Platão é entediante.
Algumas observações sobre uma passagem de Crepúsculo dos Ídolos
DOI:
https://doi.org/10.34024/limiar.2017.v4.9204Palavras-chave:
estilo, tédio, vida, instinto, erotismoResumo
O objetivo do presente artigo é procurar elucidar uma passagem enigmática no Crepúsculo dos ídolos, na qual Nietzsche caracteriza Platão como entediante. Essa tentativa de elucidação pressupõe a inserção do tema do tédio tanto na própria obra de Nietzsche quanto no contexto histórico-cultural de sua época. Nessa perspectiva, se o tema do tédio se articula ao do estilo, em especial tendo em vista o que Nietzsche chamou de “estilo da décadence”, por outro lado ele também está ligado à própria concepção de filosofia, a qual, desde Platão se constitui como a dominante em nossa cultura, concepção que favorece os “ideais”. Procura-se mostrar, por fim, que mesmo que Nietzsche critique severamente Platão, por outro lado, ainda no Crepúsculo dos ídolos, ele não deixou de valorizar o impulso erótico que caracterizou o fundamento da filosofia platônica.
Downloads
Referências
BAUDELAIRE, Charles. Oeuvres completes. Paris: Gallimard, 1954.
BOURGET, Paul. Essais de psychologie contemporaine. Paris: Alphonse Lemaire, editeur, 1883.
BROCHARD, Victor. Les sceptiques grecs. Paris: Imprimmerie Nationale, 1887.
BRUSOTTI, Marco. Die Leidenschaft der Erkenntniss. Philosophie und ästhetische Lebensgestaltung bei Nietzsche von Morgenröthe bis Also sprach Zarathustra. Berlin: Walter de Gruyter, 1997.
CHAVES, Ernani. “Estética, ética e política: em torno da questão do trabalho no segundo Nietzsche”. Dissertatio, 33, inverno de 2011.
DUDEN on-line Wörterbuch. www.duden.de. Acesso em 13 de dezembro de 2017.
FORNARI, Maria Cristina. La morale evolutiva del gregge. Nietzsche legge Spencer e Mill. Pisa: Edizioni ETS, 2006.
GEDHINE, Francesco. Interrogare la sfinge. Immagini di Platone in Nietzsche (1881- 1887). Padova: Il Poligrafo, 2011.
KESSEL, Martine. Langweile: zum Umgang mit Zeit und Gefühlen in Deutschland. Göttingen: Wallstein Verlag, 2001.
LOPES, Rogério. Ceticismo e vida contemplativa em Nietzsche. Tese de Doutoramento. PPGFIL/UFMG, 2008.
MONTINARI, Mazzino. “Nietzsche lesen: Götzendämmerung”. Nietzsche-Studien, 13, 1984.
___________________. “Ler Nietzsche. Crepúsculo dos Ídolos”. Tradução de Ernani Chaves. Cadernos Nietzsche, 3, 1996.
NIETZSCHE, Friedrich. Kritische Studienausgabe. München/Berlin/New York. Walter de Gruyter, 1988.
___________________. “Vorlesungen über Plato”. Kritische Gesammelte Werke. Berlin/München/New Yor. Walter de Gruyter, 1995.
___________________. Crepúsculo dos Ídolos. Tradução, Notas e Posfácio de Paulo Cesar de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
____________________. Crépuscule des idoles. Presentation et traduction de Patrick Wotling. Paris: Flamarion, 2005.
_____________________. Crepúsculo de los ídolos. Introducción, traducción y notas de Andrés Sánchez Pascual. Madrid: Alianza Editorial, 1996.
______________________. Crepusculo degli idoli. Introduzione, traduzione e commento di Pietro Gori e Chiara Piazzesi. Roma: Carocci Editore, 2012.
_______________________. Par-delá le bien et le mal. Traduction de Genéviéve Bianquis. Paris: EGE, 1983.
_______________________. Par-delá le bien et le mal. Traduction de Patrick Wotling. Paris: Flamarion, 2000.
OTMANN, Henning. Philosophie und Politik bei Nietzsche. Berlin: Walter de Gruyter, 1988.
PASCAL, Blaise. Pensamentos. Texto estabelecido por Léon Brunschwicg. Introdução e Notas de Ch.-M des Granges. Tradução de Sergio Milliet. São Paulo: Abril Cultural, 1979 [Coleção “Os Pensadores”].
PIAZZESI, Chiara. Nietzsche: fisiologia dell’arte e décadence. Lecce: Conte Editore, 2003.
VENTURELLI, Aldo. “Asketismus und Wille zur Macht. Nietzsches Auseinandersetzungmit Eugen Dühring”. In: Kunst, Wissenschaft und Geschichte bei Nietzsche. Berlin: Walter de Gruyter, 2003.
VIVARELLI, Vivetta. Nietzsche und die Masken des freien Geistes: Montaigne, Pascal und Sterne. Würzburg: Könnigshausen & Neumann, 1998.
WAHRIG. Deutsches Wörterbuch. München: Mosaik Verlag, 1989.