Disfagia na fase aguda do AVC isquêmico em pacientes com e sem trombólise
DOI:
https://doi.org/10.34024/rnc.2023.v31.14745Palavras-chave:
AVC Isquêmico, Terapia Trombolítica, Transtornos De Deglutição, Deglutição, Fonoaudiologia, Nutrição EnteralResumo
Introdução. O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma condição que pode resultar em prejuízos neurológicos e levar à incapacidade funcional. A disfagia é uma alteração na biomecânica da deglutição e frequentemente pode estar presente em indivíduos acometidos por AVC. A trombólise endovenosa é o tratamento mais indicado e eficaz quando administrado no momento certo, restabelecendo o fluxo sanguíneo na área afetada. Objetivo. Comparar a incidência e o grau de severidade da disfagia e a necessidade de via alternativa de alimentação em pacientes trombolisados e não trombolisados acometidos por AVC isquêmico. Método. Estudo retrospectivo, quantitativo, comparativo, de análise de 331 prontuários de pacientes em fase aguda de AVCi, onde 98 realizaram tratamento trombolítico (G1) e 233 não realizaram o tratamento (G2). Os dados coletados em prontuário eletrônico foram: idade, sexo, realização ou não da trombólise, motivo da não trombólise, grau de disfagia, nível de dieta e AVC prévio. Foram realizadas análises descritivas e comparativas através do teste Quiquadrado de Pearson. Resultados. A incidência de disfagia nos dois grupos foi proporcional (G1=48% e G2=54,5%), entretanto, destacou-se a severidade da disfagia no G2 (48,8% disfagia severa) e a necessidade de via alternativa de alimentação (82,2%) em relação ao G1. Conclusão. Os indivíduos sem trombólise apresentam maior tendência a ocorrência de disfagia na fase aguda do AVCi, bem como pior grau de severidade em relação aos pacientes que realizaram a terapia trombolítica.
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Aceito: 2023-04-19
Publicado: 2023-05-05