Ideias para um corpo sem órgãos na prática médica
DOI:
https://doi.org/10.34024/limiar.2024.v11.19886Resumo
O saber técnico sobre o corpo que sustenta a biomedicina produz disjunções, a saber, corpo/mente, corpo/meio, indivíduo/coletivo/individuação, cumprindo papel estratégico no sentido de docilizar o corpo e o sujeito. Desse modo, este saber contribui para a produção do capital humano, reforçando as práticas neoliberais de controle. Neste artigo, trago a discussão de um Corpo sem Órgãos, utilizando as ferramentas esquizoanalíticas de Deleuze e Guattari, para gerar linhas de fuga alternativas ao saber biomédico e ressignificar a experiência humana no sentido do psiquismo corporalizado. Discuto a possibilidade de um cuidado em medicina que reoriente as disjunções biomédicas e passe a olhar o corpo como rede de conexões que se imbricam, conectando corpo e mente enquanto unidade que se constitui numa prática vital.
Referências
AZAMBUJA, R. Um corpo, um corpo, um corpo - Expressões de intensidades e experiências: reflexões sobre práticas médicas. 2023. 225 f. Tese (Doutorado em Educação em Ciências) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2023.
BENEVIDES, P. S. et al. A interioridade psicológica face aos novos regimes de visibilidade. ECOS – Estudos Contemporâneos da Subjetividade, Niterói, v. 8, n. 1, p. 77-89, 2018. Disponível em: http://www.periodicoshumanas.uff.br/ecos/article/view/2533.
CANGUILHEM, G. Escritos sobre a Medicina. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2005.
CASTIEL, L. D. et al. Terapeuticalização e os dilemas preemptivistas na esfera da saúde pública individualizada. Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 25, n. 1, p. 96-107, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0104-12902016142788.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O Anti-Édipo. São Paulo: Editora 34, 2010.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. v. 1. São Paulo: Editora 34, 2017.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. v. 3. São Paulo: Editora 34, 2012.
FAURE, O. La mirada de los médicos. In: CORBIN, A. et al. (orgs.). Historia del cuerpo. v. 2. Madrid: Editions du Seuil, 2005.
FOUCAULT, M. O nascimento da clínica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004.
FOUCAULT, M. O nascimento da biopolítica. São Paulo, Martins Fontes, 2008.
FOUCAULT, M. Microfísica do poder. São Paulo: Graal, 2010.
GADAMER, H.-G. O caráter oculto da saúde. Petrópolis: Vozes, 2006.
GADELHA, S. Biopolítica, biotecnologias e biomedicina. Revista Subjetividades, Fortaleza, v. 15, n. 3, p. 407-416, dez. 2015. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S2359-07692015000300009.
HELMAN, C. G. Doença versus enfermidade na clínica geral. Trad. Soraya Fleischer (UnB). Campos – Revista de Antropologia Social, Curitiba, v. 10, n. 1, p. 119-128, 2009. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/campos/issue/view/1043.
LAPOUJADE, D. Deleuze, os movimentos aberrantes. São Paulo: n-1 Edições, 2017.
MATURANA, H.; VARELA, F. De máquinas e seres vivos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Renato Sampaio de Azambuja

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.