Eros e feminino: crítica espistemológica benjaminiana

Autores

  • Diego Rogério Ramos Doutorando pelo Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP).

DOI:

https://doi.org/10.34024/limiar.2018.v5.9499

Palavras-chave:

Benjamin, Crítica, Lógica, Masculino, Feminino

Resumo

Trata-se de apresentar aspectos da crítica à lógica elaborada por Walter Benjamin em alguns textos de juventude. Partindo do texto “Über den Kreter”, no qual Benjamin reflete sobre o paradoxo do cretense, apresentamos a necessidade imanente de uma crítica epistemológica à lógica. Seguimos essa senda recorrendo ao texto “Sokrates”, no qual Benjamin caracteriza o discurso e a figura de Sócrates. O discurso socrático forçaria os conteúdos eidéticos a uma apresentação lógica, atuando segundo os princípios de identidade, unidade e abstração. Sócrates seria o protótipo mítico de uma estrutura de pensamento e apreensão do mundo especificamente masculina. Diversamente, pode-se pensar em uma disposição feminina, cuja origem mítica poderia remontar a Safo, figura especialmente tematizada por Benjamin em dois aforismos de “Metaphysik der Jugend”. O que Benjamin apresenta é uma específica relação com a linguagem, que não reduz a expressão à simples comunicação representativa, relação que libertaria a linguagem das expectativas da lógica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BARRENTO, João. (2013). Limiares sobre Walter Benjamin. Florianópolis: Editora da UFSC.
BENJAMIN, Walter. (1977). Gesammelte Schriften, Band II. Berlin: Suhrkamp .
______. (1995). Obras Escolhidas I - Magia e Arte, Técnica e Política. (S. P. Rouanet, Trad.) São Paulo: Brasiliense.
______. (1996). Selected Writings - Volume 1, 1913-1926. (M. BULLOCK, & M. JENNINGS, Eds.) Cambridge; London: Harvard University Press.
______. (2002) Reflexões sobre a criança, o Brinquedo e a Educação. São Paulo: Editora 34. 2002
______. (2011). Escritos sobre Mito e Linguagem. (J. M. Gagnebin, Ed., S. K. Lages, & E. Chaves, Trads.) São Paulo: Duas Cidades; Ed. 34.
______.; et al.. (1979). Textos Escolhidos, Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural.
BUCK-MORSS, Susan. (1977). The Origin of Negative Dialectics. New York: The Free Press.
CHAVES, Ernani. (1994). Mito e Política: Notas sobre o Conceito de Destino no "jovem" Benjamin. Trans/Form/Ação, nº 17, págs. 15-30.
GAGNEBIN, Jeanne Marie. (2014). Limiar, Aura e Rememoração - Ensaios sobre Walter Benjamin. São Paulo: Editora 34.
HABERMAS, Jürgen. (2000). O Discurso Filosófico da Modernidade. (L. S. REPA, & R. NASCIMENTO, Trads.) São Paulo: Martins Fontes.
MATOS, Olgária. (1989). Os Arcanos do Inteiramente Outro. São Paulo: Brasiliense.
______. (1999). O Iluminismo Visionário. São Paulo: Brasiliense.
______. (2006). Discretas Esperanças. São Paulo: Nova Alexandria.
______. (2010). Benjaminianas - Cultura Capitalista e Fetichismo Contemporâneo. São Paulo: Editora UNESP.
MENNINGHAUS, Winfred. (1980). Walter Benjamins Theorie der Sprachmagie. Berlin: Suhrkamp.
NIETZSCHE, Friederich. (2007). O Nascimento da Tragédia. (J. Guinsburg, Trad.) São Paulo: Companhia das Letras.
OPITZ, Michael; WIZISLA, Erdmut. (2000). Benjamins Begriffe. Frankfurt: Suhrkamp Verlag.
PINHEIRO MACHADO, Francisco De Ambrosis. (2004). Imanência e História: a crítica do conhecimento em Walter Benjamin. Belo Horizonte: UFMG.
SELIGMAN-SILVA, Marcio. (. (2007). Leituras de Walter Benjamin. São Paulo: Annablume.
SMITH, Gary. (1988). On Walter Benjamin. Cambridge: MIT Press.
PLATÂO. (2003). Apologia de Sócrates. São Paulo: L&PM.

Downloads

Publicado

2018-12-20

Como Citar

Ramos, D. R. (2018). Eros e feminino: crítica espistemológica benjaminiana. Revista Limiar, 5(10), 202–219. https://doi.org/10.34024/limiar.2018.v5.9499