Panorama da Estimulação Cerebral Profunda no Brasil de 2012 a 2022

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34024/rnc.2025.v33.19855

Palavras-chave:

Estimulação Cerebral Profunda, Neurocirurgia Funcional, Sistema Único de Saúde, Disparidades Regionais

Resumo

Introdução. A Estimulação Cerebral Profunda (DBS) é uma técnica de neuroestimulação para tratamento de distúrbios tanto neurológicos quanto psiquiátricos graves. No Brasil, está disponível no SUS desde 2011. Nesse contexto, há uma lacuna de estudos científicos sobre o tema, bem como uma necessidade de ampliar o acesso a este procedimento. Objetivos. Analisar a evolução no número de implantes de eletrodos para a realização de neurocirurgia funcional estereotáxica no Brasil no período entre 2012 e 2022. Método. Estudo ecológico observacional com dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) e do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) usando o DATASUS no período de 2012 e 2022. Utilizaram-se dados de Autorizações de Internação Hospitalar (AIH), gastos envolvidos e número de neurocirurgiões por região. Resultados. No recorte temporal analisado, houve aumento de 26 procedimentos em 2012 para 74 em 2022, crescimento de 185%. Todas as regiões, exceto a Norte, mostraram aumento no uso do DBS no período analisado. Os gastos totais com a implantação de DBS aumentaram 576%, com variações por região. O Sudeste liderou em procedimentos e gastos. Conclusão. É evidente o aumento expressivo de implantes de eletrodos profundos no Brasil. Sugerem-se estudos futuros para entender melhor a utilização do DBS, especialmente em áreas deficitárias como na região Norte, visando ampliar o acesso a esse tratamento inovador, direcionando-o às reais necessidades dos pacientes.

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Publicado

2025-09-23

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

1.
Leal Cordeiro Júnior CW, Miyuki Kondo A, Monteiro da Silva Zannon AV, de Faria Santos AK, Morais Degan C, Visoná de Figueiredo NS. Panorama da Estimulação Cerebral Profunda no Brasil de 2012 a 2022. Rev Neurocienc [Internet]. 23º de setembro de 2025 [citado 18º de dezembro de 2025];33:1-16. Disponível em: https://periodicos.unifesp.br/index.php/neurociencias/article/view/19855