Exercício físico na depressão: benefícios, efeitos fisiológicos e aplicações clínicas

Autores

  • Isadhora Souza Ferrari da Costa
  • Anna Beatriz Fernandes Reis
  • Gabriel Luis Oliveira da Silva
  • Ivens Murad Garcia Magalhães
  • Marcos Moreira

DOI:

https://doi.org/10.34024/rnc.2025.v33.20381

Palavras-chave:

Depressão, exercício físico, antidepressivos

Resumo

Introdução. A depressão é um transtorno psiquiátrico altamente prevalente no mundo. A etiologia complexa dessa doença ainda não é esclarecida, mas considera-se que envolva, principalmente, o desequilíbrio de neurotransmissores e alterações neuroendócrinas. Atualmente, a farmacoterapia é a forma de tratamento mais utilizada, contudo apresenta limitações na terapia da depressão leve a moderada, sendo necessário realizar outras abordagens, como o exercício físico (EF). Objetivo. Avaliar a eficácia comparativa da farmacoterapia e do EF no tratamento da depressão leve a moderada. Também, serão discutidos os mecanismos fisiológicos do EF envolvidos na fisiopatologia da depressão e os principais desafios na aplicabilidade dessa terapia. Método. A seleção dos estudos desta revisão integrativa foi feita através da busca avançada nas bases de dados: PubMed, Scielo, Lilacs, com os descritores: “depression” and “antidepressant agents” or “antidepressants” and “physical exercise”. Resultados. Os estudos selecionados revelaram que não há diferenças significativas na eficácia terapêutica da depressão não grave entre os antidepressivos e o EF, sendo que o EF se sobrepõe à farmacoterapia em relação aos efeitos na saúde física, porém apresenta maiores desafios em sua aplicabilidade clínica. Os mecanismos fisiológicos pelos quais o EF atua na depressão ainda não foram totalmente elucidados. Conclusão. O EF demonstra resultados clínicos comparáveis ao uso da farmacoterapia, sendo necessários mais estudos para melhor elucidação das vias sobre as quais ele atua. A aplicação prática dessa terapia é limitada por diversos fatores; por isso, faz-se necessário o envolvimento do paciente na elaboração do plano terapêutico.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

1.Chen C, Beaunoyer E, Guitton MJ, Wang J. Physical Activity as a Clinical Tool against Depression: Opportunities and Challenges. J Integr Neurosci 2022;21:132. https://doi.org/10.31083/j.jin2105132

2.American Psychiatric Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-5-TR)(Internet). Disponível em: https://www.psychiatry.org/psychiatrists/practice/dsm

3.Goldstein BI, Carnethon MR, Matthews KA, McIntyre RS, Miller GE, Raghuveer G, et al. Major Depressive Disorder and Bipolar Disorder Predispose Youth to Accelerated Atherosclerosis and Early Cardiovascular Disease. Circulation 2015;132:965-86. https://doi.org/10.1161/cir.0000000000000229

4.Ross RE, VanDerwerker CJ, Saladin ME, Gregory CM. The role of exercise in the treatment of depression: biological underpinnings and clinical outcomes. Mol Psychiatry 2023;28:298-328. https://doi.org/10.1038/s41380-022-01819-w

5.Recchia F, Leung CK, Chin EC, Fong DY, Montero D, Cheng CP, et al. Comparative effectiveness of exercise, antidepressants and their combination in treating non-severe depression: a systematic review and network meta-analysis of randomised controlled trials. Br J Sports Med 2022;56:1185-93. https://doi.org/10.1136/bjsports-2022-105964

6.Lam RW, Kennedy SH, Adams C, Bahji A, Beaulieu S, Bhat V, et al. Canadian Network for Mood and Anxiety Treatments (CANMAT) 2023 Update on Clinical Guidelines for Management of Major Depressive Disorder in Adults. Can J Psychiatry 2024;69:641-87. https://doi.org/10.1177/07067437241245384

7.Verhoeven JE, Han LKM, Lever-van Milligen BA, Hu MX, Révész D, Hoogendoorn AW, et al. Antidepressants or running therapy: Comparing effects on mental and physical health in patients with depression and anxiety disorders. J Affect Disord 2023;329:19-29. https://doi.org/10.1016/j.jad.2023.02.064

8.Micheli L, Ceccarelli M, D’Andrea G, Tirone F. Depression and adult neurogenesis: Positive effects of the antidepressant fluoxetine and of physical exercise. Brain Res Bull 2018;143:181-93. https://doi.org/10.1016/j.brainresbull.2018.09.002

9.Murri MB, Ekkekakis P, Menchetti M, Neviani F, Trevisani F, Tedeschi S, et al. Physical exercise for late-life depression: Effects on symptom dimensions and time course. J Affect Disord 2018;230:65-70. https://doi.org/10.1016/j.jad.2018.01.004

10.Martínez BI, Velázquez IO, Castro MJG. Prevalencia de realización y prescripción de ejercicio físico en pacientes diagnosticados de ansiedad y depresión. Aten Primaria 2015;47:428-37. https://doi.org/10.1016/j.aprim.2014.10.003

11.Vreeburg SA, Hoogendijk WJ, van Pelt J, Derijk RH, Verhagen JC, van Dyck R, et al. Major depressive disorder and hypothalamic-pituitary-adrenal axis activity: results from a large cohort study. Arch Gen Psychiatry 2009;66:617-26. https://doi.org/10.1001/archgenpsychiatry.2009.50

12.Kerling A, Kück M, Tegtbur U, Grams L, Weber-Spickschen S, Hanke A, et al. Exercise increases serum brain-derived neurotrophic factor in patients with major depressive disorder. J Affect Disord 2017;215:152-5. https://doi.org/10.1016/j.jad.2017.03.034

13.Lee J, Gierc M, Vila-Rodriguez F, Puterman E, Faulkner G. Efficacy of exercise combined with standard treatment for depression compared to standard treatment alone: A systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. J Affect Disord 2021;295:1494-511. https://doi.org/10.1016/j.jad.2021.09.043

14.Kandola A, Ashdown-Franks G, Hendrikse J, Sabiston CM, Stubbs B. Physical activity and depression: Towards understanding the antidepressant mechanisms of physical activity. Neurosci Biobehav Rev 2019;107:525-39. https://doi.org/10.1016/j.neubiorev.2019.09.040

15.La Rocque CL, Mazurka R, Stuckless TJR, Pyke K, Harkness KL. Randomized controlled trial of bikram yoga and aerobic exercise for depression in women: Efficacy and stress-based mechanisms. J Affect Disord 2021;280:457-66. https://doi.org/10.1016/j.jad.2020.10.067

16.Agudelo LZ, Femenía T, Orhan F, Erhardt S, Lindskog M, Ruas JL, et al. Skeletal Muscle PGC-1α1 Modulates Kynurenine Metabolism and Mediates Resilience to Stress-Induced Depression. Cell 2014;159:33-45. https://doi.org/10.1016/j.cell.2014.07.051

17.Szuhany KL, Otto MW. Assessing BDNF as a Mediator of the Effects of Exercise on Depression. J Psychiatr Res 2020;123:114-8. https://doi.org/10.1016/j.jpsychires.2020.02.003

18.Depression in adults: treatment and management. London: National Institute for Health and Care Excellence (NICE); 2022. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/35977056/

Downloads

Publicado

2025-08-25

Edição

Seção

Revisão Sistemática

Como Citar

1.
Costa ISF da, Reis ABF, Silva GLO da, Magalhães IMG, Moreira M. Exercício físico na depressão: benefícios, efeitos fisiológicos e aplicações clínicas. Rev Neurocienc [Internet]. 25º de agosto de 2025 [citado 18º de dezembro de 2025];33:1-19. Disponível em: https://periodicos.unifesp.br/index.php/neurociencias/article/view/20381