Normalidade e exceção na Weimar de Benjamin
DOI:
https://doi.org/10.34024/limiar.2022.v9.13354Palavras-chave:
Walter Benjamin, República de Weimar, exceção, normalidade, hermenêuticaResumo
O artigo aborda uma das contribuições do filósofo Walter Benjamin para a crise da República de Weimar. No caso, detalhamos a elaboração de uma hermenêutica da exceção, expressão criada por Annie Dymetman para designar a preocupação benjaminiana com os fenômenos da “exceção” e da “normalidade”. O ponto de Benjamin é o de que os limites entre a normalidade social no Estado capitalista e as suas figuras de exceção são muito mais fluídos do que os seus defensores sugerem. Especificamente, o filósofo mostra como que três figuras de exceção - a violência, a inflação e o estado de exceção - fazem parte integral, ainda que veladamente, do cotidiano do direito, da economia e do Estado, respectivamente. Benjamin argumenta, então, que a solução para a Weimar está na ruptura com a dicotomia entre normal e exceção, isto é, está em posicionar-se a contrapelo das demandas de controle de um poder político exclusivista e autoritário.
Downloads
Referências
AGAMBEN, Giorgio. Estado de exceção. Trad. Iraci D. Poleti. São Paulo: Boitempo, 2004.
ALMEIDA, Ângela Mendes de. A República de Weimar e a ascensão do nazismo. São Paulo: Brasiliense, 1999.
BENJAMIN, Walter. Gesammelte Schriften Band 4. Frankfurt: Suhrkamp, 1991.
BENJAMIN, Walter. Origem do drama trágico alemão. Trad. João Barrento. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2016.
BENJAMIN, Walter. Panorama Imperial: viagem através da inflação alemã. In: Walter Benjamin: Rua de Mão Única (Obras escolhidas II). Trad. Rubens Rodrigues Torres Filho e José Carlos Martins Barbosa. São Paulo: Brasiliense, 2012b.
BENJAMIN, Walter. Para a crítica da violência. In: Escritos sobre mito e linguagem. Trad. Susana Kampff Lages e Ernani Chaves. São Paulo: Editora 34, 2013.
BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito de história. In: Walter Benjamin: Magia e técnica, arte e política (Obras escolhidas I). Trad. Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 2012a.
BOLLE, Willi. Modernidade como Trauerspiel: Representação da história em W. Benjamin, ‘Origem do drama barroco alemão’. Revista de História. São Paulo, n. 119, dezembro de 1988, p. 43-68.
DYMETMAN, Annie. Uma arquitetura da indiferença. São Paulo: Editora Perspectiva, 2002.
MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Trad. Diogo Pires Aurélio. São Paulo: Editora 34, 2017.
MARX, Karl. O Capital. Trad. Rubens Enderle. São Paulo: Boitempo, 2017.
SCHMITT, Carl. A situação intelectual do sistema parlamentar. In: A crise da democracia parlamentar. Trad. Inês Lobbauer. São Paulo: Scritta, 1196a.
SCHMITT, Carl. O conceito do político. In: O conceito do político/ Teoria do partisan. Trad. Geraldo de Carvalho. Belo Horizonte: Del Rey, 2008.
SCHMITT, Carl.. Teologia política. In: A crise da democracia parlamentar. Trad. Inês Lobbauer. São Paulo: Scritta, 1996b.
SOREL, Schmitt. Réflexions sur la Violence. Paris: Entremonde, 2013.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Matheus Fernandes Pinto

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.