Acurácia diagnóstica e risco de ventilação mecânica na síndrome de Guillain-Barré

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34024/rnc.2022.v30.13973

Palavras-chave:

Síndrome de Guillain-Barré, Ventilação Mecânica, Causalidade

Resumo

Introdução. A síndrome de Guillain-Barré (SGB) pode assumir variações regionais tanto em relação a antecedentes de exposição a doenças, manifestações clínicas e prognóstico. No entanto, ainda carecem evidências da heterogeneidade da SGB no Brasil. Objetivo. Determinar as características da SGB, incluindo fatores predisponentes, acurácia diagnóstica, risco de ventilação mecânica e comparar os resultados com outros estudos epidemiológicos regionais e internacionais. Método. Neste estudo transversal retrospectivo, realizamos uma busca documental de pacientes tratados com SGB. Após a avaliação da confiabilidade diagnóstica pelos Critérios de Brighton, os dados foram coletados através de revisão de prontuário por neurologistas. Comparamos o risco estimado para ventilação mecânica usando o Escore Erasmus de Insuficiência Respiratória (EGRIS) e o desfecho do paciente dentro da primeira semana. Resultados. Ao todo, 33 pacientes foram incluídos, com razoável acurácia diagnóstica na maioria dos pacientes (75%). 15,2% dos pacientes necessitaram de ventilação mecânica. Houve associação positiva (p=0,013) entre baixo risco e ausência de necessidade de ventilação mecânica. O gatilho imunológico mais comum foi a gastroenterite (30,3%), seguido por infecção de vias aéreas superiores (15,2%). Conclusões. Este estudo fornece a primeira evidência de que o EGRIS pode ser usado para identificar pacientes com baixo risco para ventilação mecânica uma amostra brasileira. Estudos prospectivos de coorte são necessários para confirmar esse achado. As características clínicas e epidemiológicas dos pacientes são consistentes com de outros estudos observacionais na América Latina, exceto pela predominância da gastroenterite como principal desencadeante imunológico, a qual também foi observada no Distrito Federal, em Lima e Bangladesh.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

Willison HJ, Jacobs BC, Doorn PA Van. Guillain-Barré syndrome. Lancet 2016;388:717-27. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(16)00339-1

Wijdicks EFM, Klein CJ. Guillain-Barré Syndrome. Mayo Clin Proc 2017;92:467-79. https://doi.org/10.1016/j.mayocp.2016.12.002

Donofrio PD. Guillain-Barré Syndrome. Contin (Minneap Minn) 2017;23:1295-309. https://doi.org/10.1212/CON.0000000000000513

Van Den Berg B, Walgaard C, Drenthen J, Fokke C, Jacobs BC, Van Doorn PA. Guillain-Barré syndrome: Pathogenesis, diagnosis, treatment and prognosis. Nat Rev Neurol 2014;10:469-82. https://doi.org/10.1038/nrneurol.2014.121

Esposito S, Longo MR. Autoimmunity Reviews Guillain – Barré syndrome. Autoimmun Rev 2017;16:96-101. http://doi.org/10.1016/j.autrev.2016.09.022

Walgaard C, Lingsma HF, Ruts L, Van Doorn PA, Steyerberg EW, Jacobs BC. Early recognition of poor prognosis in Guillain-Barré syndrome. Neurology 2011;76:968-75. https://doi.org/10.1212/WNL.0b013e3182104407

Leonhard SE, Mandarakas MR, Gondim FAA, Bateman K, Ferreira MLB, Cornblath DR, et al. Diagnosis and management of Guillain–Barré syndrome in ten steps. Nat Rev Neurol 2019;15:671-83. https://doi.org/10.1038/s41582-019-0250-9

Toscano G, Palmerini F, Ravaglia S, Ruiz L, Invernizzi P, Cuzzoni MG, et al. Guillain-Barré Syndrome Associated with SARS-CoV-2. N Engl J Med 2020;382:2574-6. https://doi.org/10.1056/NEJMc2009191

Zhao H, Shen D, Zhou H, Liu J, Chen S. Guillain-Barré syndrome associated with SARS-CoV-2 infection: causality or coincidence? Lancet Neurol 2020;19:383-4. https://doi.org/10.1016/S1474-4422(20)30109-5

Wakerley BR, Uncini A, Yuki N. Guillain-Barré and miller fisher syndromes - New diagnostic classification. Nat Rev Neurol 2014;10:537-44. https://doi.org10.1038/nrneurol.2014.138

McGrogan A, Madle GC, Seaman HE, De Vries CS. The epidemiology of Guillain-Barré syndrome worldwide: A systematic literature review. Neuroepidemiology 2009;32:150-63. https://doi.org/10.1159/000184748

Doets AY, Verboon C, van den Berg B, Harbo T, Cornblath DR, Willison HJ, et al. Regional variation of Guillain-Barré syndrome. Brain 2018;141:2866-77. https://doi.org/10.1093/brain/awy232

Wong AHY, Umapathi T, Shahrizaila N, Chan YC, Kokubun N, Fong MK, et al. The value of comparing mortality of Guillain-Barré syndrome across different regions. J Neurol Sci 2014;344:60-2. https://doi.org/10.1016/j.jns.2014.06.021

Fokke C, Van Den Berg B, Drenthen J, Walgaard C, Van Doorn PA, Jacobs BC. Diagnosis of Guillain-Barré syndrome and validation of Brighton criteria. Brain 2014;137:33-43. https://doi.org/10.1093/brain/awt285

Sejvar JJ, Kohl KS, Gidudu J, Amato A, Bakshi N, Baxter R, et al. Guillain-Barré syndrome and Fisher syndrome: Case definitions and guidelines for collection, analysis, and presentation of immunization safety data. Vaccine 2011;29:599-612. https://doi.org/10.1016/j.vaccine.2010.06.003

Asbury AK, Cornblath DR. Assessment of current diagnostic criteria for Guillain‐Barré syndrome. Ann Neurol 1990;27:S21-4. https://doi.org/10.1002/ana.410270707

Sejvar JJ, Baughman AL, Wise M, Morgan OW. Population incidence of Guillain-Barré syndrome: A systematic review and meta-analysis. Neuroepidemiology 2011;36:123-33. https://doi.org/10.1159/000324710

Dias-Tosta E, Kückelhaus CS. Guillain barré syndrome in a population less than 15 years old in Brazil. Arq Neuropsiquiatr 2002;60:367-73. https://doi.org/10.1590/S0004-282X2002000300005

Guimarães Rocha MS, Dozzi Brucki SM, De Siqueira Carvalho AA, Poti Lima ÚW. Epidemiologic features of Guillain-Barré syndrome in São Paulo, Brazil. Arq Neuropsiquiatr 2004;62:33-7. https://doi.org/10.1590/s0004-282x2004000100006

Dourado ME, Félix RH, da Silva WKA, Queiroz JW, Jeronimo SMB. Clinical characteristics of Guillain-Barré syndrome in a tropical country: A Brazilian experience. Acta Neurol Scand 2012;125:47-53. https://doi.org/10.1111/j.1600-0404.2011.01503.x

Oliveira DRCAB, Fernandez RNM, Grippe TC, Baião FS, Duarte RL, Fernandez DJ. Epidemiological and clinical aspects of Guillain-Barré syndrome and its variants. Arq Neuropsiquiatr 2021;79:497-503. https://doi.org/10.1590/0004-282X-ANP-2020-0314

Velásquez-Rimachi V, López-Saavedra AV, Rodriguez-López E, Elguera-Huaman H, Meza K, Alva-Díaz C, et al. Clinical-epidemiological characteristics associated with discharge outcomes and seasonality among surviving patients with Guillain-Barré syndrome in a national third-level Hospital, Lima, Perú. Arq Neuropsiquiatr 2021;79:697-704. https://doi.org/10.1590/0004-282X-ANP-2020-0154

Styczynski AR, Malta JMAS, Krow-Lucal ER, Percio J, Nóbrega ME, Vargas A, et al. Increased rates of Guillain-Barré syndrome associated with Zika virus outbreak in the Salvador metropolitan area, Brazil. PLoS Negl Trop Dis 2017;11:1-13. https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005869

Araujo LM, Ferreira MLB, Nascimento OJM. Síndrome de Guillain-Barré associada ao surto de infecção por vírus Zika no Brasil. Arq Neuropsiquiatr 2016;74:253-5. https://doi.org/10.1590/0004-282X20160035

Angelo JR, Fuller TL, Leandro BBS, Praça HLF, Marques RD, Ferreira JMC, et al. Neurological complications associated with emerging viruses in Brazil. Int J Gynecol Obstet 2020;148:70-5. https://doi.org/10.1002/ijgo.13050

Leonhard SE, Conde RM, Gondim FAA, Jacobs BC. Diagnosis and treatment of Guillain-Barré syndrome during the Zika virus epidemic in Brazil: A national survey study. J Peripher Nerv Syst 2019;24:340-7. https://doi.org/10.1111/jns.12358

Keesen TSL, Almeida RP, Gois BM, Peixoto RF, Pachá ASC, Vieira FCF, et al. Guillain-Barré syndrome and arboviral infection in Brazil. Lancet 2017;17:693-4. https://doi.org/10.1016/S1473-3099(17)30333-X

Vucic S, Kiernan MC, Cornblath DR. Guillain-Barré syndrome: An update. J Clin Neurosci 2009;16:733-41. https://doi.org/10.1016/j.jocn.2008.08.033

Walgaard C, Lingsma HF, Ruts L, Van Doorn PA, Steyerberg EW, Jacobs BC. Early recognition of poor prognosis in Guillain-Barré syndrome. Neurology 2011;76:968-75. https://doi.org/10.1212/WNL.0b013e3182104407

Downloads

Publicado

2022-12-29

Como Citar

Rabello, F. de A. P. C. J., Pupe, C. C. B. ., Jurno, M. E., Monteiro Júnior, R. S. ., Carneiro, L. S. R. de S. F. ., & Nascimento, O. J. M. . (2022). Acurácia diagnóstica e risco de ventilação mecânica na síndrome de Guillain-Barré. Revista Neurociências, 30, 1–19. https://doi.org/10.34024/rnc.2022.v30.13973

Edição

Seção

Artigos Originais
Recebido: 2022-06-03
Aceito: 2022-12-21
Publicado: 2022-12-29

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)