Montaigne e a utilidade dos saberes
DOI:
https://doi.org/10.34024/limiar.2014.v2.9268Palavras-chave:
Montaigne, filosofia, ética, utilidade, julgamentoResumo
Nos Ensaios, a partir da crítica aos estudos liberais e às ciências, são mobilizados argumentos em torno da utilidade do saber. Montaigne faz ver que a utilidade do saber reside no exercício ético reflexivo que promove, daí, o revés crítico estender-se também à inoperância moral da filosofia da eschole. A “verdadeira filosofia”, acessível quando à maneira montaigniana, assume o posto de mais prioritária e útil por disponibilizar subsídios para a moralidade. Abdicando de prescrições normativas, a investigação filosófica relativa à ética engendra uma sabedoria voltada para o bem viver. É este ganho reflexivo e prático que instaura a “verdadeira filosofia” como formadora da conduta e do julgamento.
Downloads
Referências
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim. São Paulo, Abril Cultural, 1979.
BRANDÃO, C. A. L. Quid Tum? O combate da arte em Leon Battista Alberti. Belo Horizonte, Ed. Unesp, 2000.
CARDOSO, S. Montaigne: uma ética para além do humanismo. O que nos faz Pensar, Cadernos do Departamento de Filosofia da PUC-Rio, RJ, nº 27, p. 257-278, maio 2010. EVA, L. A figura do filósofo: ceticismo e subjetividade em Montaigne. São Paulo, Loyola, 2007.
GARIN, Eugenio. Idade Média e Renascimento. Tradução de Isabel Teresa Santos e Hossein S. Shooja. Lisboa, Estampa, 1994.
______. L’Education de l’homme moderne: la pédagogie de la Renaissance 1400-1600. Tradução de Jacqueline Humbert. Paris, Fayard, 1968.
HADOT. P. La philosophie comme manière de vivre. Paris, Albin Michel, 2001.
KRISTELLER, P. O. Humanism. In: SCHMITT, C. B.; SKINNER, Q.;
KESSLER, E. (Ed.). The Cambridge history of Renaissance philosophy. Cambridge University Press, 2000.
______. Humanism and Moral Philosophy. In: RABIL Jr., A. (Ed.) Renaissance Humanism. Foundations, forms and legacy. Philadelphia, University of Pennsylvania Press, 1991. v.3.
MONTAIGNE, M. Les Essais. Éd. Pierre Villey. Paris, PUF, 1999. v. I.
______. Les Essais. Éd. Pierre Villey. Paris, PUF, 1999. v. II.
______. Les Essais. Éd. Pierre Villey. Paris, PUF, 2002. v. III.
______. Os Ensaios. Tradução de Rosemary C. Abílio. São Paulo, Martins Fontes, 2002. v. I.
______. Os Ensaios. Tradução de Rosemary C. Abílio. São Paulo, Martins Fontes, 2000. v. II.
______. Os Ensaios. Tradução de Rosemary C. Abílio. São Paulo, Martins Fontes, 2001. v. III.
ORIONE, E. J. de M. A meditação da morte em Montaigne. Tese (Doutorado em Filosofia) – Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP), 2012.
PINTO, Fabrina M. O De ratione studii (ou Plano de Estudos), de Erasmo de Rotterdam. Letras Clássicas, São Paulo, v. 13, p. 29-47, 2013.
RUMMEL, E. The humanist-scholastic debate in the Rainassenc and reformation. Cambridge, Harvard University Pres. 1998.
SCORALICK, A. Experiência e moralidade no último dos Ensaios de Montaigne. Dissertação (Mestrado em Filosofia) – Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, São Paulo (FFLCH/USP), 2008.
VAZ, L. A simulação da morte: versão e aversão em Montaigne. São Paulo, Perspectiva, 2011.