Neuroplasticidade: o caso Jill Taylor
DOI:
https://doi.org/10.34024/rnc.2024.v32.16347Palavras-chave:
Autorregulação, Metacognição, Neurociência, Plasticidade cerebralResumo
Introdução. Este artigo apresenta uma análise do desenvolvimento cerebral na recuperação cognitiva, a partir do relato da neuroanatomista Jill Taylor no livro “A cientista que curou seu próprio cérebro” (Taylor, 2008). No livro, Taylor narra sua própria recuperação, após ter o lado esquerdo de seu cérebro acometido por um acidente vascular cerebral (AVC). Objetivo. O estudo analisa o papel desempenhado pela neuroplasticidade cerebral e fatores associados nos processos de reabilitação pós-AVC. Método. Conceitos como os de metacognição, mindfulness, mindset, neuroplasticidade e autorregulação são definidos a partir de revisão de literatura e aplicados à análise do relato da neuroanatomista que usou seus conhecimentos no próprio processo de reabilitação após sofrer um AVC. Resultados. O relato de Taylor e a pesquisa bibliográfica apontam que apoios externos são importantes no processo de reabilitação, bem como a estimulação de determinadas funções cerebrais recrutadas pela metacognição no tratamento. No caso em estudo, o conhecimento da arquitetura cerebral e a autorregulação foram diferenciadores no êxito do tratamento. Conclusão. O caso estudado mostra que determinação biológica, neuroplasticidade e apoio socioafetivo são fatores complementares no processo de tratamento pós-AVC.
Downloads
Métricas
Referências
Taylor JB. A cientista que curou seu próprio cérebro. São Paulo: Ediouro; 2008; 223p.
Damásio A. O erro de Descartes. 2ª. ed. São Paulo: Companhia das Letras; 2004; 330p.
Reis A, Petersson KM, Faísca L. Neuroplasticidade: Os efeitos de aprendizagens específicas no cérebro humano. In: Nunes C, Jesus S (orgs). Temas actuais em Psicologia. Faro: Universidade de Algarve; 2009; p.11-26. https://www.researchgate.net/profile/Alexandra_Reis/publication/50809628_Neuroplasticidade_Os_efeitos_de_aprendizagens_especificas_no_cerebro_humano/links/57222add08aee491cb32e0a9.pdf
Bertolero MA, Yeo BTT, D’Esposito M. The modular and integrative functional architecture of the human brain. Proc Nat Acad Sci 2015;112:E6798-807.https://dx.doi.org/10.1073/pnas.1510619112
MacNeilage PF, Rogers LJ, Vallortigara G. Origins of the Left & Right Brain. Sci Am 2009;301:60-7. https://doi.org/10.1038/scientificamerican0709-60
Borella MP, Sacchelli T. Os efeitos da prática de atividades motoras sobre a neuroplasticidade. Rev Neurocienc 2009;17:161-9. https://doi.org/10.34024/rnc.2009.v17.8577
Kays JL, Hurley RA, Taber KH. The Dynamic Brain: Neuroplasticity and Mental Health. J Neuropsychiatr Clin Neurosci 2012;24:118-24. https://doi.org/10.1176/appi.neuropsych.12050109
Lindenberger U, Wenger E, Lövdén M. Towards a stronger science of human plasticity. Nat Rev Neurosci 2017;18:261-2. https://doi.org/10.1038/nrn.2017.44
Bach-y-Rita P. Brain plasticity as a basis for recovery of function in humans. Neuropsychologia 1990;28:547-54. http://doi.org/10.1016/0028-3932(90)90033-k
Papagno C, Vallar G. A plastic brain for a changing environment. Cortex 2014;58:248-50. http://doi.org/10.1016/j.cortex.2014.06.001
Nascimento NL. Relação da Neuroplasticidade e Autorregulação através da Metacognição. Rev Neurocienc 2023;31:1-13. https://doi.org/10.34024/rnc.2023.v31.15493
Ortiz-Terán L, Diez I, Ortiz T, Perez DL, Aragón JI, Costumero V, et al. Brain circuit–gene expression relationships and neuroplasticity of multisensory cortices in blind children. Proc Natl Acad Sci USA 2017;114:6830-5. https://doi.org/10.1073/pnas.1619121114
Fischer KW. Mind, Brain, and Education: Building a Scientific Groundwork for Learning and Teaching. Mind Brain Edu 2009;3:3-16. https://doi.org/10.1111/j.1751-228X.2008.01048.x
Sheinbein S. Psychological Effect of Injury on the Athlete: A Recommendation for Psychological Intervention. AMAA J 2016;fall/winter:8-10. http://www.amolsaxena.com/pdf/PsychologicalEffectOfInjurySheinbein.pdf
Guerra L. O Diálogo entre a Neurociência e a Educação: da euforia aos desafios e possibilidades. Rev Interlocução 2011;4:3-12. https://www2.icb.ufmg.br/neuroeduca/arquivo/texto_teste.pdf
Debarnot U, Sperduti M, Di Rienzo F, Guillot A. Experts bodies, experts minds: How physical and mental training shape the brain. Front Hum Neurosci 2014;8:1-17. https://doi.org/10.3389/fnhum.2014.00280
Teixeira INDO. O envelhecimento cortical e a reorganização neural após o acidente vascular encefálico (AVE): implicações para a reabilitação. Cienc Saúde Col 2008;13(suppl 2):2171-8. https://doi.org/10.1590/S1413-81232008000900022
Varshney LR, Barbey AK. Beyond IQ: The Importance of Metacognition for the Promotion of Global Wellbeing. J Intellig 2021;9:54. http://doi.org/10.3390/jintelligence9040054
Ansari D. Culture and education: new frontiers in brain plasticity. Trends Cog Sci 2012;16:93-5. https://doi.org/10.1016/j.tics.2011.11.016
Leme MIS. As especificidades humanas e a aprendizagem: relações entre cognição, afeto e cultura. Psicologia USP 2011;22:703-24. https://doi.org/10.1590/S0103-65642011005000028
Kwon JY, Wormley AS, Varnum MEW. Changing cultures, changing brains: A framework for integrating cultural neuroscience and cultural change research. Biol Psychol 2021;162:108087. https://doi.org/10.1016/j.biopsycho.2021.108087
Dweck CS. Mindset: a nova psicologia do sucesso. São Paulo: Objetiva; 2017; 312p.
Drigas A, Mitsea E. A Metacognition Based 8 Pillars Mindfulness Model and Training Strategies. Inter J Recent Contrib Eng Sci IT (iJES) 2020;8:4. https://doi.org/10.3991/ijes.v8i4.17419
Hirayama MS, Milani D, Rodrigues RCM, Barros NF, Alexandre NMC. A percepção de comportamentos relacionados à atenção plena e a versão brasileira do Freiburg Mindfulness Inventory. Cienc Saúde Col 2014;19:3899-914. https://doi.org/10.1590/1413-81232014199.12272013
Dweck CS, Yeager DS. Mindsets: A View From Two Eras. Persp Psychol Sci 2019;14:481-96. https://doi.org/10.1177/1745691618804166
Figuerola WB, Ribeiro S. Sono e plasticidade neural. Rev USP 2013;0(98):17. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.v0i98p17-30
Menon V. Salience Network. In: Toga AW (ed). Brain Mapping: an encyclopedic reference. Vol 2. Academic Press: Elsevier; 2015; 597-611. http://doi.org/10.1016/B978-0-12-397025-1.00052-X
Conway CM. How does the brain learn environmental structure? Ten core principles for understanding the neurocognitive mechanisms of statistical learning. Neurosci Biobehav Rev 2020;112:279-99. https://doi.org/10.1016/j.neubiorev.2020.01.032
Consenza RM, Ramon M, Guerra LB. Neurociência e Educação: como o cérebro aprende. Porto Alegre: Artmed; 2011; 151p.
Bullmore E, Sporns O. Complex brain networks: graph theoretical analysis of structural and functional systems. Nat Rev Neurosci 2009;10:186-98. https://doi.org/10.1038/nrn2575
Finotelli P, Dulio P. Graph Theoretical Analysis of the Brain. An Overview. Sci Ricerche 2015;9:89-96. https://re.public.polimi.it/retrieve/e0c31c0e-11a3-4599-e053-1705fe0aef77/Graph%20Theoretical%20Analysis%20of%20the%20Brain.%20An%20Overview_11311-980102_Dulio.pdf
Sporns O. Graph theory methods: applications in brain networks. Neurocircuitry 2018;20:111-20. https://doi.org/ 10.31887/DCNS.2018.20.2/osporns
Boivin MJ, Kakooza AM, Warf BC, Davidson LL, Grigorenko EL. Reducing neurodevelopmental disorders and disability through research and interventions. Nature 2015;527:S155-60. http://doi.org/10.1038/nature16029
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Claudia Regina Lemes, Paulo Roxo Barja
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Aceito: 2024-03-28
Publicado: 2024-04-05