Ensaio sobre o Tinder:
a emergência disruptiva do digital no seio das relações sexuais capitalistas
DOI:
https://doi.org/10.34024/limiar.2017.v4.9221Palavras-chave:
Tinder, análise da mercadoria de Marx, “Balada”, Hegel, Economia sexualResumo
Este artigo aborda os aplicativos de encontro em geral e o Tinder em particular, principalmente a partir da análise da mercadoria de Marx e tópicos específicos da teoria de Hegel. A mediação entre pessoas, seja operada por rituais, pela mercadoria ou por aplicativos, é analisada para revelar seus efeitos na estrutura que orienta as relações de gênero, revelando, por exemplo, o padrão de flerte em uma “balada” como tipicamente capitalista. O virtual é abordado como desenvolvimento da “matematização” da realidade pela mercadoria, gerando um novo nível de atomização e enfraquecimento dos laços humanos. Este processo também se coloca como “atomização sexual”, o que pode explicar a diminuição da atividade sexual dos jovens e o deslocamento para formas como a pornografia. A oposição entre masculino/atividade e feminino/passividade analisada por Freud e Scholz abre espaço para considerar a existência de uma espécie de mercado libidinal com base na escassez e a possibilidade de uma nova e abundante economia sexual.
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