Comparação do desempenho de fluência verbal de adultos e idosos com alta escolaridade
DOI:
https://doi.org/10.34024/rnc.2025.v33.20330Palavras-chave:
Envelhecimento, Linguagem, Teste Neurocognitivo, Fluência Verbal, Idoso, EscolaridadeResumo
Introdução. O envelhecimento impacta a cognição, tornando essencial a avalição e monitoramento das funções cognitivas. O Teste de Fluência Verbal é um marcador cognitivo e avalia memória, evocação de palavras e organização linguística. A escolaridade influencia a reserva cognitiva, auxiliando na preservação da cognição no envelhecimento. Objetivo. Comparar o desempenho de fluência verbal de adultos e idosos com alta escolaridade Método. Estudo descritivo, observacional, transversal e quantitativo, aprovado pelo comitê de ética em pesquisa. Participaram 60 indivíduos com alta escolaridade, sendo estes divididos em três grupos por faixa etária: o Grupo 1 de 20 a 39 anos, o Grupo 2 de 40 a 59 anos e o Grupo 3 de 60 a 79 anos. Todos os participantes realizaram o teste de fluência verbal semântica e fonológica, sendo analisada a quantidade total de evocações e por blocos de segundos, os clusters e switches. Os dados foram analisados estatisticamente, com nível de diferença estatística de 5%. Resultados. Em fluência verbal semântica, a média do escore total do G1 foi 29,00±5,91, do G2 foi 25,45±8,27 e do G3 foi 18,85±5,84. Na fluência verbal fonológica, a média do escore total do G1 foi 19,70±4,33, do G2 foi 19,25±7,27 e do G3 foi 10,95±4,27. Em todos os parâmetros analisados, não se observou diferença significante no desempenho de G1 e G2, já o G3 obteve resultado inferior ao dos outros grupos. Conclusão. Idosos com alta escolaridade apresentam um menor desempenho em fluência verbal semântica e fonológica do que os adultos.
Métricas
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