Distúrbios vocais associados ao AVC: uma revisão sistemática

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34024/rnc.2022.v30.12799

Palavras-chave:

Acidente Vascular Cerebral, Distúrbios da Voz, Voz, Fonoaudiologia

Resumo

Introdução. A voz é primordial para os seres humanos e depende da integridade das estruturas neurológicas e anatômicas relacionadas à fonação. Dentre as implicações do AVC associadas com a voz, os distúrbios vocais afetam diretamente a inteligibilidade da fala e a saúde vocal dos indivíduos. Objetivo. Apresentar evidências científicas com base em revisão sistemática da literatura (PRISMA) respondendo à seguinte pergunta norteadora: Quais os possíveis distúrbios vocais associados ao AVC? Método. A busca de artigos foi realizada nas bases de dados Scielo, Lilacs, Pubmed, Scopus, Bireme e Web Of Science, não houve restrição de localização, período e idioma. Para a seleção dos estudos foi utilizada a combinação baseada no Medical Subject Heading Terms (MeSH). Para complementar, foi realizada uma busca por literatura cinza no Google Scholar. Foram admitidos na pesquisa dois estudos que obtiveram pontuação ≥6 pontos segundo o protocolo para pontuação qualitativa proposto por Pithon et al. (2015). Foram identificados 181 artigos com potencial para inclusão, sendo dois correspondentes aos critérios de inclusão definidos e à pergunta norteadora. Resultados. Os sujeitos acometidos pelo AVC apresentaram aspectos de vozes rugosas, soprosas, instáveis e pastosas, às vezes tensas, além de lentidão e instabilidade no controle motor laríngeo. Não houve associação direta do comportamento vocal ao AVC com a topografia da lesão encefálica. Conclusão. Dentre os distúrbios vocais associados ao AVC, identificou-se a classificação regular da disartria espástica e flácida, seguida de aspectos vocais como a rugosidade, soprosidade, tensão vocal exagerada, instabilidade na emissão de vogais e velocidade reduzida.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

Laurenti R, Fonseca LA. A mortalidade por doença cardiovascular no Município de São Paulo em um período de 30 anos (1940-69). Arq Bras Cardiol 1976;29:855-8.

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/952626/

DeBaun MR, Jordan LC, King AA, Schatz J, Vichinsky E, Fox CK, et al. American Society of Hematology 2020 guidelines for sickle cell disease: prevention, diagnosis, and treatment of cerebrovascular disease in children and adults. Blood Adv 2020;4:1554–88. https://doi.org/10.1182/bloodadvances.2019001142

Word Health Organisation: WHO. The top 10 causes of death (endereço na Internet). (acessado em 2020). Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/the-top-10-causes-of-death

Silva RCD, Gurian JG, Curi M, Assis Timpone L, Judice MG, Arantes APF. Funcionalidade e qualidade de vida de indivíduos com AVC pós alta da UTI. Insp Movim Saúde 2019;19:1-18. https://www.inspirar.com.br/wp-content/uploads/2020/02/719.pdf

Lee MC, Klassen AC, Resch JA. Respiratory Pattern Disturbances in Ischemic Cerebral Vascular Disease. Stroke 1974;5:612-6. https://doi.org/10.1161/01.str.5.5.612

Perlman AL. Disorderes swallowing. In: Tomblin JB, Morris HL, Spriesterbach DC. Disgnosis in Speech - Language Pathology. San Diego: Ed. Singular Publishing Group, 1994; pp361-84.

Venketasubramanian N, Seshadri R, Chee N. Vocal cord paresis in acute ischemic stroke. Cerebrovasc Dis 1999;9:157-62. https://doi.org/10.1159/000015947

Bassi ERA, Mitre EI, Orate MA, Silva M, Arroyo MAS, Pereira MC. Associação entre disfagia e o topodiagnóstico da lesão encefálica pós-acidente vascular encefálico. Rev CEFAC 2004;6:135-42. https://www.fonovim.com.br/arquivos/8d30aeab1b78f3e01454eb799cd9aa80-Disfagias-no-A.V.C.pdf

Terroni LMN, Leite CC, Tinone G, Fráguas R. Depressão pós-AVC: Fatores de risco e terapêutica antidepressiva. Rev Assoc Med Bras 2003;49:450-9. https://doi.org/10.1590/S0104-42302003000400040

Girardon-Perlini NMOG, Faro ACM. Cuidar de pessoa incapacitada por acidente vascular cerebral no domicílio: o fazer do cuidador familiar. Rev Esc Enf USP 2005;2:154-63. https://doi.org/10.1590/S0080-62342005000200005

Arboix A, Marti-Vilalta JL, Garcia JH. Clinical study of 227 patients with lacunar infarcts. Stroke 1990;21:842-7. https://doi.org/10.1161/01.str.21.6.842

Darley FL, Aronson AE, Brown JR. Clusters of deviant speech dimensions in the dysarthrias. J Speech Hearing Res 1969;12:462-96. 10.1044/jshr.1203.462

Woodson G. Management of Neurologic Disorders of the Larynx. Ann Otol Rhinol Laryngol 2008;117:317-26. https://doi.org/10.1044/jshr.1203.462

Behlau M. Voz: O livro do especialista. São Paulo: Editora Revinter; 2001.

Arakawa-Sugeno L. Voz e deglutição de pacientes com e sem mobilidade laríngea após tireoidectomia (Tese). São Paulo: Universidade de São Paulo. 2007.

https://doi.org/10.11606/T.5.2008.tde-28052008-162841

Moher D, Shamseer L, Clarke M. Preferred reporting items for systematic review and meta-analysis protocols (PRISMA-P) 2015 statement. Syst Rev 2015;4:1. https://doi.org/10.1186/2046-4053-4-1

Pithon MM, Sant'anna LIDA, Baião FCS, Santos RL, Coqueiro RS, Maia LC. Assessment of the effectiveness of mouthwashes in reducing cariogenic biofilm in orthodontic patients: a systematic review. J Dentistr 2015;43:297-308.

https://doi.org/10.1016/j.jdent.2014.12.010

Godoy JF, Brasolotto AG, Berretin-Félix G, Fernandes AY. Neuroradiology and voice findings in stroke. CoDAS 2014;26:168-74. https://doi.org/10.1590/2317-1782/2014531in

Behlau M. Consensus Auditory - Perceptual Evaluation of Voice (CAPE-V), ASHA 2003. Refletindo sobre o novo. Rev Soc Bras Fonoaudiol 2004;9:187-9.

Wang YT, Kent RD, Kent JF, Duffy JR, Thomas JE. Acoustic analysis of voice in dysarthria following stroke. Clin Ling Phon 2009;23:335-47. https://doi.org/10.1080/02699200802688604

Kay Elemetrics Corp: Multi-Speech and CSL Software: Software Instruction Manual. Lincoln Park: Kay Elemetrics, 2004.

Marik PE. Aspiration pneumonitis and aspiration pneumonia. N Engl Med 2001;344:665-7.

https://doi.org/10.1056/NEJM200103013440908

Ortiz KZ. Avaliação das Disartrias. In: Ortiz KZ. Distúrbios Neurológicos Adquiridos: Fala e Deglutição. São Paulo: Ed. Manole. 2006; pp84-93.

Schalling E, Hammarberg B, Hartelius L. Perceptual and acoustic analysis of speech in individuals with spinocerebellar ataxia (SCA). Logoped Phoniatr 2007;32:31-46.

https://doi.org/10.1080/14015430600789203

Ribeiro AF, Ortiz KZ. Perfil populacional de pacientes com disartria atendidos em hospital terciário. Rev Soc Bras Fonoaudiol 2009;14:446-53. https://doi.org/10.1590/S1516-80342009000400004

Marrara JL. Padrão visual da dinâmica vocal como instrumento para diagnóstico da disfagia em pacientes com alterações neurológicas (Tese). São Paulo: Universidade de São Paulo; 2010. https://doi.org/10.11606/D.18.2010.tde-06052010-160149

Maynard MT, Shon RY. Linguagem e funcionalidade de adultos pós-Acidente Vascular Encefálico (AVE): avaliação baseada na Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). In: CoDAS; Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia; 2007.

Urban PP, Rolke R, Wicht S, Keilmann A, Stoeter P, Hopf HC, et al. Left-hemispheric dominance for articulation: a prospective study on acute ischaemic dysarthria at different localizations. Brain 2006;129:767-77. https://doi.org/10.1093/brain/awh708

Verdonck-de Leeuw IM, Mahieu HF. Vocal aging and the impact on daily life: a longitudinal study. J Voice 2004;18:193-202. https://doi.org/10.1016/j.jvoice.2003.10.002

Ryan WJ, Burk KW. Perceptual and acoustic correlates of aging in the speech of males. J Comm Dis 1974;7:181-92. https://doi.org/10.1016/0021-9924(74)90030-6

Kent RD, Kent JF, Duffy J, Weismer G. The dysarthrias: speech-voice profiles, related dysfunctions, and neuropathology. J Med Speech-lang Pathol 1998;6;165-211.

https://psycnet.apa.org/record/1999-10721-001

Kent RD, Kent JF, Duffy JR, Thomas JE, Weismer G, Stuntebeck S. Ataxic dysarthria. J Speech Lang Hearing Res 2000;43:1275-89. https://doi.org/10.1044/jslhr.4305.1275

Abberton E. Phonetic considerations in the design of voice assessment material. Logoped Phoniatr Vocol 2005;30:175-80. https://doi.org/10.1080/14015430500298123

Andrade LGC. Estudo da Correlação entre Qualidade Vocal e Disfagia Pós-Acidente Vascular Cerebral: Aspectos Acústicos, Fisiológicos e Perceptivos (Dissertação). São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. 2004. https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/13822

Pereira AC, Brasolotto AG, Berretin-Felix G, Padovani CR. Diadococinesia oral e laríngea em pacientes pós-acidente vascular encefálico. Prófono 2004;16:283-92.

https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-398004 36.Padovani M, Gielow I, Behlau M. Phonarticulatory diadochokinesis in young and elderly individuals. Arq Neuropsiquiatr 2009;67:58-61. https://doi.org/10.1590/s0004-282x2009000100015

Depret MMP. Análise da diadococinesia articulatória e laríngea em indivíduos com e sem transtornos neurológicos (Dissertação). São Paulo: Universidade Federal de São Paulo. 2005. http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/20672

Urban PP, Wicht S, Vukurevic G, Fitzek C, Fitzek S, Stoeter P, et al. Dysarthria in acute ischemic stroke: lesion topography, clinicoradiologic correlation, and etiology. Neurology 2001;56:1021-7. https://doi.org/10.1212/wnl.56.8.1021

Cohen SM, Elackattu A, Noordzij JP, Walsh MJ, Langmore SE. Palliative Treatment of Dysphonia and Dysarthria. Otolaryngol Clin North Am 2009;42:107-21.

https://doi.org/10.1016/j.otc.2008.09.010

Downloads

Publicado

2022-02-17

Como Citar

Vitorio Ymai Rosendo, . B., Faustino Gonçalves , L., de Paiva, K. M. ., & Haas, P. (2022). Distúrbios vocais associados ao AVC: uma revisão sistemática. Revista Neurociências, 30, 1–20. https://doi.org/10.34024/rnc.2022.v30.12799

Edição

Seção

Revisão Sistemática
Recebido: 2021-10-08
Aceito: 2022-01-27
Publicado: 2022-02-17

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>