção Demarcatória

Resumo

Este artigo examina um Livro de Tombo criado para delimitar a fazenda de Paraibuna, no Rio de Janeiro, que pertenceu a um importante potentado. O objetivo é mostrar as janelas de investigação que se abrem a partir deste arquivo documental, datado de finais do século XVIII, para análise da invenção demarcatória em áreas coloniais. Busco destrinchar os esforços dos descendentes - nem todos bem-sucedidos - em assegurar, legar ou vender as terras ocupadas pelos indivíduos e fundadores da família. Este texto é motivado pelas recentes discussões acerca da conexão entre a formação de grandes famílias, redes de parentesco e conflitos fundiários nas Américas.

Métricas

Carregando Métricas ...

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

ALVEAL, Carmen. “Transformações na legislação sesmarial, processos de demarcação e manutenção de privilégios nas terras das capitanias do norte do Estado do Brasil.” Estudo Históricos, 28-56 (2015) pp. 247-263.

________. Senhorios Coloniais. Direitos e chicanas forenses na formação da propriedade na América portuguesa. Niterói: Proprietas, 2022.

BESSA, José Ribamar Bessa; MALHEIROS, Márcia Fernanda. Aldeamentos Indígenas do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2010.

BLUTEAU,Rafael. Vocabulario portuguez, e latino, aulico, anatomico, architectonico, bellico, botanico [...] autorizado com exemplos dos melhores escritores portuguezes, e latinos; e offerecido a El Rey de Portugal D. Joaõ V. Coimbra/ Lisboa: Collegio das Artes da Companhia de Jesu/ Officina de Pascoal da Sylva, 1712-1728 (8 vols; 2 suplementos).

BOSCHI, Caio C. “A Universidade de Coimbra e a formação intelectual das elites mineiras coloniais”, Estudos Históricos, 4-7 (1991), pp. 100-111.

BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico, Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989.

CAMARINHAS, Nuno. “Juiz de Vintena”, in: SERRÃO, José Vicente Serrão; MOTTA, Márcia; MIRANDA, Susana Munch (dir.), e-Dicionário da Terra e do Território no Império Português. Lisboa: CEHC-IUL.

CAVALCANTI, Flávio. “Com quantas braças se perfaz uma légua”. Disponível em: http://doc.brazilia.jor.br/HistDocs/Medidas-antigas-nao-decimais.shtml

FONSECA, Claudia Damasceno. Arraiais e vilas d’el rei: espaço e poder nas Minas setecentistas [online]. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011.

FONSECA, Hélder A. “O senhorio de S. Marcos e a comunidade rural de Vale de Azares no séc. XVIII: contributo para o estudo da história rural no Antigo Regime em Portugal”, Revista Portuguesa de História, 19 (1982), pp. 184-270.

FRAGOSO, João. “Modelos explicativos da chamada economia colonial e a ideia de Monarquia Pluricontinental: notas de um ensaio.” História (São Paulo), 31-2 (2012), pp. 106-145.

GUIMARÃES, Manoel Salgado. “Nação e civilização nos trópicos: O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e o Projeto de uma História Nacional”, Estudos Históricos, 1 (1988), pp. 5-27.

INGOLD, Alice. “Terres et eaux entre coutume, police et droit au XIXe siècle: Solidarisme écologique ou solidarités matérielles?” Tracés. Revue de Sciences humaines 33 (2017), pp. 97-126.

IRFI, Ana Sara. O cabra no Cariri cearence: a invenção de um conceito oitocentista. Tese de Doutorado em História, Universidade Federal do Ceará: Fortaleza, 2015.

MICHELE, Marco; DIAS, Thiago (org.). Portos Coloniais: Estudos de História Portuária, Comunidades Marítimas e Praças Mercantis, Séculos XVI-XIX. São Paulo: Alameda, 2020.

MOTTA, Márcia. O Direito à terra no Brasil. A gestação do conflito (1795-1824). São Paulo, Alameda, 2012 (2ª. ed.).

_______. Terras de Carlota. A vila de Ançã e a invenção demarcatória. Rio de Janeiro, Proprietas, 2022.

MOTTA, Márcia; MACHADO, Marina. “Fronteiras internas: apontamentos de pesquisa”, in: COLOGNE, Silvio Antônio (org.). Fronteiras e Identidades. Cascavel, Editora Coluna do Saber, 2008, pp. 9-22.

NETO, Margarida Sobral. Terra e Conflito. Região de Coimbra 1700-1834. Coimbra: Palimage/ Imagem Palavra, 1997.

PAIVA, José Pedro Paiva; BERNARDES, José Augusto Cardoso (coord.). A Universidade de Coimbra e o Brasil. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2012, p. 18.

POLANYI, Karl. A grande transformação. Lisboa: Edições 70, 2019.

POLLIG, João. O Caminho Novo e a Boa Razão: conflitos e a lei de 1769. Tese de Doutorado em História, Universidade Federal Fluminense: Niterói, 2017.

POMBO, Nivia. “The End of the Eclipse for Enlightened Reformation: The Classics and New Interpretations”, e-Journal of Portuguese History. 21 (2023) (“Independence of Brazil – Historiographical Trends”), pp. 365–379.

RIBEIRO, Maria Alice Rosa. “Preços de escravos em Campinas no século XIX”. História Econômica & História de Empresas, 20-1 (2017), pp. 85-123.

SALLES, Ricardo. “O Império do Brasil no contexto do século XIX. Escravidão nacional, classe senhorial e intelectuais na formação do Estado”. Almanack, 4 (2012), pp. 5-45.

SILVA, Antônio de Morais. Diccionario da lingua portugueza composto pelo padre D. Rafael Bluteau, reformado, e accrescentado por Antonio de Moraes Silva natural do Rio de Janeiro. Lisboa: Na Officina de Simão Thaddeo Ferreira, 1789 (2 vols).

SILVA, Francisco Carlos Teixeira da. Morfologia da escassez. Rio de Janeiro, Tese de Doutorado em História pela Universidade Federal Fluminense: Niterói, 1990.

SILVA, Jaime Carvalho e. “Alguns marcos da Matemática na Universidade de Coimbra no período 1772-1936”. Centro de Matemática da Universidade de Coimbra, 2004. Disponível em: https://estudogeral.uc.pt/handle/10316/11397

SILVA, Joaquim Norberto Souza. “Memória Histórica das Aldeias do Rio de Janeiro”. Revista do Instituto Histórico e Geográphico do Brazil, 3ª Série, 14, 1852.