A relação entre migrânea e a doença de Alzheimer

Resumo

Introdução. Transtorno neurocognitivo de caráter multifatorial e progressivo, a Doença de Alzheimer (DA) caracteriza-se como causa mais frequente de demência. Prevalente em idosos, afeta regiões corticais fundamentais à memória, interferindo na autonomia e na qualidade de vida dos pacientes. Mediante estudos recentes, evoca-se a relação entre esse distúrbio demencial e a migrânea, uma das condições neurológicas mais presentes no globo. Objetivos. Identificar a relação entre migrânea e desenvolvimento da DA, analisando estudos genéticos, espectros demográficos e influência ou não dos tipos de enxaqueca. Método. O estudo é uma revisão sistemática baseada em artigos publicados entre 2019 e 2024, seguindo a metodologia PRISMA. Foram analisados seis estudos, com foco em pacientes com DA e/ou migrânea. A busca utilizou os descritores "Alzheimer Disease" e "Migraine Disorders". Resultados. Não obstante a concordância da maioria dos artigos quanto à associação enxaqueca-Alzheimer, elementos como falhas metodológicas e infortúnios na angariação de dados, impedem a firmação do tema. Contudo, escopos genéticos, como os cromossomos um e 19, e o gene presenilina-1, foram ratificados como coeficientes na equação entre a DA e a migrânea. No que tange a influência do tipo de enxaqueca no surgimento da doença de Alzheimer, observou-se que somente o subtipo sem aura possui relação causal com a demência. Conclusão. A migrânea pode ser considerada um fator de risco para o desenvolvimento da DA. Assim, torna-se vital a realização de novos estudos, com rigorosa carga metodológica e mínimas limitações, para esclarecimento dessa associação e seus mecanismos.