A Síndrome Congênita associada à infecção pelo vírus Zika no Brasil de 2019 a 2023
DOI:
https://doi.org/10.34024/rnc.2025.v33.19294Palavras-chave:
Zika vírus, Sistema Nervoso, MicrocefaliaResumo
Introdução. O Zika vírus é um arbovírus, no qual sua infecção é responsável pelas Síndromes Congênitas Associadas ao Zika (SCZ), caracterizadas por deficiências no sistema nervoso central e periférico, que inclui microcefalia. Objetivo. Descrever a distribuição temporal dos casos notificados de SCZ em nascidos vivos no Brasil de 2019 a 2023 e os agentes etiológicos. Método. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, cujos dados foram obtidos pela base de dados “Notificações de casos suspeitos de SCZ” do (DATASUS). A coleta dos dados foi realizada por meio do programa de informação em saúde, sendo considerado os anos 2019 a 2023, a região de residência, as alterações congênitas e a etiologia. Resultados. Foram registrados cerca de 5.137 casos de SCZ de 2019 a 2023, sendo em 2019 (29,5%), a maior prevalência registrada e uma tendência de declínio ao longo dos anos estudados. As regiões Sudeste e Nordeste foram as de maior notificação, com 2.067 e 1.823 registros respectivamente. Os casos de microcefalia isolada, representam a maioria, com cerca de 2.964 registros. Já a microcefalia associada a outras alterações obteve 501 notificações. Quanto à etiologia da SCZ, na maioria dos casos, o agente etiológico não foi informado, totalizando em 82,6% das notificações. Conclusão. Portanto, torna-se importante o desenvolvimento de estudos acerca da prevalência do VZK e da SCZ na população, em especial, na investigação dos fatores etiológicos associados às SCZ, que irão auxiliar na implementação de políticas públicas na saúde nas regiões mais afetadas.Métricas
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Como Citar
Aprovado 2025-02-12
Publicado 2025-02-26
