O Paradigma do Prion
DOI:
https://doi.org/10.34024/rnc.2003.v11.8893Palavras-chave:
Prion, paradigma científico, história da ciência, doença de Creutzfeldt-Jacob, encefalopatia espongiforme bovinaResumo
A proposição de ser o prion uma “proteína infectante” em substituição à hipótese do “vírus lento” – agente causal de certas doenças do sistema nervoso (doença espongiforme bovina, doença de Creutzfeldt-Jacob, entre outras) causou grande polêmica no meio científico, por contrariar dogmas centrais da biologia. Entre a hipótese do prion, formulada por Prusiner em 1982 e a outorga do prêmio Nobel a esse autor, em 1997, ocorreu a epidemia da doença espongiforme bovina no gado do Reino Unido e o aparecimento de uma nova variante da doença de Creutzfeldt-Jacob em humanos, com fortes indícios de haver ligação entre esses dois quadros. Assim, a hipótese do prion trouxe um novo paradigma científico, inicialmente ligado a doenças raras, que ganhou reforço com o aparecimento dessas epidemias. Neste trabalho, discutese o transcorrer desses eventos à luz das considerações de Thomas Kuhn sobre as revoluções científicas.
Downloads
Métricas
Referências
Prusiner SB. Novel proteinaceous infectious particles cause scrapie. Science, 216:136-44, 1982.
Keyes ME. The prion challenge to the central dogma of molecular biology, 1965-1991. Part I: Prelude to prions Studies. In: History and Philosophy of Biological & Biomedical Sciences, 30(1):1-19, 1999.
De Paola D, Duarte F, Madi K. Manual de infecção viral. Medsi Editora, 1990.
Prusiner SB. Biology and genetics of prion diseases. Annu Rev Microbiol, 48:655-86, 1994.
Asher DM. Slow viral infections in infections of the central nervous system, Scheld, Whitley & Durak (eds.). Lippincott-Raven, 1997.
Prusiner SB. The prion diseases. Scientific American, 272:48-57, 1995.
Keyes ME. The prion challenge to the “Central Dogma” of molecular biology, 1965-1991. Part II: The problem with prions. Studies in History and Philosophy of Biological and Biomedical Sciences, 30:181-218, 1999.
Kuhn T. A estrutura das revoluções científicas. Editora Perpectiva, 1962.
Prusiner SB. Transgenetics of prion diseases. Current Topics in Microbiology and Immunology, 206:275-304, 1996.
Prusiner SB. Human prion diseases and neurodegeneration. Current Topics in Microbiology and Immunology, 207:1- 17, 1996.
Wilesmith JW. Bovine spongiform encephalopathy – Methods of analyzing the epidemic in the United Kingdom. In Prion Diseases. Baker HF & Ridley RM (eds.). Humana Press, 1996, pp. 155-73.
Pattison J. The emergence of bovine spongiform encephalopathy and related diseases. Emerging Infectious Diseases, 4:390-4, 1998.
Tyrrell DAJ & Taylor KC. Handling the BSE epidemic in Great Britain. In Prion Diseases. Baker HF & Ridley RM, Humana Press, 1996, pp. 175-98.
Schonberger LB. New variant Creutzfeldt-Jacob disease and bovine spongiform encephalopathy. Infectious Diseases Clinics of North America, 12:111-21, 1998.
Collinge J. Variant Creutzfeldt-Jacob disease. Lancet, 354: 317-23, 1999.16. Harris DA. Cellular biology of prion diseases. Clinical Microbiology Reviews, 12:429-44, 1999.
Prusiner SB. Neurodegeneration in humans caused by prions. Neurology, 161:264-72, 1994.
DeArmond SJ, Bouzamondo E. Fundamentals of prion biology and diseases. Toxicology, 181(2): 9-16, 2002.
Somerville RA. Trends of biochemical science. 27:606-12, 2002.
Sournia JC & Ruffie J. As epidemias na história do homem. Perspectivas do homem, Edição 70, 1984.
Forattini PO. Ecologia, epidemiologia e sociedade, artes médicas. São Paulo, Edusp, 1992.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Publicado: 2003-03-31