Ausência de conflitos
relação entre religião e ciência na formação universitária
DOI:
https://doi.org/10.34024/rnc.2005.v13.10349Palavras-chave:
Ciência, Religião, Educação, ConhecimentoResumo
Introdução: O presente trabalho, refere-se ao estudo sobre as representações entre diferentes formas de conhecimento, ciência e religião, junto aos alunos de Psicologia de uma universidade particular, laica, de São Paulo, verificando se o curso favorece ou não a formação de conflitos. O objetivo é verificar se os alunos são conduzidos à obtenção de novas posturas, novos modos de pensar, novas “vias do olhar”. Métodos: Foram realizadas cinco entrevistas semi-abertas, baseadas num roteiro pré-estabelecido, com alunos do 3º ano de Psicologia. Resultados: Para eles, embora o conhecimento associado à religião apresente-se como dogmático, surpreendentemente não conflitua com o conhecimento científico, oferecendo um conhecimento complementar. De um lado utilizam-se da religião para suprir necessidades de bem estar, proteção, meditação e como alimento para a alma. De outro, a ciência oferece um conhecimento mais concreto, sem interferir na fé, mas sem provocar convicções mais profundas. Acreditam que a ciência traz conflitos somente no começo da formação acadêmica, e aprendem a separar ciência da religião no decorrer do curso. O conhecimento, nestas duas modalidades, se apresenta como algo individual, não se percebendo sua dimensão social e interferências ideológicas. Conclusão: Concluímos que num curso superior, como nos cursos de Psicologia, há grandes dificuldades para a instalação de uma visão crítica em relação ao conhecimento, seja quanto às suas diferentes modalidades, seja quanto ao seu uso. Tal cenário indica a necessidade da formação de mais áreas de “conflito” na formação acadêmica, na direção de efetivamente conduzir a um profissional instrumentalizado para uma posição crítica também como cidadão.
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Publicado: 2005-09-30