Terapia de Restrição e Indução ao Movimento na recuperação do membro superior acometido de indivíduos com AVC

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34024/rnc.2023.v31.14922

Palavras-chave:

acidente vascular cerebral, hemiplegia, extremidade superior, plasticidade neuronal, espasticidade muscular

Resumo

Introdução. A Terapia de Restrição e Indução ao Movimento (TRIM) é uma técnica que consiste em incentivar o paciente a utilizar o membro superior parético nas suas atividades de vida diária (AVD), imobilizando o membro não acometido. Objetivo. Avaliar a utilização da TRIM na recuperação do membro superior afetado em pacientes pós-Acidente Vascular Cerebral (AVC). Método. Participaram do estudo pacientes com AVC na fase crônica, hemiparéticos, com mais de 18 anos e foram excluídos pacientes que apresentam outras patologias neurológicas, uso de neurotoxinas e alteração cognitiva que impossibilitasse a realização da técnica. Foram submetidos a duas sessões semanais de 50 minutos da TRIM por um período de 4 semanas. A fisioterapia consistiu na realização de exercícios voltados as AVD e atividades instrumentais de vida diária (AIVD). Resultados. Foram selecionados e recrutados 15 indivíduos, destes, 8 não finalizaram a intervenção. Na avaliação de recuperação da função motora dos membros superiores, mais da metade dos pacientes apresentaram melhora significante (p=0,008) na redução do grau de comprometimento motor. Nas atividades espontâneas de vida diária tiveram uma melhora na avaliação quantitativa e qualitativa. A redução do tônus foi percebida apenas em dois pacientes (14%). Conclusão. Os pacientes com AVC que realizaram TRIM apresentaram melhora na recuperação motora e nas atividades espontâneas de vida diária e do movimento do membro superior, na fase crônica. Já a espasticidade não apresentou diminuição significante, o que já era esperado.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

Organização Mundial de Saúde. 10 principais causas de morte no mundo. Genebra: Organização Mundial de Saúde (internet). 2020 (acessado em 15/08/2022). Disponível em: https://www.paho.org/pt/noticias/9-12-2020-oms-revela-principais-causas-morte-e-incapacidade-em-todo-mundo-entre-2000-e

Rodrigues S, Augusta L, Bezerra P, Freitas L, Medeiros C, Walker E, et al. Avaliação do membro superior pós-acidente vascular encefálico: correlação das escalas Motor Activity Log, Fugl-Meyer e Medida de Independência Funcional. Fisioter Bras 2017;18:734-42. https://doi.org/10.33233/fb.v18i6.2056

Brol AM, Bortoloto F, Magagnin NMS. Tratamento de restrição e indução do movimento na reabilitação funcional de pacientes pós acidente vascular encefálico: uma revisão bibliográfica. Fisioter Mov 2009;22:497-509. https://periodicos.pucpr.br/fisio/article/view/19491

Diniz L, Abranches M. Neuroplasticidade na terapia de restrição do movimento em pacientes com acidente vascular encefálico. Med Reabil São Paulo 2003;22:53-5. https://www.semanticscholar.org/paper/Neuroplasticidade-na-terapia-de-restri%C3%A7%C3%A4o-e-indu%C3%A7%C3%A4o-Diniz-Abranches/640cfc633fdafea900bb7048ae257df0ba9dd209#citing-papers

Tarkka IM, Pitkänen K, Sivenius J. Paretic hand rehabilitation with constraint-induced movement therapy after stroke. Am J Phys Med Rehabil 2005;84:501-5. https://doi.org/10.1097/01.phm.0000166881.71097.9d

Wang D, Xiang J, He Y, Yuan M, Dong L, Ye Z, et al. The Mechanism and Clinical Application of Constraint-Induced Movement Therapy in Stroke Rehabilitation. Front Behav Neurosci 2022;16:828599. https://doi.org/10.3389/fnbeh.2022.828599

Kwakkel G, Veerbeek JM, van Wegen EEH, Wolf SL. Constraint-induced movement therapy after stroke. Lancet Neurol 2015;14:224-34. https://doi.org/10.1016/s1474-4422(14)70160-7

Rocha L, Gama G, Rocha R, Rocha L, Dias C, Santos L, et al. Constraint Induced Movement Therapy Increases Functionality and Quality of Life after Stroke. J Stroke Cerebrovas Dis 2021;30:105774. https://doi.org/10.1016/j.jstrokecerebrovasdis.2021.105774

Nowak D, Grefkes C, Ameli M, Fink G. Interhemispheric competition after stroke: Brain stimulation to enhance recovery of function of the affected hand. Neurorehab Neural Repair 2009;23:641-56. https://doi.org/10.1177/1545968309336661

Senkiio C, Kill F, Negretti R, Oliveira C, Alves N, Souza S. A utilização da escala de Fugl-Meyer no estudo do desempenho funcional de membro superior no tratamento de indivíduos hemiparéticos pós AVE. Fisioter Bras 2005;6:13-8. https://doi.org/10.33233/fb.v6i1.1953

Maki T, Quagliato EMAB, Cacho EWA, Paz LPS, Nascimento NH, Inoue MMEA, et al. Estudo de confiabilidade da aplicação da escala de fugl-meyer no Brasil. Rev Bras Fisioter 2006;10:177-83. https://doi.org/10.1590/s1413-35552006000200007

Woytowicz EJ, Rietschel JC, Goodman RN, Conroy SS, Sorkin JD, Whitall J, et al. Determining Levels of Upper Extremity Movement Impairment by Applying a Cluster Analysis to the Fugl-Meyer Assessment of the Upper Extremity in Chronic Stroke. Arch Phys Med Rehabil 2017;98:456-62. https://doi.org/10.1016/j.apmr.2016.06.023

Saliba VA, Magalhães LC, Faria CDCM, Laurentino GEC, Cassiano JG, Teixeira-Salmela LF. Adaptação transcultural e análise das propriedades psicométricas da versão brasileira do instrumento Motor Activity Log. Rev Panam Salud Publ 2011;30:262-71. https://iris.paho.org/handle/10665.2/9453

Bohannon RW, Smith MB. Interrater reliability of a modified Ashworth scale of muscle spasticity. Phis Ther 1987;67:206-7. https://doi.org/10.1093/ptj/67.2.206

Uswatte G, Taub E, Bowman MH, Delgado A, Bryson C, Morris DM, et al. Rehabilitation of stroke patients with plegic hands: Randomized controlled trial of expanded Constraint-Induced Movement therapy. Rest Neurol Neurosci 2018;36:225-44. https://doi.org/10.3233/rnn- 170792

Polese JC, Tonial A, Jung FK, Mazuco R, Oliveira SG, Schuster RC. Avaliação da funcionalidade de indivíduos acometidos por Acidente Vascular Encefálico. Rev Neurocienc 2008;16:175-8. https://doi.org/10.34024/rnc.2008.v16.8628

OPAS/OMS. HEARTS: Argumentos econômicos para o investimento (Internet). Paho.org. 2022 (acessado em: 01/11/2022. Disponível em: https://www.paho.org/pt/eventos/hearts-argumentos-economicos-para-investimento

Corbetta D, Sirtori V, Castellini G, Moja L, Gatti R. Constraint-induced Movement Therapy for Upper Extremities in People with Stroke. Cochrane Database Syst Rev 2015;8004433. https://doi.org/10.1002/14651858.cd004433.pub3

Etoom M, Hawamdeh M, Hawamdeh Z, Alwardat M, Giordani L, Bacciu S, et al. Constraint-induced movement therapy as a rehabilitation intervention for upper extremity in stroke patients. Inter J Rehab Res 2016;39:197-210. http://doi.org/10.1097/mrr.0000000000000169

Siebers A, Öberg U, Skargren E. The Effect of Modified Constraint-Induced Movement Therapy on Spasticity and Motor Function of the Affected Arm in Patients with Chronic Stroke. Physiother Can 2010;62:388-96. https://doi.org/10.3138/physio.62.4.388

Rijntjes M, Hobbeling V, Hamzei F, Dohse S, Ketels G, Liepert J, et al. Individual Factors in Constraint-Induced Movement Therapy after Stroke. Neurorehab Neural Repair 2005;19:238-49. https://doi.org/10.1177/1545968305279205

Smania N, Gandolfi M, Paolucci S, Iosa M, Ianes P, Recchia S, et al. Reduced-Intensity Modified Constraint-Induced Movement Therapy Versus Conventional Therapy for Upper Extremity Rehabilitation After Stroke: A Multicenter Trial. Neurorehab Neural Repair 2012;26:1035-45. https://doi.org/10.1177/1545968312446003

Magalhães JP, Letiere M, Silva AT, Kosour C, Reis LM. Efeito da Terapia de Restrição e Indução ao Movimento em Pacientes Hemiparéticos Crônicos Pós-AVC. Ver Neurocienc 2013;21:33388. https://doi.org/10.34024/rnc.2013.v21.8163

McIntyre A, Viana R, Janzen S, Mehta S, Pereira S, Teasell R. Systematic Review and Meta-Analysis of Constraint-Induced Movement Therapy in the Hemiparetic Upper Extremity More Than Six Months Post Stroke. Top Stroke Rehab 2012;19:499-513. https://doi.org/10.1310/tsr1906-499

Downloads

Publicado

2023-06-19

Como Citar

Carneiro, G. R. A., Nunes, L. M., & Gontijo Ribeiro, T. (2023). Terapia de Restrição e Indução ao Movimento na recuperação do membro superior acometido de indivíduos com AVC. Revista Neurociências, 31, 1–16. https://doi.org/10.34024/rnc.2023.v31.14922

Edição

Seção

Artigos Originais
Recebido: 2023-03-10
Aceito: 2023-06-07
Publicado: 2023-06-19

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)