O organismo como referência fundamental para a compreensão do desenvolvimento cognitivo
DOI:
https://doi.org/10.34024/rnc.2004.v12.8853Palavras-chave:
Psicologia genética, Neurodesenvolvimento, Inteligência, MenteResumo
O objetivo deste estudo é estabelecer uma aproximação dos conceitos piagetianos com os avanços da neurociência, visando ratificar a compreensão do processo de construção das estruturas mentais. Pesquisadores interessados na função do cérebro têm tido oportunidade sem precedentes de examinar a correlação neurobiológica do comportamento humano, contribuindo significativamente para o desenvolvimento da neurociência cognitiva, um campo de pesquisa que combina as estratégias experimentais da psicologia com várias técnicas que examinam como a função cerebral sustenta a atividade mental. Conceituando a inteligência como um prolongamento da adaptação biológica do organismo ao meio e tendo sido evidenciado pela filogênese a ação precedendo a progressiva corticalização de funções, enfatiza-se o desenvolvimento cognitivo como um processo, no qual as atividades do sujeito possibilitam as trocas com o meio de uma forma dinâmica, do nível de organização biológica e neurológica até o cognitivo. Assim, a proposta deste trabalho é refletir sobre o modelo neurobiológico atual e as interpretações comuns com a psicologia genética. Neste artigo serão estudadas algumas aproximações entre estes dois ramos do conhecimento humano, porém, considerando a diferença temporal de mais de 50 anos entre ambas teorias.
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Publicado: 2004-12-31