A experiência literária em O caminhão, de Marguerite Duras: questões sobre a cultura e a arte

Autores

  • Lara Rodrigues Silva Universidade Federal de Uberlândia

DOI:

https://doi.org/10.34024/limiar.2019.v6.9562

Palavras-chave:

Escrita – Experiência Literária – Desobramento – Cultura – Arte

Resumo

Segundo Maurice Blanchot, as conjunturas históricas influenciam os movimentos artísticos e acabam por lhes darem forma. O autor observa que a literatura (as artes em geral) caminha rumo ao seu desaparecimento. Segundo o escritor, o que verdadeiramente importa na arte é a experiência: o exercício de buscar a obra e, por esse meio, torná-la possível como uma paixão inútil fora da excelência de um poder e de um objeto de uso, numa contemplação que se basta, direcionada, unicamente, ao seu próprio fim. À vista disso, Marguerite Duras escreve, produz e dirige, em 1977, a obra, livro e filme (ou livro/filme) O caminhão, que atravessa a experiência noturna própria da arte, possibilitando, desse modo, pensar em questões pertinentes às relações entre a cultura e a arte.

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Publicado

2019-11-25

Como Citar

Silva, L. R. (2019). A experiência literária em O caminhão, de Marguerite Duras: questões sobre a cultura e a arte. Revista Limiar, 6(12), 196–218. https://doi.org/10.34024/limiar.2019.v6.9562