Ser objetivo como não-identidade:
sobre as críticas de Marx e Adorno a Hegel
DOI:
https://doi.org/10.34024/limiar.2017.v4.9219Palavras-chave:
idealismo objetivo, crítica dialética, Manuscritos econômico-filosóficos, dialética negativa, materialismoResumo
Um tema clássico na interpretação de Hegel é o da relação entre “método” e “sistema”, elementos formais e estruturais, por um lado, e conteúdos particulares, por outro. Esse problema adquire uma relevância especial nas tentativas de crítica filosófica: se em Hegel há algo falso, o erro é de método, de conteúdo, ou ambos? Neste artigo são examinadas duas críticas exemplares à dialética hegeliana, a do jovem Marx na Crítica de 1843 e nos Manuscritos econômico-filosóficos, e a de Adorno nos Três estudos sobre Hegel e na Dialética negativa. As duas convergem na premissa – a reivindicação do momento objetivo na subjetividade – e na conclusão – a denúncia do caráter apologético da filosofia hegeliana. Contudo, enquanto a tese marxiana de uma redução, em Hegel, da objetividade à “consciência-de-si” não consegue, em última análise, dar conta da estrutura geral do idealismo objetivo hegeliano, mas apenas de algumas contradições específicas no sistema, a estratégia adorniana de uma dialética da identidade mostra-se mais adequada à exigência de uma crítica do método hegeliano como crítica imanente.
Downloads
Referências
.