Revisão da dor em pacientes com Distúrbio do Espectro da Neuromielite Óptica
DOI:
https://doi.org/10.34024/rnc.2024.v32.18879Palavras-chave:
Neuromielite óptica, doença de Devic, aquaporina-4, analgésicos, dorResumo
Introdução. O Distúrbio do Espectro da Neuromielite Óptica (DENMO) é uma doença autoimune rara que afeta o Sistema Nervoso Central, causando desmielinização. Pacientes com DENMO soropositivos frequentemente sofrem de dor e apresentam altas taxas de depressão e suicídio. Objetivo. revisar sistematicamente, na literatura, artigos científicos que abordem as características da dor e o uso de medicamentos com ação analgésica em pessoas com DENMO. Método. A busca filtrou artigos dos últimos 5 anos nas bases de dados Embase, Scopus, PUBMED, Web of Science, Biblioteca Virtual em Saúde, SciElo e Cochrane Library utilizando os descritores e operadores booleanos “Neuromielite Óptica” AND “Dor” AND “Analgésicos” em português, inglês e espanhol conforme critérios de elegibilidade e exclusão preestabelecidos. Resultados. A dor emergiu como um sintoma prevalente, afetando entre 66,4% e 75,3% dos pacientes. A dor do tipo neuropática foi a mais comum, seguida pela ocular e pelo espasmo tônico doloroso. De forma geral, a dor estava localizada em membros inferiores, costas, membros superiores, tórax e cintura. As medicações utilizadas no tratamento álgico incluíram gabapentina, pregabalina, tramadol, clofenadina, carbamazepina, oxcarbazepina, baclofeno, tizanidina, amitriptilina e duloxetina. O uso de carbamazepina, oxcarbazepina ou fenitoína sódica no tratamento da dor relacionada aos espasmos tônicos dolorosos teve uma taxa de eficácia de 85%. A gabapentina e/ou pregabalina em pacientes com cefaleia teve uma taxa de eficácia de 83,3%. Conclusões. Este estudo fornece insights sobre as características da dor em pacientes com DENMO e sobre as medicações mais utilizadas no tratamento desse sintoma.
Métricas
Referências
Bennet JL. Finding NMO: the evolving diagnostic criteria of neuromyelitis optica. J Neuroophthalmol 2016;36:238-45. https://doi.org/10.1097/WNO.0000000000000396
Bradi M, Kanamori Y, Nakashima I, Misu T, Fujihara K, Lassmann H, et al. Pain in neuromyelitis optica-prevalence, pathogenesis and therapy. Nat Rev Neurol 2014;10:529-36. https://doi.org/10.1038/nrneurol.2014.129
Miyazawa I, Fujihara K, Itoyama Y. Eugene Devic (1858-1930). J Neurol 2002;249:351-2. https://doi.org/10.1007/s004150200020
Wingerchuk DM, Banwell B , Bennet JL, Cabre P, Carrol W, Chitnis T, et al. International consensus diagnostic criteria for neuromyelitis optica spectrum disorders. Neurology 2015;85:177-89. https://doi.org/10.1212/WNL.000000000000172
Dutra BG, Rocha AJ, Nunes RH, Junior ACMM. Neuromyelitis optica spectrum disorders: spectrum of MR imaging findings and their differential diagnosis. Radio Grap 2018;38:169-93. https://doi.org/10.1148/rg.2018170141
Huang TL, Wang JK, Chang PY, Hsu YR, Lin CH, Lin KH, et al. Neuromyelitis optica spectrum disorder: from basic research to clinical perspectives. Inter J Mol Sci 2022;23:1-18. https://doi.org/10.3390/ijms23147908
Kanamori Y, Nakashima I, Takai Y, Nishiyama S, Kuroda H, Takahashi T, et al. Pain in neuromyelitis optica and its effects on quality of life. Neurology 2011;77:652-8. https://doi.org/10.1212/WNL.0b013e318229e694
Moore P, Methley A, Pollard C, Hamid S, Elsone L, Jacob A. Cognitive and psychiatric comorbidities in neuromyelitis optica. J Neurol Sci 2016;360:4-9. https://doi.org/10.1016/j.jns.2015.11.031
Finnerup NB, Kuner R, Jensen TS. Neuropathic pain: from mechanisms to treatment. Physiol Rev 2020;101:259-301. https://doi.org/10.1152/physrev.00045.2019
Ayzenberg I, Richter D, Henke E, Asseyer S, Paul F, Trebst C, et al. Pain depression, and quality of life in neuromyelitis optica spectrum disorder. Am Acad Neurol 2021;8:1-14. https://doi.org/10.1212/NXI.0000000000000985
Santos CMC, Pimenta CAM, Nobre MRC. The PICO strategy for the research question construction and evidence search. Rev Latino Am Enferm 2007;15:508-11. https://doi.org/10.1590/S0104-11692007000300023
Page MJ, Mckenzie J, Bossuyt PM, Boutron I, Hoffmann TC, Mulrow CD, et al. The PRISMA 2020 statement: an updated guideline for reporting systematic reviews. BMJ 2021;372:1-9. https://doi.org/10.1136/bmj.n71
Hyun JW, Jang H, Yu J, Park NY, Kim SH, Huh SY, et al. Comparison of neuropathic pain in neuromyelitis optica spectrum disorder and multiple sclerosis. J Clin Neurol 2019;16:124-30. https://doi.org/10.3988/jcn.2020.16.1.124
Zhang X, Pei L, Xu Y, Yin H, Wang W, Huang Y. Factors correlated with neuropathic pain in pátients with neuromyelitis optica spectrum disorders. Mult Scler Related Disord 2022;68:1-9. https://doi.org/10.1016/j.msard.2022.104213
Xue H, Yang W, Zhao Y, Wang L, Wang G, Zhang M, et al. Pain in neuromyelitis optica spectrum disorder. Mult Scler Related Disord 2022;68:2-5. https://doi.org/10.1016/j.msard.2022.104192
Asseyer S, Kuchling J, Gaetano L, Komneic D, Siebert N, Chien C, et al. Ventral posterior nucleus volume is associated with neuropathic pain intensity neuromyelitis optica spectrum disorders. Mult Scler Related Disord 2020;46:2-9. https://doi.org/10.1016/j.msard.2020.102579
Li QY, Wang B, Yang J, Zhou L, Bao J, Wang L, et al. Painful tonic spasms in chinese patients with neuromyelitis optica spectrum disorder: prevalence, subtype and features. Mult Scler Related Disord 2020;45:2-7. https://doi.org/10.1016/j.msard.2020.102408
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Claudio Renato Silva Lima, Danielde Vicente Siqueira Lima Júnior Lima Júnior, Patrícia Vidal de Negreiros Nóbrega, Mirella Rabello Almeida Farias Allende Allende, Lucas Vasconcelos Leitão Moreira, Bianca Etelvina Santos de Oliveira

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Como Citar
Aprovado 2024-10-08
Publicado 2024-10-22
