A comunidade estética em Jacques Rancière

Autores

  • Ricardo Nascimento Fabbrini Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.34024/limiar.2021.v8.12568

Resumo

O artigo mostra que Jacques Rancière situa a mudança do “regime representativo das artes” para o “regime estético” nas “Cartas sobre a educação estética do homem” de Schiller, de 1795. Sua leitura de Schiller está na origem de sua concepção de que a arte possui uma “potência comunitária”. Destaca-se, assim, que no curso dos livros Rancière apresenta modalidades de comunidade resultantes dessa potência comunitária da arte no regime estético: a comunidade dos iguais, no ensino; a comunidade consensual na arte do século XX; a comunidade na literatura (ou democracia literária); e a comunidade dissensual ou comunidade por vir [como ideia reguladora] nas artes visuais contemporâneas. Por fim, o artigo acentua que outros autores também recorreram à noção de comunidade, como Giorgio Agamben e Roland Barthes, ou, de heterotopia, como Michel Foucault, para “desenhar uma nova topografia do possível”.

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Publicado

2021-08-10

Como Citar

Nascimento Fabbrini, R. (2021). A comunidade estética em Jacques Rancière. Revista Limiar, 8(15), 124–140. https://doi.org/10.34024/limiar.2021.v8.12568