Salvação e aniquilamento
do trágico ao pensamento em imagens em O mito de Sísifo
DOI:
https://doi.org/10.34024/limiar.2023.v10.18895Palavras-chave:
tragicidade, revolta, imagem, literatura, filosofiaResumo
Este artigo procura vislumbrar como Albert Camus, particularmente em O mito de Sísifo, relaciona o trágico do existir e o movimento do pensamento. Isso será feito em dois passos. No primeiro, parte de uma relação entre tragédia, salvação e aniquilamento e acompanha a crítica camusiana às estratégias da racionalidade humana para consumar suas nostalgias. No segundo, procura mostrar que o pensamento que não constrói suas representações a partir de nostalgias inconfessáveis é aquele que interdita seus anseios por unidade; sua consumação exige a experiência da revolta e a presença de imagens. Em vista disso, pretende mostrar como o pensamento por imagens contemporiza com o trágico e traz nele mesmo essa marca. As imagens serão também constitutivas de um pensamento dos limites, o qual se inscreve na literatura e na filosofia, quando essas vertentes não se desviam dos dilemas viscerais da existência, ou seja, de sua tragicidade.
Referências
ARENDT, H. A vida do espírito, Lisboa: Instituto Piaget, vol 1, s/d.
ARENDT, H. Homens em tempos sombrios. São Paulo: Ed. Schwarcz, 2008.
BACHELARD, G. A poética do espaço. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
BARTHES, R. Aula. São Paulo, Cultrix, 2013
BATAILLE, G. O erotismo. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.
CAMUS, A. O exílio de helena; O enigma; O Minotauro ou a inércia de Orã; Retorno a Tipasa. In: Núpcias; O verão. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1979.
CAMUS, A. A inteligência e o cadafalso. Rio de Janeiro: Ed. Record, 2002.
CAMUS, A. Ouevres Complètes. Cahier V,Paris , Plêiade, 2005, v. II
CAMUS, A.; CHAR, René. Correspondance 1946-1958, Paris, Gallimard, 2007.
CAMUS, A. Défénse de ‘L’Homme révolté’; Remarques sur la Révote. Paris, Gallimard, Oeuvres Complétes, v. III, 2008.
CAMUS, A. Dernière Interview; Sur l’avenir de la tragédie, Paris, Gallimard, Oeuvres Complètes IV, 2008.
CAMUS, A. A guerra começou, onde está a guerra. Cadernos 1939-42. São Paulo: Ed. Hedra, 2013.
CAMUS, A. A desmedida na medida. Cadernos 1937-39. São Paulo: Hedra, 2014.
CAMUS, A. Esperança do mundo. Cadernos (1935-37). São Paulo: Ed. Hedra, 2014.
CAMUS, A. O mito de Sísifo. Rio de Janeiro: Ed. Record, 2018.
CAMUS. A. O homem revoltado. Rio de Janeiro. Ed. Record, 2018.
CHAUDIER, S. Camus péremptoire ou la pensée des limites. In: TRABELSI, Mustapha. Albert Camus - L’écriture des limites et des frontières. Tunis: Presses Univerisitaires de Bordeaux, 2009.
FREUD, S. A interpretação dos sonhos. Porto Alegre: LPM, 2012, vol 2.
GUÈRIN, J. Dicionnaire Albert Camus. Paris: E. Robert Laffont, 2009.
DEOUFF, M. le. L”imaginaire philosophique. Paris: Payot, 1980.
GENTIL, H. S. Para uma poética da modernidade. São Paulo: Edições Loyola, 2004.
MASTOURI, S. La création absurde chez Camus: un art de la limite. In: TRABELSI, Mustapha. Albert Camus - L’écriture des limites et des frontières. Tunis: Presses Universitaires de Bordeaux, 2009, p. 158.
KLELTZ-DRAPEAU, F. Pensée de midi et juste mesrue aritotélicienne: une dette grecque. In: MEUNIER, J. L. (sous le dir) Albert Camus et la pensée de midi. Avignon: Ed. A. Barthélemy, 2013
LE MARINEL, Jacques, Mythe. In: GUÈRIN, J. Dicionnaire Albert Camus. Paris: E. Robert Laffont, 2009.
LÈVI-VALENSI, J. “Si tu veux être Philosophe...”. In: MATTEI. J. F et AMIOT, A. M. (Sous la diréction de) Albert Camus et la philosophie, Paris: PUF, 1997.
LÉVI-VALENSI, J. Introduction. In: CAMUS, A. Oeuvres Complètes I. Paris. Gallimard, 2006.
LÉVI-VALENCI, J. apud Béhar, J. la pensée de minuit? C’est midi! In: MEUNIER, J. L. (sous le dir) Albert Camus et la pensée de midi. Avignon: Ed. A. Barthélemy, 2013.
MACHADO, R. O nascimento do trágico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar editor, 2006.
MACHERREY, Pierre. Em qué piensa la literatura? Bogota: Siglo del hombre Editores, 2003.
MEYNIEL, J. Camus lecteur de Bergon; Annales bergsoniennes IX, Paris PUF, 2020.
NOVELLO, S. Cet “étrange amour”que aide à vivre et à mourir: la pensée de midi comme style de vie. In: MEUNIER, J.L. Albert Camus et la pensée de midi. Avignon: Éd. A. Barthélemy, 2016
NUNES, B. Hermenêutica e poesia. Belo horizonte: Ed. UFMG, 1999.
RICOEUR, P. Sobre o Trágico. (1953). Leituras 3 - Nas fronteiras da filosofia. São Paulo, Ed Loyola, 1996.
PASCAL, Georges. Albert Camus ou le philosophe malgré lui. In. AMIOT, A. M. (Sous la diréction de) Albert Camus et la philosophie, Paris: PUF, 1997
PINTO, M.C. Albert Camus – um elogio ao ensaio. São Paulo. Ateliê Editorial, 1998
RONDEAU, D. Entretien. Magazine Littéraire, Paris, n. 18, Janvier-Fevrier, 2010.
ROSSET, C. Shopenhauer, philosophe de l’absurde. Paris: Quadrige/Puf, 1967.
SASSO, R. Camus et le refus du système. In: MATTEI. J. F; AMIOT, A. M. (Sous la diréction de) Albert Camus et la philosophie, Paris: PUF, 1997.
SALAZAR-FERRER, O. Existence. In: GUÉRIN, J. Dictionnaire Albert Camus. Paris: Éd. Robert Laffont, 2009.
SZONDI, P. Ensaio sobre o trágico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004.
STEINER. G. La poesia del pensamento. Espanha: EpubLibre, s/d.
TAMINIAUX, J. Le thêatre des philosophes. Grenoble: Jérôme Millon, 1995.
WEYEMBERG, M. Albert Camus ou la mémoire des origines. Paris, Bruxelles: De Boeck & Larcier, 1998.
WEYEMBERGH, M. Camus et le génie du consentement. In: MATTEI. J. F; AMIOT, A. M. (Sous la diréction de) Albert Camus et la philosophie, Paris: PUF, 1997.
WEYEMBERGH, M. Le mythe de Sisyphe; Raison; Révolte; Démesure; Limite; Mesure; Philosophie. In: GUÉRIN, J. Dictionnaire Albert Camus. Paris: Éd. Robert Laffont, 2009.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Rita Paiva

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
