O devir como avesso de colapsos no eu e na literatura: pensando com G. Bataille

Autores

  • Rita Paiva Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

DOI:

https://doi.org/10.34024/limiar.2024.v11.19881

Resumo

O escopo deste escrito consiste na problematização da indomável negatividade que, aos olhos de Georges Bataille, é constitutiva da experiência subjetiva e da experiência literária. Em sua natureza excessiva, tal negatividade pode ser compreendida como sucessão ininterrupta de colapsos. Procura assim destacar que, ultrapassando essas esferas, um processo de perda e destruição é o que pulsa no fundo de tudo o que existe, do todo material e isento de transcendências, seara que é simultaneamente geradora de formas singulares. Estas, em virtude de suas fontes, emergem impregnadas da marca ruinosa do mal. Destarte, ao abordar o assombro que o espectro do colapso exerce sobre as formas descontínuas, particularmente no mundo subjetivo e na construção literária, a discussão aponta para os devires que se instauram em simultaneidade com esses processos ruinosos, a saber, o devir das formas que afloram a partir da linguagem transtornada em seus fins e significados, bem como o devir de uma comunicação mais intensamente humana entre subjetividades desconfiguradas.

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Publicado

2024-12-22

Como Citar

O devir como avesso de colapsos no eu e na literatura: pensando com G. Bataille. (2024). Revista Limiar, 11(21), 108-125. https://doi.org/10.34024/limiar.2024.v11.19881