Superimitação: uma revisão sistemática

Resumo

Introdução. Este estudo investiga a superimitação sob uma perspectiva neuropsicológica e social, buscando compreender se esse comportamento está associado às funções executivas ou se configura predominantemente como um fenômeno social. A superimitação é caracterizada pela tendência de copiar tanto etapas relevantes quanto irrelevantes na solução de uma tarefa, mesmo quando o indivíduo consegue reconhecer a irrelevância de certas ações. Embora a resolução de problemas esteja associada ao córtex pré-frontal e ao desenvolvimento das funções executivas, nossos achados indicam que não há correlação significante entre esses construtos e a superimitação. Método. Revisão sistemática e meta-análise, seguindo as diretrizes PRISMA, envolvendo 13 estudos publicados entre 2020 e 2022. As amostras incluíram crianças e adultos, possibilitando comparações entre grupos etários e culturais. Resultados. A idade não foi um preditor significante para o comportamento de superimitação, indicando que ele se mantém consistente ao longo das faixas etárias. Isso sugere que a superimitação é mais bem compreendida como uma estratégia de interação social voltada para a coesão e manutenção de grupos, em vez de uma função cognitiva orientada à eficiência na resolução de problemas. Conclusão. Propomos que esse comportamento reflete habilidades sociais essenciais, especialmente em contextos de aprendizagem mediada, onde a reprodução de comportamentos irrelevantes pode ser uma estratégia adaptativa. Os achados oferecem novas perspectivas para o entendimento do comportamento social e abrem caminho para investigações futuras sobre seu impacto na educação e na dinâmica cultural.