História da escuta psicanalítica
história de um problema
DOI:
https://doi.org/10.34024/limiar.2023.v10.18898Palavras-chave:
escuta psicanalítica, discurso psicanalítico, inconsciente, ciência, liguagemResumo
Este artigo pretende refletir acerca do surgimento da escuta psicanalítica da neurose, no interior de um discurso médico que não dispunha de recursos eficientes para o tratamento das moléstias nervosas e desprezava a histeria. Nessa direção, procura evidenciar o modo pelo qual Freud inaugura uma prática e um discurso inéditos no pensamento ocidental e, ao mesmo tempo, consegue formular problemas que continuam atuais no que concerne ao sofrimento psíquico, o que faz dele um clássico. Simultaneamente, analisa a linguagem de Freud à luz dos estudos epistemológicos que apontam para uma mescla da linguagem científica do século XIX com seus conceitos e práticas próprias. A consciência dessa inaudita mistura confere maior inteligibilidade a seus textos, aspecto que, se ausente, ofereceria muitos obstáculos à leitura da obra freudiana. Assim, Freud faz lembrar a extraordinária invenção de Guimarães Rosa, que une a linguagem erudita à fala oral do sertão mineiro.
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