O que Beckett ensina a Deleuze?
DOI:
https://doi.org/10.34024/limiar.2021.v8.12762Palavras-chave:
Beckett, Deleuze, Esgotamento, Tempo, EstiloResumo
Pode-se dizer que Samuel Beckett configurou um dos principais autores da literatura, dentre vários outros escritores e artistas do século XX, a inspirar o pensamento de Gilles Deleuze. Foi na obra de Beckett que, muitas vezes Deleuze amparou-se para ler e conceituar movimentos da arte contemporânea que encontravam sintonia com a filosofia da diferença que buscava construir. Em encontro com a obra beckettiana, Deleuze criou um importante conceito, o de esgotamento (em O esgotado), e com ele, o aprendizado do tempo da diferença. Mesmo em sua escrita, Deleuze valeu-se de procedimentos literários beckettianos, como que tomado por uma contaminação estilística e por uma empatia de projetos poético e filosófico. Este artigo busca explorar esses aprendizados de Deleuze com Beckett: um acerca do tempo e outro, intimamente ligado a esse, acerca do não-senso como elemento-chave do estilo.
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