Graça e Sprezzatura em Baldassar Castiglione

Autores

  • Maria Teresa Ricci CERS-Université François Rabelais, Tours
  • Cristiane Maria Rebello Nascimento

DOI:

https://doi.org/10.34024/limiar.2014.v2.9266

Palavras-chave:

sociedade de corte, cortesão, saber viver, grazia, sprezzatura

Resumo

Partindo da análise da etimologia da palavra “graça”, a autora analisa a teoria de Castiglione, condensada na frase “quem tem graça, é grato”, que indica tanto um sentido ativo, quanto um sentido passivo da palavra “graça”. Para receber a graça de seu príncipe, o nobre cortesão deve ser gracioso. A “graça”, portanto, torna-se um ornamento e uma estratégia. A “graça” nasce de uma “regra universal”: evitar afetação e demonstrar certa indiferença – sprezzatura. Sprezzatura, que implica disprezzo, desdém, é dissimulação da arte e similação de natureza. É o produto de uma longa “fadiga” que deve ficar completamente escondida. A “graça” pode ser, deste modo, resumida no oxímoro: arte sem arte.

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Referências

Os trabalhos consagrados à obra de Castiglione são inúmeros. Para uma bibliografia recente consultar o livro de A. Quondam. “Questo povero Cortigiano”. Castiglione, il libro, la Storia, Bulzoni, Roma, 2000. Propomos aqui uma lista reduzida de trabalhos que tratam especificamente do tema da “graça”.

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Publicado

2019-03-24

Como Citar

Ricci, M. T., & Nascimento, C. M. R. (2019). Graça e Sprezzatura em Baldassar Castiglione. Revista Limiar, 2(3), 5–31. https://doi.org/10.34024/limiar.2014.v2.9266

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