Não há trágico na indústria cultural:

Nietzsche e Adorno, mais uma vez.

Autores

  • Ernani Chaves Professor da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal do Pará.

DOI:

https://doi.org/10.34024/limiar.2014.v1.9280

Palavras-chave:

indústria cultural, trágico, conformismo, resignação, luta

Resumo

O presente artigo tem como objetivo entender uma passagem do capítulo “Indústria cultural”, da Dialética do esclarecimento, de Adorno e Horkheimer, na qual afirma-se que “não há trágico na indústria cultural”. Adorno, o principal responsável por este capítulo, cita um trecho do Crepúsculo dos ídolos, de Nietzsche, para fundamentar esta afirmação. Segundo Adorno, a indústria cultural elimina do seu horizonte a ideia do trágico como luta e resistência, em nome do conformismo e da resignação. Esta compreensão do trágico, para Adorno, ainda se encontra presente, de maneira clara e decisiva, em Nietzsche. Pretendemos mostrar em que medida a perspectiva de Nietzsche pode, de fato, corroborar a compreensão de Adorno.

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Publicado

2019-03-24

Como Citar

Chaves, E. (2019). Não há trágico na indústria cultural:: Nietzsche e Adorno, mais uma vez. Revista Limiar, 1(2), 259–277. https://doi.org/10.34024/limiar.2014.v1.9280