A Recepção da figura de Viriato no Portugal contemporâneo
Entre a artes e as letras (Um primeiro tentâme)
DOI:
https://doi.org/10.34024/herodoto.2024.v9.20075Palavras-chave:
Viriato, Portugal Contemporâneo, Nacionalismos, Arte, LiteraturaResumo
Viriato, que terá enfrentado a expansão de Roma na Hispânia, em meados do séc. II a. C., está presente em diferentes tipologias narrativas de construção identitária e nacionalista, tanto em Espanha, quanto em Portugal. Utilização que se torna particularmente evidente a partir do século XIX e, no caso português, com especial clareza durante o regime do ‘Estado Novo’ (1926/1933-1974), circunstância que foi já analisada em contexto académico (Guerra; Fabião, 1992).
Centraremos, no entanto, o nosso olhar na representação de Viriato em artes visuais e, sobretudo, de palco, entre finais do séc. XX e inícios do XXI, embora sem desmerecer determinadas obras, nomeadamente literárias, expandindo o primeiro ensaio realizado neste âmbito (Guerra; Fabião, 1998), de modo a encontrar um hipotético modelo iconográfico e narrativo, escrutinando a sua origem, objetivos e consequências. Análise que permaneceria truncada se não contemplássemos a utilização desta figura em contexto popular e espaço público, o que pretendemos de igual modo concretizar, mesmo que de forma ainda sumária.
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