Não há trágico na indústria cultural:
Nietzsche e Adorno, mais uma vez.
DOI:
https://doi.org/10.34024/limiar.2014.v1.9280Palavras-chave:
indústria cultural, trágico, conformismo, resignação, lutaResumo
O presente artigo tem como objetivo entender uma passagem do capítulo “Indústria cultural”, da Dialética do esclarecimento, de Adorno e Horkheimer, na qual afirma-se que “não há trágico na indústria cultural”. Adorno, o principal responsável por este capítulo, cita um trecho do Crepúsculo dos ídolos, de Nietzsche, para fundamentar esta afirmação. Segundo Adorno, a indústria cultural elimina do seu horizonte a ideia do trágico como luta e resistência, em nome do conformismo e da resignação. Esta compreensão do trágico, para Adorno, ainda se encontra presente, de maneira clara e decisiva, em Nietzsche. Pretendemos mostrar em que medida a perspectiva de Nietzsche pode, de fato, corroborar a compreensão de Adorno.
Downloads
Referências
ADORNO, Theodor W. e HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1986.
BENJAMIN, Walter. Briefe 2, Frankfurt: Suhrkamp, 1978.
CHAVES, Ernani. “Das Tragische, das Genie, der Held: Nietzsches Auseinandersetzung mit Ernest Renan in der Götzendämmerung”. In: Renate Reschke; Volker Gerhardt. (Org.). Nietzsche Forschung. Nietzsche im Film. Projektionen und Göttzendämmerung. Berlin: Akademie Verlag, v. 16. 2009.
________. “Entladung como Auslösung na Genealogia da Moral, de Nietzsche”. In: GARCIA, André L. M. e ANGIONI, Lucas (Orgs.), Labirintos da Filosofia: Festschrift aos 60 anos de Oswaldo Giacóia Jr., Campinas: Editora Phi. 2014.
CHAVES, Ernani e SENA, Allan D. S.. “Nem gênio, nem herói: Nietzsche, Renan e a figura de Jesus”. Aurora. Revista de Filosofia, v. 20. 2008.
HORKHEIMER, Max. Gesammelte Schriften. Briefwechsel 1937-1940, Frankfurt: Fischer, Band 16. 1995.
MACHADO, Roberto. O nascimento do trágico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor. 2006.
NIETZSCHE, Friedrich. Kritische Studienausgabe, Berlin/München/New York: Walter de Gruyter/DTV, Band 6. 1988.
NIETZSCHE, Friedrich (1992), O nascimento da tragédia, São Paulo: Companhia das Letras. 1992.
________. Crepúsculo de los ídolos. Madrid: Alianza Editorial. 1996.
________. O caso Wagner. São Paulo: Companhia das Letras. 1999.
________. Genealogia da moral, São Paulo: Companhia das Letras. 2006.
________. Crepúsculo dos Ídolos. São Paulo: Companhia das Letras. 2006.
________. O Anticristo. São Paulo: Companhia das Letras. 2007.
SZONDI, Peter. Ensaio sobre o trágico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor. 2003.
WIGGERHAUS, Rolf. A escola de Frankfurt. História, desenvolvimento teórico, significação política. Rio de Janeiro: DIFEL. 2002..
WOTLING, Patrick. Nietzsche et le problème de la civilization. Paris: PUF. 1995.