Para uma crítica da violência

Walter Benjamin e a incipiente República de Weimar

Autores

  • Isabela Pinho UFRJ

DOI:

https://doi.org/10.34024/limiar.2022.v9.13486

Palavras-chave:

violência; direito; poder; exceção; Weimar.

Resumo

Nos anos de 1919 e 1920, Walter Benjamin produziu uma série de ensaios sobre direito e violência, dentre os quais o centenário “Para uma crítica da violência”, publicado em 1921. O contexto histórico-político da Alemanha no período, que passava por uma transição de ordenamentos jurídico-normativos com a queda do império de Guilherme II e a instauração da República de Weimar, certamente aparece como pano de fundo para a redação do ensaio. Neste artigo, pretendo desdobrar elementos histórico-políticos da então incipiente República em uma relação com as fecundas questões apresentadas por Benjamin neste instigante ensaio. Da República de Weimar ao tempo de agora, o que a crítica da violência pode ainda nos dizer sobre a relação entre direito e violência constitutiva do ordenamento jurídico-normativo ao qual estamos todos subjugados? A essa questão pretendo responder na medida de sua (im)possibilidade em interlocuções com as leituras contemporâneas de Giorgio Agamben.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AGAMBEN, Giorgio. Estado de exceção. Trad. Iraci D. Poleti. São Paulo: Boitempo, 2004.

_____________. Homo Sacer, o poder soberano e a vida nua. Trad. Henrique Burigo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007.

_____________. “Polícia soberana”. Meios sem fim, notas sobre a política. Trad. Davi Pessoa. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015.

BENJAMIN, Walter. “Destino e caráter”. Escritos sobre mito e linguagem. Trad. Ernani Chaves. São Paulo: Duas Cidades, Editora 34, 2011.

_____________. “Para uma crítica da violência”. Escritos sobre mito e linguagem. Trad. Ernani Chaves. São Paulo: Duas Cidades, Editora 34, 2011.

GAY, Peter. A cultura de Weimar. Trad. Laura Lúcia da Costa Braga. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.

OLIVEIRA, Pedro. Mais além da lei: direito e política que vem em Giorgio Agamben. Coleção X (Organização Rafael Haddock-Lobo). Rio de Janeiro: Editora Ape’ku, 2020.

PINHO, Isabela. OLIVEIRA, Pedro. “Greve, violência e lei: debates em Benjamin e Agamben”. Conversas sobre literatura em tempos de crise (Org. Davi Pinho, Ieda Magri, Andréa Sirihal, Leonardo Davino de Oliveira). Rio de Janeiro: Edições Makunaima, 2017, p. 14 – 33.

______________. “O mistério de Kore: por uma política da singularidade de Giorgio Agamben a Jacques Lacan”. Revista Garrafa, Vol. 17, n. 50, outubro-dezembro, 2019.2, p. 119-131.

RODRIGUES, Carla.; PINHO, Isabela. “A morte e a morte das democracias ocidentais”. Campinas-SP: Revista Remate de Males, v. 40, n.1, p. 68-85.

SCHMITT, Carl. Teologia Política. Trad. Inês Lohbauer. São Paulo: Scritta, 1996. [Politische Theologie. Berlim: Duncker e Humblot, 1993].

____________. The nomos of the Earth in the international law of the jus publicum europaeum. Trad. G. L. Umen. New York: Telos Press, 2006.

SELIGMANN-SILVA, M. “Walter Benjamin: o Estado de exceção entre o Político e o Estético”. Leituras de Walter Benjamin. São Paulo: FAPESP, 2007.

Downloads

Publicado

2022-08-16

Como Citar

Pinho, I. (2022). Para uma crítica da violência: Walter Benjamin e a incipiente República de Weimar. Revista Limiar, 9(17), 9–27. https://doi.org/10.34024/limiar.2022.v9.13486