A DIGESTÃO E A REPRODUÇÃO DO CENTAURO:

O A PRIORI HISTÓRICO EM FOUCAULT

Autores

  • Philippe Oliveira de Almeida Doutorando Faculdade de Direito - UFMG

DOI:

https://doi.org/10.34024/limiar.2015.v2.9257

Palavras-chave:

Foucault, Arqueologia do Saber, a priori histórico

Resumo

O artigo seguinte objetiva investigar a categoria de a priori histórico no pensamento do fi lósofo francês Michel Foucault. Pretendemos mostrar que há um sistema epistemológico subjacente à atividade arqueológica de Foucault. Mostramos que Foucault, inspirado em Nietzsche, entende as ideias como fatos históricos, acontecimentos discursivos. Em seguida, argumentamos que a manifestação de referidos acontecimentos discursivos depende de condições históricas de possibilidade (a éphisteme). Sugerimos que o a priori histórico de Foucault assemelha-se à Ereignis de Heidegger e aos jogos de linguagem de Wittgenstein: são jogos de verdade, regras para que o ente surja qua ente na percepção do sujeito. O a priori histórico defi ne, baseado em relações de poder, os limites móveis entre o conhecimento verdadeiro e o conhecimento falso.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALVES, Marco Antônio Sousa. O autor e a obra Como funções do discurso em Michel Foucault. Disponível em http://www.academia.edu/2543068/O_autor_e_a_obra_

como_funcoes_do_discurso_em_Michel_Foucault, acessado em 30 de março de 2013.

APEL, Karl-Otto. Wittgenstein e Heidegger – A pergunta pelo sentido do ser e a suspeita de falta de sentido contra toda metafísica. Transformação da fi losofi a I: fi losofi a analítica, semiótica, hermenêutica. São Paulo: Loyola, 2000.

BAKER, Gordon. Wittgenstein’s ‘Depth Grammar’. Wittgenstein’s method: neglected aspects: essays on Wittgenstein. Org. Katherine J. Morris. Malden; Oxford; Victoria: Blackwell, 2006.

BLOOM, Harold. Como e por que ler. Tradução de José Roberto O’Shea. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

CANDIOTTO, Cesar. Foucault e a crítica da verdade. Belo Horizonte: Autêntica Editora; Curitiba: Champagnat, 2010.

CASTRO, Edgardo. Vocabulário de Foucault – Um percurso pelos seus temas, conceitos e autores. Tradução de Ingrid Müller Xavier. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2005.

DROIT, Roger-Pol. A companhia dos fi lósofos. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

FIGUEIREDO, Luís Claudio. Foucault e Heidegger. A ética e as formas históricas do habitar (e do não habitar). Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 7 (1-2),

outubro de 1995, p. 140. Disponível em <http://www.ffl ch.usp.br/sociologia/ temposocial/pdf/vol07n12/habita.pdf>, acessado pela última vez em 7 de junho de 2012.

FOUCAULT, Michel. Arqueologia das ciências e história dos sistemas de pensamento. Organização e seleção de textos de Manoel Barros de Motta; tradução de Elisa Monteiro. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2005.

FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Tradução de Luiz Felipe Baeta Neves. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008

FOUCAULT, Michel. Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. Aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. Tradução de Laura Fraga de Almeida Sampaio. São Paulo: Loyola, 1996.

FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas. Tradução de Salma Tannus Muchail. São Paulo: Martins Fontes, 2000

FOUCAULT, Michel. A verdade e as formas jurídicas. Tradução de Roberto Cabral de Melo Machado e Eduardo Jardim Morais. Rio de Janeiro: Nau Ed., 1999.

GREENBLATT, Stephen. O Novo Historicismo: ressonância e encantamento. Tradução de Francisco de Castro Azevedo. Estudos históricos, Rio de Janeiro, v. 4, nº. 8, 1991, p. 244 a 261.

HEIDEGGER, Martin. Conferências e escritos fi losófi cos. Tradução de Ernildo Stein. São Paulo: Abril Cultural, 1979. (Col. Os pensadores) INWOOD, Michael. A Heidegger dictionary. Maiden: Blackwell Publishers, 1999. (Col. The Blackwell Philosopher Dictionaries)

LECOURT, Dominique. Pour une critique de l’epistemologie: Bachelard, Canguilhem, Foucault. Paris: François Maspero, 1974.

NIETZSCHE, Friedrich W. A gaia ciência. Tradução de Antonio Carlos Braga. São Paulo: Escala, 2008.

PAGLIA, Camille. Títulos podres e piratas corporativos: o mundo acadêmico na hora do lobo. Sexo, arte e cultura americana. Tradução de Marcos Santarrita. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

REIS, José Carlos. A fi losofi a da história pós-moderna: Elias, Foucault, Bourdieu e Thompson. Saeculum – Revista de História, João Pessoa, jul./ dez. 2009, p. 33 a 44.

SCHWARTZ, Michael. Epistemes and the History of Being. Em MILCHMAN, Alan; ROSENBERG, Alan (Org.) Foucault and Heidegger: critical encounters. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2003.

VASCONCELLOS, Jorge. Foucault, pensador do presente. Em QUEIROZ, André; VELASCO E CRUZ, Nina (Org.). Foucault hoje? Rio de Janeiro: 7Letras, 2007.

VEYNE, Paul. Como se escreve a história; Foucault revoluciona a história. Tradução de Alda Baltar e Maria Auxiliadora Kneipp. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1998.

VEYNE, Paul. Foucault, o pensamento, a pessoa. Lisboa: Edições Texto & Grafi a, 2009.

WITTGENSTEIN, Ludwig. Investigações fi losófi cas. Tradução de José Carlos Bruni. São Paulo: Abril Cultural, 1975. (Col. Os pensadores)

Downloads

Publicado

2019-03-24

Como Citar

Almeida, P. O. de. (2019). A DIGESTÃO E A REPRODUÇÃO DO CENTAURO:: O A PRIORI HISTÓRICO EM FOUCAULT. Revista Limiar, 2(4), 57–79. https://doi.org/10.34024/limiar.2015.v2.9257