Expressionismo e cinema

De Kracauer a Caligari

Autores

  • Luciano Vale Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

DOI:

https://doi.org/10.34024/limiar.2025.v12.20988

Palavras-chave:

Kracauer, Expressionismo, CInema

Resumo

De Caligari a Hitler é a obra mais famosa de Siegfried Kracauer (1889-1966), na qual o autor faz ácidas observações sobre a produção cinematográfica alemã do período da chamada República de Weimar, antes da ascensão do nazismo. Destaca, principalmente, a assimilação da estética expressionista pelo cinema ­– no caso os estúdios da UFA [Universum Film Aktien Gesellschaft1] –, de modo que não dissocia os filmes dos interesses comerciais e mesmo políticos da empresa. Mas antes de chegar ao livro lançado em 1947, Kracauer percorreu uma jornada intelectual que foi de uma perspectiva metafísica e teológica a uma virada materialista na segunda metade dos anos 1920. Nesse caminho, já vinha se detendo nas reflexões tanto acerca do expressionismo quanto da então emergente indústria cultural. Um pouco desse trajeto até seu livro canônico é o que tentamos traçar aqui.

Referências

ADORNO, Theodor. “O curioso realista” in Novos Estudos CEBRAP. Tradução e notas de Laura Rivas Gagliardi e Vicente A. de Arruda Sampaio. São Paulo, n. 85, nov. 2009.

ARENDT, Hannah. Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal. Tradução José Rubens Siqueira. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

BENJAMIN, W. A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica. (2ª versão). Tradução, apresentação e notas: Francisco de Ambrosis Pinheiro Machado. Porto Alegre: Editora Zouk, 2012.

____________. Magia e técnica, arte e política; ensaios sobre literatura e história da cultura/ Walter Benjamin; tradução Sergio Paulo Rouanet; prefácio Jeanne Marie Gagnebin – 8ª Ed. Revista – São Paulo: Brasiliense. 2012 – Obras Escolhidas (v.1).

CÁNEPA, Laura. “Em torno das definições do expressionismo: o gênero fantástico em filmes da República de Weimar”. Revista Galáxia, São Paulo, n. 19, jul. 2010.

CARDINAL, Roger. O Expressionismo. Tradução: Cristina Barczinski. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1988.

CHARNEY, Leo; SCHWARTZ, Vanessa (orgs.). O cinema e a invenção da vida moderna. Tradução de Regina Thompson. Prefácio de Ismail Xavier. São Paulo: Cosac & Naify, 2001.

EISNER, Lotte H. A tela demoníaca: as influências de Max Reinhardt e do expressionismo. Tradução: Lucia Nagib. São Paulo: Paz e Terra, 2002.

FURNESS, R. S. Expressionismo. Tradução de Geraldo Gerson de Souza. São Paulo: Perspectiva, 1990.

GAGNEBIN, Jeanne-Marie. Limiar, aura e rememoração: ensaios sobre Walter Benjamin. São Paulo: Editora 34, 2014 (1ª Edição), pp. 115-116.

GUINSBURG, Jacó (Org.). O Expressionismo. São Paulo: Perspectiva. (Coleção Stylus 11), 2002.

KAES, Anton. Shell Shock Cinema: Weimar Culture and the Wounds of War. Princeton: Princeton UP, 2009.

KRACAUER, Siegfried. O ornamento da massa. Tradução: Carlos Eduardo Jordão Machado e Marlene Holzhausen. São Paulo: Cosac Naify, 2009.

__________. Los empleados: un aspecto de la alemania más reciente. Tradução e notas de Miguel Vedda. Barcelona: Gedisa, 2008.

__________. Estética sin Territorio. Edición y traducción de Vicente Jarque. Colección de Arquitetura 51. Murcia: Fundación Cajamurcia, 2006.

__________. Kleine Schruften zum Film. Band 6.3 1932-1961. Herausgegeben von Inka Mülder-Bach. Unter Mitarbeit von Mirjam Wenzel und Sabine Biebl. Frankfurt am Main: Suhrkamp Verlag, 2004.

__________. Teoria del cine: la redención de la realidad física. Traducción de Jorge Honero. Barcelona, Buenos Aires, México: Paidós, 2001.

__________. De Caligari a Hitler: uma história psicológica do cinema alemão. Tradução: Tereza Ottoni. Rio de Janeiro: Zahar, 1988.

KURTZ, Rudolf. Expressionismus und Film. Berlin 1926. Reeditado por: KIENING, Christian/BEIL, Ulrich. Zürich: Chronos, 2007.

LUKÁCS, Georg. “Grandeza y decadência del expressionismo”, in Problemas del realismo, México, DF: Fondo de Cultura Econômica, 1966. Trad. Carlos Gerhard, 1966.

MACHADO, Carlos Eduardo Jordão. “A exterritorialidade como condição do apátrida transcendental: sobre Siegfried Kracauer e Georg Lukács”. Significação, São Paulo, n. 27, p.181-207, 2007.

__________. Um capítulo sobre a Modernidade Estética: Debate Sobre o Expressionismo. São Paulo: Ed. da Unesp, 1998.

NAGIB, Lucia. Werner Herzog: o cinema como realidade / Lucia Nagib. – São Paulo: Estação Liberdade, 1991.

ROSENFELD, Anatol. Texto/Contexto II. São Paulo: Perspectiva, 2007. (Debates; 254/ dirigida por J. Guinsburg).

SALES GOMES, Paulo Emílio. Crítica de cinema do suplemento literário. São Paulo: Paz e Terra, 1981.

SANTOS, Patrícia da Silva. Siegfried Kracauer: sociologia e superfícies – Escritos até 1933, tese de doutorado em Sociologia defendida na Universidade de São Paulo, 2014.

TRAVERSO, E. Siegfried Kracauer: Itinerario de um intelectual nómada. Traducción de Anna Montero Bosch. Valencia: Institucio Alfons el Magnanim, 1998.

TROTSKY, Leon. Questões do modo de vida. A moral deles e a nossa. Trad. Diego Siqueira, Daniel Oliveira. São Paulo: Instituto José Luís e Rosa Sundermann, 2009.

XAVIER, Ismail. O discurso cinematográfico: a opacidade e a transparência, 4ª edição- São Paulo, Paz e Terra, 2008.

Downloads

Publicado

2025-08-19

Como Citar

Expressionismo e cinema: De Kracauer a Caligari. (2025). Revista Limiar, 12(23), 77-111. https://doi.org/10.34024/limiar.2025.v12.20988