Comparação entre GMFCS e CIF na avaliação da funcionalidade na paralisia cerebral

Autores

  • Débora Taís Seifert Queiroz
  • Arthur Cherem Netto Fernandes
  • Murilo Santos de Carvalho
  • Guilherme Grivicich da Silva Unisinos
  • Alessandra Bombarda Müller Unisinos

DOI:

https://doi.org/10.34024/rnc.2020.v28.10972

Palavras-chave:

Paralisia Cerebral;, Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde;, Espasticidade Muscular.

Resumo

Introdução. A Paralisia Cerebral (PC) pode causar deformidades e movimentos atípicos que interferem na aquisição das funções motoras da criança. Objetivo. Foi comparar dois instrumentos mundialmente utilizados para avaliação da funcionalidade de crianças e adolescentes com PC. Método. Estudo realizado com 38 crianças com PC, de ambos os sexos, em fisioterapia semanalmente. Foram utilizados os instrumentos GMFCS e CIF-CJ para a avaliação da funcionalidade. Resultados. As crianças apresentaram: 68,4% (n=26) comprometimento nos quatro membros (tetraparesia); 36,8% (n=14) comprometimento funcional grave com comorbidades associadas. Na comparação entre funcionalidade e funções do corpo, foram encontradas diferenças entre as cinco classificações funcionais e as funções intelectuais (p=0,009), funções mentais da linguagem (p=0,010), funções da mobilidade das articulações (p<0,001), funções do tônus muscular (p<0,001) e funções relacionadas ao controle dos movimentos voluntários  (p<0,001). Na comparação entre funcionalidade e atividades e participação, foram encontradas diferenças entre as cinco classificações funcionais e a manutenção da posição do corpo (p<0,001), uso fino da mão (p<0,001), andar (p<0,001), deslocar-se por diferentes locais (p<0,001), comer (p=0,010), interações interpessoais básicas (p=0,005) e relações familiares (p=0,004). Quanto maior o comprometimento funcional, maior o grau de comprometimento da deficiência dessas crianças nas funções do corpo, atividades e participação e fatores ambientais. Conclusão. Os dois instrumentos são complementares na avaliação da criança com PC e podem respaldar o raciocínio clínico para tomada de decisões dos profissionais que os assistem, bem como nortear políticas públicas para a promoção da qualidade de vida dessa população.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

Polita NB, Tacla MTGM. Rede e apoio social às famílias de crianças com paralisia cerebral. Esc Anna Nery Revista de Enfermagem 2014; 18:75-81. http://dx.doi.org/10.5935/1414-8145.20140011

Reitz GS, Chirolli MJ, Gantzel LC, Lunardelli BS, Pereira SM, Roesler H. Efeitos da prática do suporte de peso corporal em crianças com paralisia cerebral: uma série de casos. Rev Pesq Fisioterap 2018;8:397-403. http://dx.doi.org/10.17267/2238-2704rpf.v8i3.1982

Ferreira MC, Di Naccio BL, Otsuka MYC, Barbosa AM, Corrêa PFL, Gardenghi G. Avaliação do índice de sobrecarga de cuidadores primários de crianças com paralisia cerebral e sua relação com a qualidade de vida e aspectos socioeconômico. Rev Acta Fisiatr 2015;22:9-13. https://doi.org/10.5935/0104-7795.20150003

Oliveira AIA, Assis GJA, Garotti MF. Tecnologias no ensino de crianças com paralisia cerebral. Rev Bras Edu Esp 2014;20:85-102. https://doi.org/10.1590/S1413-65382014000100007

Graham H, Rosenbaum P, Paneth N, Dan B, Lin JP, Damiano DL, et al. Cerebral palsy. Nat Rev Dis Primers 2016;2:15082. https://doi.org/10.1038/nrdp.2015.82

Labaf S, Shamsoddini A, Hollisaz MT, Sobhani V, Shakibaee A. Effects of Neurodevelopmental Therapy on Gross Motor Function in Children with Cerebral Palsy. Iran J Child Neurol 2015;9:36-41. http://journals.sbmu.ac.ir/ijcn/article/view/6165/7031

Herskind A, Greisen G, Nielsen JB. Early identification and intervention in cerebral palsy. Rev Dev Med Child Neurol 2014;57:29-36. https://doi.org/10.1111/dmcn.12531

Silva DBR, Dias LB, Pfeifer LI. Confiabilidade do Sistema de Classificação da Função Motora Grossa Ampliado e Revisto (GMFCS E & R) entre estudantes e profissionais de saúde no Brasil. Fisioter Pesq 2016;23:142-7.

https://doi.org/10.1590/1809-2950/14396823022016

Santos PD, Silva FC, Ferreira EG, Iop RR, Bento GG, Silva R. Instrumentos que avaliam a independência funcional em crianças com paralisia cerebral: uma revisão sistemática de estudos observacionais. Fisioter Pesq 2016;23:318-28. https://doi.org/10.1590/1809-2950/15260723032016

Palisano R, Rosenbaum P, Walter S, Russel D, Wood E, Galuppi B. GMFCS – E & R Sistema de Classificação da Função Motora Grossa Ampliado e Revisto. Hamilton: CanChild Centre for Childhood Disability Research, McMaster University. 2007. https://canchild.ca/system/tenon/assets/attachments/000/000/075/original/GMFCS-ER_Translation-Portuguese2.pdf

Organização Mundial de Saúde. CIF: classificação internacional de funcionalidade, incapacidade e saúde. São Paulo: Editora USP, 2003.

Mukhtiar K, Ibrahim S, Ahmed M. Application of CF-CY Core Sets in Children with Spastic Cerebral Palsy. J Ped Neurol 2020;18:17-21. https://doi.org/10.1055/s-0039-1685157

Schiariti V, Selb M, Cieza A, O'Donnell M. International Classification of Functioning, Disability and Health Core Sets for children and youth with cerebral palsy: a consensus meeting. Dev Med Child Neurol 2015;57:149-58. https://doi.org/10.1111/dmcn.12551

Oliveira LS, Golin MO. Técnica para redução do tônus e alongamento muscular passivo: efeitos na amplitude de movimento de crianças com paralisia cerebral espástica. ABCS Health Sci 2017;42:27-33. https://doi.org/10.7322/abcshs.v42i1.946

Santos RA, Silva VR, Santos JP, Siqueira NA. Perfil epidemiológico e assistência à saúde de crianças e adolescentes com paralisia cerebral em um município do ES. Rev Resid Ped 2019;9:252-60. https://doi.org/10.25060/residpediatr-2019.v9n3-10

Guimarães CL, Pizzolatto TCO, Coelho ACS, Freitas STT. Aspectos clínicos epidemiológicos de crianças com paralisia cerebral assistidas pela clínica escola de Fisioterapia UNIP-São José dos Campos. J Health Sci Inst 2014;32:281-5.

https://www.unip.br/presencial/comunicacao/publicacoes/ics/edicoes/2014/03_jul-set/V32_n3_2014_p281a285.pdf

Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes de atenção à pessoa com paralisia cerebral. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_paralisia_cerebral.pdf

Gómez MES, Quintero LCB, Poveda IGG, Ortiz PVR, Jaramillo LFG, Gómez MAB, et al. Rasgos característicos del comportamiento motor del niño con prematurez durante los primeros meses de vida posnatal: Una revisión de la literatura. Rehabilitación 2020;54:31-40. https://doi.org/10.1016/j.rh.2019.09.004

Heathcock JC, Baranet K, Ferrante R, Hendershot S. Daily Intervention for Young Children With Cerebral Palsy in GMFCS Level V: A Case Series. Pediatr Phys Ther 2015;27:285-92. https://doi.org/10.1097/PEP.0000000000000149

Garfinkle J, Wintermark P, Shevell MI, Oskou M. Cerebral palsy after neonatal encephalopathy: do neonates with suspected asphyxia have worse outcomes? Dev Med Child Neurol 2015;58:189-94. https://doi.org/10.1111/dmcn.12953

Xavier CL, Brito JNPO, Moura MEB, Abreu BAL, Brito ES. Condições de saúde da criança acometida por paralisia cerebral na Estratégia Saúde da Família. Rev Pesq Cuidado Fund 2014;6:22-33. https://www.redalyc.org/pdf/5057/505750772003.pdf

Verdiani MB, Gomes JL, Nishida MH, Marinho MP, Braga DM. Aplicabilidade da CIF baseada nos objetivos funcionais na Paralisia Cerebral. Rev Cien CIF Brasil 2016;5:2-14. http://www.revistacifbrasil.com.br/ojs/index.php/CIFBrasil/article/view/30

Ferreira HNC, Cirne GNM, Pereira AS, Lima NMFV, Cacho RO, Cacho EWA. Upper extremity motor quality evaluation in children with Cerebral Palsy. Fisioter Mov 2017;30:277-84. https://doi.org/10.1590/1980-5918.030.s01.ao27

Souza NP, Alpino MAS. Avaliação de Crianças com Diparesia Espástica Segundo a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). Rev Bras Edu Esp 2015;21:199-212. https://doi.org/10.1590/S1413-65382115000200003

Borba LS, Pereira KRG, Valentini NC. Motor and cognitive development predictors of infants of adolescents and adults mothers. J Phys Edu 2017;28:1-16. https://doi.org/10.5007/1980-0037.2015v17n4p438

Maia TSA, Silva Júnior RA, Silva ER, Medeiros C, Wanderley Filho HM. Avaliação da função motora grossa em pacientes com encefalopatia crônica não progressiva da infância com o uso da suit terapia. Fisiot Brasil 2018;19:33-42. https://doi.org/10.33233/fb.v19i5.2596

Downloads

Publicado

2020-10-19

Como Citar

Taís Seifert Queiroz, D. ., Cherem Netto Fernandes, A., Santos de Carvalho, M., Grivicich da Silva, G., & Bombarda Müller, A. (2020). Comparação entre GMFCS e CIF na avaliação da funcionalidade na paralisia cerebral. Revista Neurociências, 28, 1–27. https://doi.org/10.34024/rnc.2020.v28.10972

Edição

Seção

Artigos Originais
Recebido: 2020-07-27
Aceito: 2020-10-05
Publicado: 2020-10-19

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)