A fabulação como ato criativo
religião, estética e política
DOI:
https://doi.org/10.34024/limiar.2023.v10.18890Palavras-chave:
fabulação, inteligência, religião, cinema, literaturaResumo
Este artigo examina a noção de “fabulação” em dois períodos diferentes da história da filosofia: primeiramente, a formulação de Henri Bergson n’As duas fontes da moral e da religião (1932), obra na qual o autor considera a fabulação religiosa como uma reação da natureza contra os efeitos colaterais da inteligência humana. O acaso, a magia, o medo da morte e outros desastres contingentes que ameaçam a sobrevivência individual ou da espécie, forçam a inteligência a criar deuses, crenças e superstições, assegurando a vida em sociedade desde os povos primitivos até hoje. Em um segundo momento; confrontamos junto a Gilles Deleuze o uso deste conceito em novos campos de aplicação: a estética e a política. Sem dúvida, o conceito de fabulação encontra na estética contemporânea um campo fértil para a criação artística, sobretudo na literatura e no cinema. Ademais, esta capacidade de vidência tem ressonâncias políticas que nos interessa problematizar.
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