Análise do esquema e imagem corporal em pacientes com esclerose lateral amiotrófica

Autores

  • Cíntia Citelli de França Fisioterapeuta, especializanda em doenças neuromusculares – UNIFESP.
  • Vanessa Rodrigues de Queiroz Fisioterapeuta, especializanda em doenças neuromusculares – UNIFESP
  • Letícia Moraes de Aquino Fisioterapeuta, mestranda – UNIFESP.
  • Sonia Maria Pereira Psicopedagoga e psicomotricista, professora adjunta do curso de Fisioterapia da Universidade São Camilo.

DOI:

https://doi.org/10.34024/rnc.2007.v15.8690

Palavras-chave:

Imagem corporal, Esclerose amiotrófica lateral, Desenho

Resumo

Introdução. A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença neuromuscular fatal marcada pelo comprometimento dos moto­neurônios da medula espinhal, tronco cerebral e córtex motor, pro­vocando atrofia muscular progressiva. Na maioria desses pacientes o grau de consciência permanece intacto, fazendo com que o in­dividuo se veja conectado ao meio ambiente e prisioneiro do seu corpo. As conseqüências da doença levam à alterações no esquema e imagem corporal. Objetivo. O objetivo do presente trabalho foi avaliar de forma quantitativa e qualitativa o esquema e imagem corporal de indivíduos com ELA através da análise de desenhos da figura humana. Métodos. Foram analisados 10 indivíduos com diagnóstico de ELA, 80% do sexo masculino, com idade média de 56 4,19 anos, através do Teste da Figura Humana, que foi avalia­do de forma qualitativa e quantitativa, individual e em grupo. Re­sultados. As principais alterações observadas nos desenhos foram ausência de partes do corpo e de movimento, além de alterações relacionadas com as características particulares apresentadas pelos indivíduos e com o quadro geral da doença. A análise da imagem corporal aponta para prejuízos relacionados à insatisfação, depre­ciação, distorção e preocupação com a auto imagem. Conclusão. Essa constatação leva a crer que o conhecimento do esquema e imagem corporal é útil como mais uma forma de avaliação e pro­posta de tratamento em programas de reabilitação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

Kaplan LM, Hollander D. Respiratory dysfunction in amiyotrophic lateral sclerosis. Cics in chest medicine 1994;15 (4):675-80.

Calia LC, Annes M. Afecções neurológicas periféricas. In: Reabilitação em doenças neurológicas — guia prático terapêutico. São Paulo: Atheneu, 2003, pp. 31-64.

Rodríguez FP, Palos PA, Del Pilar AML. Consecuencias emocionales del cuidado del paciente con esclerosis lateral amiotrófica. Rev Neurol 2005;40(8):459-64.

Bonduelle M. Amyotrophic lateral sclerosis. Handbook of clinical neurology. New York: Elsevier, 1998, vol. 21/22, pp. 281-330.

Bourke SC, Show PJ, Gibson GJ. Respiratory function vs sleep-disordered breathimg as predictors of QOL in ALS. Neurology 2001; 57:2040-4.

Cassemiro CR, Arce CG. Comunicação visual por computador na esclerose lateral amiotrófica. Arq Bras Oftalmol 2004;67(2):295-300.

Tandan R, Bradley WG. Amyotrophic lateral sclerosis: part 2. Etiopathogenesis. Ann Neurol 1985;18:419-31.

Eisen A. Amyotrophic lateral sclerosis is a multifactorial disease. Muscle & Nerve 1995;18:741-52.

Hallum A. Doenças neuromusculares. In: Reabilitação neurológica. 4a ed. São Paulo: Manole, 2004, pp. 384-405.

Muñoz JCE, Cabañero AM, Sastre IH, Rasilla CG. Formas de presentación de la esclerosis lateral amiotrófica en atención primaria. Aten Primaria 2004;34:323.

Coco GL, Coco DL, Cicero V, Oliveri A, Verso G, Piccoli F, et al. Individual and health-related quality of life assessment in amyotrophic lateral sclerosis patients and their caregivers. J Neurol Sci 2005;238:11-7.

Borges CF. Dependência e morte da “mãe de família”: a solidariedade familiar e comunitária nos cuidados com a paciente de esclerose lateral amiotrófica. Psicol Estud 2003;8:21-9.

Sierra DJC. Algunas consideraciones bioéticas en la abordaje de los pacientes con esclerosis lateral amiotrófica. Rev Neurol 2001;32(10):952-7.

Neudert C, Wasner M, Borasio GD. Individual quality of life is not correlated with health-related quality of lifo or physical function in patients with amyotrophic lateral sclerosis. J Palliat Med 2004;7(4):551-6.

Fernandez LG, Sierra DJC. Importancia del tratamiento rehabilitador multifactorial en la esclerosis lateral amiotrófica. Rev Neurol 2001;32(5):423-6.

Pracidelli F, Izzo H, Aranha VC, Fernandes MC. A imagem corporal dos idosos internados na enfermaria do serviço de geriatria — uma visão fisioterápica e psicológica. Mundo da Saúde 2001;25(4):404-10.

Schilder P. A imagem do corpo — As energias contrutivas da psique. São Paulo: Martins Fontes, 1980, 414p.

Pricoli V. Alterações do esquema corporal em esquizofrênicos e a representação pelo desenho da figura humana. Rev Psiquiatr Clin 1987;14(3):3-16.

Ferreira CAM, Thompson R. Imagem e esquema corporal — uma visão transdisciplinar. São Paulo: Lovise, 2002, 152p.

Ferreira CAM. Psicomotricidade — Da educação infantil à gerontologia — teoria e prática. São Paulo: Lovise, 2000, 178p.

Schilder P.A imagem do corpo. 3a ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999, 414p.

Barros DD. Imagem corporal: a descoberta de si mesmo. Hist Cienc Saude — Manguinhos 2005;12(2):547-54.

Fonseca V. Psicomotricidade. 2a ed. São Paulo:. Martins Fontes, 1988, 372p.

Vayer P. O Diálogo corporal. São Paulo: Manole, 1989, 266p.

Peres RS. O desenho da figura humana de Machover aplicado em andarilhos de estrada. Psicologia: Teoria e Prática 2002;4(1):81-92.

Brooks BR, Sanjak M, Ringel S, England J, Brinkmann J. ALS Functional Rating Scale. Arc Neurol 1996;53(2):141-7.

Oliveira GC. Psicomotricidade – educação e reeducação num enfoque psicopedagógico. 9a ed. São Paulo: Vozes, 2004, 150p.

Wechsler SM. O desenho da figura humana – avaliação do desenvolvimento cognitivo de crianças brasileiras. 3a ed. Campinas: Lamp, 2003, 67p.

Fontes SV, Fukujima MM, Cardeal JO. Fisioterapia Neurofuncional — Fundamentos para a prática. São Paulo: Atheneu, 2006, 340p.

Fonseca V. Psicomotricidade: filogênese, ontogênese e retrogênese. 2a ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998, 398p.

Almeida GAN, Loureiro SR, Santos JE. A imagem corporal de mulheres morbidamente obesas avaliada através do desenho da figura humana. Psicol Reflex Crit 2002;15(2):283-92.

Thompson R. Organizador Carlos A. de Matos Ferreira — Imagem e esquema corporal. São Paulo: Lovise, 2002, 152p.

Van Kolck OL. Técnicas de Exame Psicológico e suas aplicações no Brasil. Rio de Janeiro: Vozes, 1977, 183p.

Corrêa FI, CostaTT, Fernandes MV. Estudo da imagem e esquema corporal de crianças portadoras de paralisia cerebral do tipo tetraparetica espástica. Fis Bras 2004;5(2):131-4.

Campos DMS. O teste do desenho como instrumento de diagnóstico da personalidade. Rio de Janeiro: Vozes, 1990, 98p.

Van Kolck OL. Testes projetivos gráficos. São Paulo: Pedagógica e Universitária, vol. 5, 2003, pp. 20-54.

Aquino LM, Saito PY. Análise do esquema e imagem corporal em indivíduos com Síndrome Pós Poliomielite. Monografia apresentada à Universidade Federal de São Paulo, 2005, 62p.

Downloads

Publicado

2007-09-30

Como Citar

França, C. C. de, Queiroz, V. R. de, Aquino, L. M. de, & Pereira, S. M. (2007). Análise do esquema e imagem corporal em pacientes com esclerose lateral amiotrófica. Revista Neurociências, 15(3), 211–218. https://doi.org/10.34024/rnc.2007.v15.8690

Edição

Seção

Artigos Originais
Recebido: 2019-03-01
Publicado: 2007-09-30