Neuroesquistossomose

Autores

  • Sandro Luiz de Andrade Matas Médico Doutor em Neurologia pela Escola Paulista de Medicina – Unifesp.

DOI:

https://doi.org/10.34024/rnc.2001.v9.8930

Palavras-chave:

Esquistossomose, Schistosoma mansoni, neuroesquistossomose

Resumo

A neuroesquistossomose é uma complicação ectópica da esquistossomose, sendo cada vez mais relatada na literatura médica. Tal fato ocorre porque a incidência dessa complicação neurológica oscila entre 0,4% a 3% dos pacientes com esquistossomose e no Brasil há cerca de 16 milhões de esquistossomóticos. A forma de apresentação clínica da neuroesquistossomose mansônica varia com o estágio de evolução da esquistossomose. Na forma intestinal e hepatointestinal, o comprometimento raquimedular é mais freqüente. Já a neuroesquistossomose encefálica ocorre mais freqüentemente nos pacientes com hipertensão portal e/ou pulmonar. O diagnóstico diferencial faz-se principalmente com as doenças inflamatórias e infecciosas crônicas do SNC, principalmente quando o quadro de mielomeningorradiculite está presente: neurocisticercose raquimedular, paraparesia espástica tropical, meningite eosinofílica etc. O exame de LCR apresenta como alteração aumento de células, em geral de 100 a 400 células por mm3 , proteína discretamente aumentada, diferencial linfomonocitário predominante com presença de eosinófilos e reações imunobiológicas positivas para Schistosoma mansoni. A eficácia do tratamento está diretamente relacionada ao diagnóstico precoce. Quanto mais cedo iniciar o tratamento específico, maior será a chance de recuperação. Este tratamento baseia-se na utilização de vermicida associado a corticoesteróides por um período de 7 a 15 dias.no entanto, não são possíveis. São sugeridos aprimoramentos metodológicos para estudos futuros sobre essa questão.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

Elliott DE. Schistosomiasis: pathophysiology, diagnosis, and treatment. Gastroenterology Clinics of North America, 25:599-624, 1996.

Faust EC. An inquiry into ectopic lesions in schistosomiasis. Ann Trop J Med Hyg, 8:175-99, 1948.

Santos AR. Esquistossomose. Fundação Nacional da Saúde – Gerência Técnica de Esquistossomose. Endereço na Internet (1998) – http://www.fns.gov.br/acoes/doencas/esquis/esquis.htm.

Scrimgeour EM & Gajdusek DC. Involvement of the central nervous system in Schistosoma mansoni and S.hematobium infection. A review. Brain, 108:1023-38, 1985.

Pittella JEH. Neuroschistosomiasis. Brain Pathol, 7:649-62, 1997.

Greenfield JG & Pritchard EAB. Cerebral infection with Schistosoma japonicum. Brain, 60:361-72, 1937.

Perkins RF & Uihlen A. Cerebral schistosomiasis. J Nerv Ment Dis, 107:207-19, 1948.

Batson OV. The function of the vertebral veins and their role in the spread of metastases. Ann Surg, 112:138 43, 1940.

Couto D & COSTA N. – Esquistossomose da medula. Jornal Brasileiro de Neurologia 1 (2):189-377, 1949.

Rosembaum RM, Ishii N, Tanowitz H, Wittner M. Shistosomiasis mansoni of spinal cord – Report of a case. The Americam Journal of Tropical Medicin and Hygiene, 21:182-4, 1972.

Morais Junior LC, Maciel DRK, Tamburus WM, Wanderley CFO, Balalai H & Câmara ML. Granuloma esquistossomótico medular. Registro de um caso. Arq Neuropsiquiatr, 42: 277-81, 1984.

Abath GM, Abath FGC & Silva RG. Esquistossomose encefálica associada a outras lesões ectópicas. Neurobiol Recife, 48:3-18, 1985.

Galvão ACR. Radiculomielopatias esquistossomóticas. – Arq Bras Neurocirurg 4:133-9, 1985.

Peregrino JPA, Oliveira SP, Porto CA, Santos LA, Menezes EE, Silva AP, Brito AL, Pinheiro S & Dias AB. Meningomielorradiculite por Schistosoma mansoni –Protocolo de investigação e registro de 21 casos. Arq de Neuropsiquiatr, 46:49-60, 1988.

Peregrino JPA. Neuroesquistossomose: quando e como investigar. In: Machado LR, Nóbrega JPS, Livramento JA & Spina-França A. Neuroinfecção 94. São Paulo, 1994. Clínica Neurológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, pp. 31-5.

Arambulo III PV, Walls KW, Bullock S. Serodiagnosis of human cysticercosis by microplate enzyme linkedimmunospecific assay (ELISA). Acta Trop (Basel), 35: 63-7, 1978.

Correa-Oliveira R, Dusse LMS, Viana IRC, Colley DG, Carvalho OS, Gazzinelli G. Human antibody responses against schistosomal antigens. Am J Trop Med Hyg, 38:348-55, 1988.

Livramento JA, Machado LR, Caetano da Silva L & SpinaFrança A. Síndrome do líquido cefalorraquiano na neuroesquistossomose. Arq Neuropsiquiatr, 43:372-7, 1985.

Ferrari CAT, Moreira PRR, Oliveira RC, FerrariI MLA, Gazzinelli G, Cunha AS. The value of an enzyme-linked immunosorbent assay for the diagnosis of schistosomiasis mansoni myeloradiculopathy. Trans R Soc Trop Med Hyg, 89:496-500, 1995.

Matas SLA. Reação de imunofluorescência indireta e reação imunoenzimática no diagnóstico da neuroesquistossomose mansônica. São Paulo, 1998. [Tese de Doutorado. Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina].

Andrade Filho AS, Dos Reis MG, Souza AL, Martins ER, Santos SRS, Ancilon M, Lima JMPF, Queiroz AC, Guimarães MGM, Moreno-Carvalho ao, Rêgo MF. Neuroesquistossomose mansônica: Aspectos clínicos e terapêuticos. Arq Neuropsiquiatr, 54:232-7, 1996.

Reis JB, Bei A & Reis Filho JB. Líquido cefalorraquiano. São Paulo, Sanvier, 1980.

Fishman RA. Blood-brain barrier. In: Cerebrospinal Fluid in diseases of the nervous system. W.B. Saunders Company-Harcourt Brace Jovanovich, Inc. 2. ed. Philadelphia – Pennsylvania, 1992, pp. 43-69.

Canelas HM. Neurocisticercose: incidência, diagnóstico e formas clínicas. Arq Neuropsiaquiatria, 20:1-16, 1962.

Del Bruto OH & Sotelo J. Neurocysticercosis: an update. Rev Infect Dis, 10:1075-87, 1988.

Parker F, Hladky JP, Breton JO, Mignard C, Laporte JP, Bousquet C. Cysticercose racemeuse de la queue de cheval et arachonoidie kystique. A propos de deux cas. Neurochirurgie, 34:280-5, 1988.

Colli BO, Assirati Junior JA, Machado HR, dos Santos F, Takayanagui OM. Cysticercosis of the central nervous system. II. Spinal cysticercosis. Arq Neuropsiquiatr, 52:187-99, 1994.

Reis-Filho JB, Reis JB, Bei A. A reação de fixação de complemento no diagnóstico da neurocisticercose. Neurobiologia, Recife, 48: 227-32, 1985.

Pammenter MD, Epstein SR, Rees RT. Cross reactions in the immunodiagnosis of schistosomiasis and cysticercosis by a cerebral fluid enzime-linked imunosorbent assay. Trans R Soc Trop Med Hyg, 86:51-2, 1992.

Blanchard TT, Milne LM, Pollok R, Cook GC. Early chemoterapy of imported neuroschistosomiasis. Lancet, 341: 959, 1993.

Bergold AM. Análise químico-farmacêutica do albendazol. Universidade de São Paulo. Faculdade de Ciências Farmacêuticas. Tese de Doutorado, São Paulo, 1992 pp. 220.

Solana HD, Teruel MT, Najiler, Lanusse CE, Rodriguez JA. The anthelmintic albendazole affects in vitro the dinamics and the detyrosination-tyrosination cycle of rat brain microtubules. Acta Physiol Pharmacol ther Latinoam, 48:199-205, 1998.

Schmidt J. Effects of benzimidazole anthelmintics as microtubule-active drugs on the synthesis and transport of superface glycoconjugates in Hyminolepis microstoma, Echinostoma caproni and Schistosoma mansoni. Parasitol Res, 84:362-8, 1998.

Pancera CF, Alves AL, Paschoalotti MA, Chieffi PP. Effect of wide spectrum anti-helminthic drugs upon Schistosoma mansoni experimentally infected mice. Rev Inst Med Trop São Paulo, 39:159-63, 1997.

Olds GR, King C, Hewlett J, Olveda RWUG, Ouma J, Peters P, Mcgarvey S, Odhiambo O, Koech D, Liu CY, Aligui G, Gachihi G, Kombe Y, Parraga I, Ramirez B, Whalen C, Horton RJ, Reeve P. Double-blind placebocontrolled study of concurrent administration of albendazole and praziquantel in schoolchildren with schistossomiasis and geohelminths. J Infect Dis, 179:996-1003, 1999.

Miller JM, Boyd Ha, Ostrowski SR, Parise ME, Gonzaga PS, Addiss DG, Wilson M, Nguyen-Dinh P, Wahlquist SP, Weld LH, Wainwright RB, Gushulak BD, Cetron MS. Malaria, intestinal parasites, and schistosomiasis among Barawan Somali refugees resettling to the United States: a strategy reduce morbidity and decrease the risk of

imported infections. Am J Trop Med Hyg, 62:115-21, 2000.

Arruda WO & Menezes MS. Neurocisticercose: diagnóstico e tratamento. Rev Bras Neurol, 32:15-20, 1996.

Downloads

Publicado

2001-03-31

Como Citar

Matas, S. L. de A. (2001). Neuroesquistossomose. Revista Neurociências, 9(1), 27–31. https://doi.org/10.34024/rnc.2001.v9.8930

Edição

Seção

Artigos Originais
Recebido: 2019-02-02
Publicado: 2001-03-31