Fios sem Ariadne
teias tecidas por palavras e imagens
DOI:
https://doi.org/10.34024/limiar.2020.v7.12084Palavras-chave:
memória, esquecimento, ditadura militar, análise de filme, urbanísticaResumo
A proposta deste texto é discutir os entrelaçamentos entre memória e esquecimento, dando ênfase às experiências associadas à produção do esquecimento e à evocação das lembranças. A estratégia foi tomar três manifestações distintas: a memória da ditadura militar no Brasil; a análise de um filme sobre os movimentos de junho de 2013; a apropriação arquitetônica de uma cidade filipina devastada durante a Segunda Grande Guerra Mundial. Do ponto de vista metodológico, o foco foi explorar os espaços que paulatinamente se perfazem entre o que a memória não traz à luz e o esquecimento não apaga, o que implicou não trabalhar um único acontecimento, autor ou quadro nocional específico.
Downloads
Referências
AGAMBEN, Giorgio. O que resta de Auschwitz. Trad. de Selvino J. Assman. São Paulo: Boitempo, 2008.
_____. Homo Sacer: o poder soberano e a vida nua I. Trad. de Henrique Burigo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.
ARANTES, Paulo. O novo tempo do mundo. São Paulo: Boitempo, 2014.
ARENDT, Hannah. The human condition. 2ª edição. Chicago & London: The University of Chicago Press, 1998.
BARBOSA, Maria Nadeje P.; KUPERMAN, Daniel. Quem testemunha pelas testemunhas? Traumatismo e sublimação em Primo Levi. Psicologia USP, São Paulo, v. 27, n. 1, 2016, p. 31-40.
BAZIN. André. O cinema e a exploração. In: O cinema. Ensaios. Trad. de Eloisa de Araújo Ribeiro. São Paulo: Brasiliense,1991. p. 33–41.
BRASIL. Comissão Nacional da Verdade. Relatório/Comissão Nacional da Verdade. Vol. 1. Brasília: CNV, 2014. Disponível em: http://www.cnv.gov.br/ .
CARVALHO, José Murilo de. Pontos e bordados: escritos de história e política. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1998.
DA MATTA, Roberto. Carnavais, malandros e heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
DAS, Veena. Vida e palavras. São Paulo: Editora Unifesp, 2020 [2006].
DERRIDA, Jacques. Versöhnung, ubuntu, pardon: quel genre? In : CASSIN, Barbara; CAYLA, Olivier; SALAZAR, Philippe-Joseph (dir.). Vérité, réconciliation, réparation. Paris: Seuil, 2004 (Le Genre Humain), p. 111-156
DIDI-HUBERMAN, Georges. Imagens apesar de tudo. Trad. de Vanessa Brito e João Pedro Cachopo. Lisboa: KKYM, 2012 (Coleção Imago).
_____ Imagem Sobrevivente. História da arte e tempo dos fantasmas segundo Aby Warburg. Trad. de Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013 [2002].
FELDMAN, Allen. Strange fruit: the South African Truth Commission and the demonic economies of violence. Social Analysis. New York / Oxford, v. 46, n. 3, 2002.
FOUCAULT, Michel. Qu’est-ce que les Lumières?. In: Dits et écrits (v. IV). Paris: Gallimard, 1994, p. 679 - 688. Extraído do curso no Collège de France (05.01.1983). Magazine Littéraire, n. 207, mai 1984, p. 35-39.
FRANCASTEL, Pierre. Espaço e ilusão. In: Imagem, visão e imaginação. Trad. de Fernando Caetano. Lisboa: Edições 70, s/d, p. 157-174.
FREIRE, Alípio; ALMADA, Izaías; PONCE, J. A. de Granville (orgs.). Tiradentes, um presídio da ditadura: memórias de presos políticos. São Paulo: Scipione, 1997.
GAGNEBIN, Jeanne Marie. Lembrar escrever esquecer. São Paulo: Editora 34, 2006.
HALBWACHS, Maurice. La mémoire collective. Paris: Albin Michel, 1997 [1950].
HOLLANDA, Sergio Buarque de. Raízes do Brasil. Brasília: Editora da Unb, 1963 [1936].
JARZOMBEK, Mark. Urban Heterelogy. Dresden and the dialectics of post-traumatic history. Studies in theoretical and applied aesthetics, Lund, (2): 5-92, 2001.
JELIN, Elizabeth. Los trabajos de la memoria. Madrid: Siglo XXI, 2002.
_____. Los derechos humanos y la memoria de la violencia política y la represión: la construcción de un campo nuevo en las ciencias sociales. Cuadernos del IDES, Buenos Aires (2): 1-27, 2003.
KOSELLECK, Reinhart. Futuro passado. Contribuição à semântica dos tempos históricos. Trad. de Wilma Patrícia Maas e Carlos Pereira Almeida. Rio de Janeiro: Contraponto/Editora PUC-Rio, 2006.
LICO, Gerard. Arkitekturang Filipino: A History of Architecture and Urbanism in the Philippines. Quezon-City: University of the Philippines Press, 2010.
LÖW, Martina. The Intrinsic Logic of Cities: Towards a New Theory on Urbanism. Urban Research & Practice. Milton Park/Abingdon/Oxfordshire, v. 5, n.3, 2012, p. 303-315.
MEZAROBBA, Glenda. O preço do esquecimento: as reparações pagas às vítimas do regime militar (uma comparação entre Brasil, Argentina e Chile). 2007. Tese (Doutorado em Ciência Política) Universidade de São Paulo, 2007.
MOUTINHO, Laura. Sobre danos, dores e reparações: the Moral Regeneration Mouvement – controvérsias morais e tensões religiosas na ordem democrática sul-africana. In: TRAJANO, Wilson (org.). Travessias antropológicas: estudos em contextos africanos. Brasília: ABA, 2012.
MOYN, Samuel. The last utopia: Human Rights in History. Cambridge: Harvard University Press, 2012.
NAKANO, Satoshi. Battle of Manila 1945: Politics of Forgetting and Remembrance. palestra não publicada Manoa 2010.
PINHEIRO, Paulo Sérgio. Autoritarismo e transição. Revista USP, São Paulo, v. 9, 1991.
PIMLOTT, John Duncan Anderson. The Battle for Manila. London: Bloomsbury Publishing, 1995.
SARTI, Cynthia. O Atendimento de emergência a corpos feridos por atos violentos. Physis, Rio de Janeiro (UERJ), v. 15, p. 114, 2005.
_____. A vítima como figura contemporânea. Cadernos do CRH, Salvador, v. 24, n. 61, 2011.
SIMMEL, Georges. Questões fundamentais da sociologia. Trad. de Pedro Caldas. Rio de Janeiro: Zahar, 2006 [1917].
SOLANO, Esther. O ódio como política. São Paulo: Boitempo, 2018.
WARBURG, Aby. Werke in einem Band. Auf der Grundlage der Manuskripte und Handexemplare herausgegeben und kommentiert von Martin Treml, Sigrid Weigel und Perdita Ladwig. Berlim: Suhrkamp, 2010.
Warnke, Martin. Politische Landschaft. Zur Kunstgeschichte der Natur. Munique/Viena: Hanser, 1992.
_____. Bau und Gegenbau. In: HERMANN HIPP, Ernst Seidl (Hrsg.): Architektur als politische Kultur. Berlim: Reimer, 1996, p. 11–18.
Referências online
CADERNO MAIS!. A catástrofe urbana. Entrevista de Paul Virilio a Betty Milan. Folha de S. Paulo, domingo, 28 de setembro de 1997. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs280904.htm. Acesso em 18/11/2020.
Filme analisado
JUNHO, ou o mês que Abalou o Brasil. Direção João Wainer, 2014, 72 minutos - TV Folha, Grupo Folha. Disponível em: https://vimeo.com/107877106. Acesso em 18/11/2020.