Incidência de espinha bífida em Santa Catarina (2013-2022): estudo ecológico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34024/rnc.2025.v33.20482

Palavras-chave:

Espinha Bífida, Mielomeningocele, Brasil, Disrafismo Espinhal

Resumo

Introdução. Os defeitos do tubo neural (DTN) são malformações congênitas do sistema nervoso central que ocorrem nas primeiras semanas do desenvolvimento embrionário. A espinha bífida é uma manifestação comum, com repercussões neurológicas, ortopédicas e urológicas. Fatores genéticos e ambientais contribuem para sua ocorrência. O diagnóstico pré-natal precoce e a abordagem multidisciplinar são essenciais para reduzir complicações.
Método. Estudo ecológico que analisou casos de espinha bífida em crianças nascidas em Santa Catarina entre 2013 e 2022, utilizando dados do DataSUS. Foram descritos o perfil da população e as ferramentas estatísticas utilizadas. Resultados. Foram identificados 223 casos (23,13 por 100.000 habitantes). As cidades mais afetadas foram Joinville, Florianópolis e São José. A incidência foi maior em meninos e em gestantes entre 25 e 29 anos. A maioria dos recém-nascidos apresentou escores de Apgar altos e peso entre 3000-3999 g. Blumenau registrou 41 óbitos, o maior número do estado. Não houve diferenças significativas entre os sexos. A redução dos casos pode estar relacionada à fortificação com ácido fólico. A predominância entre meninos, população branca e gestantes mais jovens revela desigualdades sociodemográficas e de acesso à saúde. Os altos escores de Apgar reforçam a importância da avaliação precoce, enquanto os óbitos evidenciam a necessidade de acompanhamento contínuo. Conclusão: O estudo destaca a importância de políticas públicas e práticas clínicas voltadas à redução da incidência da espinha bífida e à melhoria da qualidade de vida dos pacientes afetados.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

  • Jucélia Jeremias Fortunato

    Corresponding Author. Graduated in Biological Sciences (UNESC), Master in Environmental Sciences (UNESC), PhD in Biochemistry (UFRGS). Full Professor of Medicine at UNISUL and member of the Structuring Teaching Core.

  • Kelser De Souza Kock

    Licenciado en Fisioterapia (UDESC), en Física (UFSC), especialista en Fisiología del Ejercicio (UNESC), Terapia Intensiva (ASSOBRAFIR) e Informática en Salud (UNIFESP). Máster en Ciencias de la Salud (UNISUL), doctor en Ciencias Médicas (UFSC). Profesor titular de los cursos de Fisioterapia, Medicina y Matemáticas en la UNISUL.

  • Chaiana Esmeraldino Mendes Marcon

    Enfermera (UNISUL), especialista en Enfermería Médico-Quirúrgica (UNISUL), Salud de la Familia (UFSC) y Enseñanza Digital (São Leopoldo Mandic). Docente en Medicina y Salud en la UNISUL y enfermera en la Fundación Municipal de Salud de Tubarão.

  • Guilherme Xavier Wensing

    Estudiante de Medicina en la UNISUL

  • Pedro Miguel Ghizoni Pereira

    Estudiante de Medicina en la UNISUL.

  • Thamara Vieira Bitencourt

    Estudiante de Medicina en la UNISUL

Referências

1.Schindelmann KH, Paschereit F, Steege A, Stoltenburg-Didinger G, Kaindl AM. Systematic classification of spina bifida. J Neuropathol Exp Neurol 2021;80:294-305. https://doi.org/10.1093/jnen/nlab007

2.Copp AJ, Adzick NS, Chitty LS, Fletcher JM, Holmbeck GN, Shaw GM. Spina bifida. Nat Rev Dis Primers 2015;1:15007. https://doi.org/10.1038/nrdp.2015.7

3.Bronzeri FG, Faria TS, Silva FS, Coimbra PC, Frangella VS. Mielomeningocele e nutrição: proposta de protocolo de atendimento. Mundo Saúde 2011;35:215-24. https://doi.org/10.15343/0104-7809.20112215224

4.Protzenko T, Bellas A, Pousa MS, Protzenko M, Fontes JM, Silveira AML, et al. Reviewing the prognostic factors in myelomeningocele. Neurosurg Focus 2019;47:E2. https://doi.org/10.3171/2019.7.FOCUS19462

5.Hassan AE, Du YL, Lee SY, Wang A, Farmer DL. Spina bifida: a review of the genetics, pathophysiology and emerging cellular therapies. J Dev Biol 2022;10:22. https://doi.org/10.3390/jdb10020022

6.Vieira RS, Diogo CMS, Vieira CLJ, Silva JS, Nascimento JC, Tavares MM. Cuidados de Enfermagem prestados à criança portadora de mielomeningocele e suas complicações. Rev Pró Univer SUS 2021;12:94-101. https://doi.org/10.21727/rpu.v12i2.2712

7.Pereira-Mata R, Franco A, Gago C, Pacheco A. Diagnóstico pré-natal de defeitos do tubo neural. Acta Obstet Ginecol Port 2018;12:144-35. https://scielo.pt/pdf/aogp/v12n2/v12n2a07.pdf

8.Christianson A, Howson CP, Modell B. March of Dimes global report on birth defects: the hidden toll of dying and disabled children. White Plains: March of Dimes Birth Defects Foundation; 2006.

9.Campos JR, Souto JV, Machado LC. Estudo epidemiológico de nascidos vivos com Espinha Bífida no Brasil. Braz J Health Rev 2021;4:9693-700. https://doi.org/10.34119/bjhrv4n3-008

10.Mariani Neto C. Prevenção dos defeitos abertos do tubo neural – DTN. 2ª ed. São Paulo: FEBRASGO; 2020.

11.Bizzi JWJ, Machado A. Mielomeningocele: conceitos básicos e avanços recentes. J Bras Neurocir 2012;23:138-51. https://doi.org/10.22290/jbnc.v23i2.1161

12.Almeida MC, Veloso ML, Camilo JC, Spósito TS, Pacheco LG, Pacheco GG, et al. Condutas terapêuticas para mielomeningocele. Res Soc Dev 2022;11:e34711628983. https://doi.org/10.33448/rsd-v11i6.28983

13.Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Relatório do Monitoramento da Fortificação de Farinhas de Trigo e Milho com Ferro e Ácido Fólico (2020 e 2021). Brasília: ANVISA; 2022. https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/monitoramento/programas-nacionais-de-monitoramento-de-alimentos/RelatriodeFortificaodeFarinhasdeTrigoeMilhocomFerroecidoFlicop.pdf

14.Fujimori E, Baldino CF, Sato APS, Borges ALV, Gomes MN. Prevalência e distribuição espacial de defeitos do tubo neural no Estado de São Paulo, Brasil, antes e após a fortificação de farinhas com ácido fólico. Cad Saúde Pública 2013;29:145-54. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2013000500017

15.Programa de Qualificação de Operadoras ano-base 2022. Brasília: Diretoria de Desenvolvimento Setorial; 2022. https://www.gov.br/ans/pt-br/assuntos/informacoes-e-avaliacoes-de-operadoras/1.2.TaxadeConsultasdePrNatal.pdf

16.Fernandes FCGM, Santos EGO, Barbosa IR. Age of first pregnancy in Brazil: data from the national health survey. J Hum Growth Dev 2019;29:304-12. https://doi.org/10.7322/jhgd.v29.9523

17.Estadão. Brasileiras estão tendo menos filhos, com exceção das mulheres de 40 a 49 anos; entenda os motivos (internet). São Paulo: Estadão; 2023. Disponível em: https://www.estadao.com.br/brasil/brasileiras-estao-tendo-menos-filhos-com-excecao-das-mulheres-de-40-a-49-anos-entenda-os-motivos/

18.Schardosim JM, Rodrigues NLDA, Rattner D. Parâmetros utilizados na avaliação de bem-estar do bebê no nascimento. Avances Enferm 2018;36:187-208. https://doi.org/10.15446/av.enferm.v36n2.67809

19.Figueiredo LSS, Andrade TOLA, Abreu Neto AV, Melo BG, Cruz IS. Perfil epidemiológico de mortalidade por espinha bífida. Rev Soc Bras Clin Med 2019;17:171-3. https://www.sbcm.org.br/ojs3/index.php/rsbcm/article/view/712

Downloads

Publicado

2025-08-20

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

1.
Jeremias Fortunato J, De Souza Kock K, Esmeraldino Mendes Marcon C, Xavier Wensing G, Ghizoni Pereira PM, Vieira Bitencourt T. Incidência de espinha bífida em Santa Catarina (2013-2022): estudo ecológico. Rev Neurocienc [Internet]. 20º de agosto de 2025 [citado 18º de dezembro de 2025];33:1-15. Disponível em: https://periodicos.unifesp.br/index.php/neurociencias/article/view/20482