O Humano integral

do soberano excesso ao jogo em Bataille

Autores

  • Rita Paiva UNIFESP

DOI:

https://doi.org/10.34024/limiar.2022.v9.14185

Palavras-chave:

existência, excesso, soberania, erotismo, jogo

Resumo

O propósito deste artigo consiste em discutir a clivagem fundamental que, de acordo com Georges Bataille, se inscreve na existência humana, cindindo-a em tendências  díspares, – o excesso e a subjetividade organizada e limitada -  cuja oposição e interação não devem ser negligenciadas quando está em questão a compreensão plena do humano. Trata-se de sublinhar, por um lado, que  as forças excessivas que nos definem, se plenamente realizadas, culminariam na negação do indivíduo; por outro, a discussão procura apontar  que  uma cultura que atua em prol da contenção ou erradicação sistemática do que há de soberano em nós produz uma humanidade alijada de si mesma. Por fim, procura-se evidenciar que, para o autor, somente o jogo entre essas vertentes, ao estabelecer as frestas pelas quais as disposições excessivas logram persistir e coexistir no interior do mundo humanamente organizado, garante a possibilidade de uma existência não mutilada.

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Publicado

2022-08-16

Como Citar

Paiva, R. (2022). O Humano integral: do soberano excesso ao jogo em Bataille. Revista Limiar, 9(17), 225–257. https://doi.org/10.34024/limiar.2022.v9.14185