Eudoro de Sousa a contrapelo

O pensamento autocrático na história doe Estudos Clássicos

Autori

  • Bruno Alves de Borges Universidade de Brasília
  • Marcelo Rocha Barros Gonçalves Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

DOI:

https://doi.org/10.34024/herodoto.2024.v9.20581

Parole chiave:

Eudoro de Sousa, História dos Estudos Clássicos, História dos livros e das bibliotecas, Marginalia

Abstract

Sem perder de vista a obra publicada por Eudoro de Sousa (1911-1987) nos anos 1940, bem como alguns rastros de suas leituras marcadas na marginalia de seus livros particulares, recorrer-se-á às cartas trocadas por este intelectual com camaradas de sua geração para a tentativa de um mais amplo entendimento da conjuntura que o formou em Heidelberg, mas também do processo responsável por confirmá-lo dentro de um eixo de pensamento autocrático que iria desaguar em terras paulistas, nos braços do integralismo. Biografias como a de Eudoro de Sousa e sua geração contam a memória da criação da universidade no Brasil e na América Latina, mas certamente contribuem para que possamos vislumbrar mais nitidamente algumas das principais cenas de construção do próprio campo dos estudos clássicos e suas crises, críticas e lutas.

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Biografie autore

  • Bruno Alves de Borges, Universidade de Brasília

    Bruno de Alves Borges (1982) nascido em Brasília, licenciado em Letras Português e respectiva Literatura (2009), doutorando no programa de Metafísica da Universidade de Brasília desde 2023. Autor da monografia final de curso "Deus me livros: marginálias nas Letras da Universidade de Brasília (UnB)", sob orientação do professor Alexandre Pillati. Contribuiu com o projeto Educação Básica Pública do Distrito Federal (1956-1964): Origens de um Projeto Inovador, por meio da organização arquivística inicial do que viria a ser o Museu da Educação no Distrito Federal (MUDE). Dedicou-se a experiências em bibliotecas e acervos públicos e particulares, atuando em conjunto a livreiros e bibliotecas de Brasília, como a do Centro de Desenvolvimento Sustentável da UnB, Biblioteca Central dos Estudantes (BCE-UnB), pesquisando temas como o colecionismo, a história e desenvolvimento de coleções vinculadas memória e esquecimento. Com experiências práticas em conservação e restauro, advindas de parcerias entre UnB e CEDOC, colaborou para restauração e pequenos reparos em manuscritos das obras raras da UnB (2008). Em 2015 defendeu a dissertação de mestrado "Eudoro de Sousa e sua biblioteca: dispersão e fragmentos de um pensamento", sob a orientação da professora Dra Elizabeth Hazin. Desenvolveu durante a graduação e após, trabalhos ligados à organização de acervos, com ênfase em conservação e restauro, dedicando-se a pensar questões sobre história do livro e de bibliotecas. Ex integrante da equipe de Educação Patrimonial da Gerências de Educação Ambiental, Patrimonial, Língua Estrangeira e Arte-Educação da Secretaria de Educação do Distrito Federal. É autor de "Deus me livros: a bibliofilia na história da UnB" (EdUnB, 2021). (Texto informado pelo autor)

     http://lattes.cnpq.br/1472471914119889

  • Marcelo Rocha Barros Gonçalves, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

    Possui graduação (1999), mestrado (2002) e doutorado (2012) em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. Pós-Doutorado em Linguística pela UFSCar. Atualmente é professor Associado do Câmpus de Coxim da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) desde 2005. Foi Coordenador de Graduação do Curso de Letras Português/Espanhol (Licenciatura) entre 2005 e 2006, durante o Reconhecimento de Curso e entre 2012 e 2017. Foi Coordenador de Graduação do Curso de Letras Português (Licenciatura) entre 2014 e 2018, durante o Reconhecimento de Curso. Tem experiência na área de Ensino de Língua Portuguesa e Linguística Geral, com ênfase em Semântica, Pragmática, História das Ideias Linguísticas, Sociolinguística, Linguística Computacional e Linguística Popular. Nos últimos anos tem trabalhado na área de Tecnologias da Informação e Comunicação e suas relações com o Ensino de Língua Portuguesa. De 2012 a 2017 foi Diretor Substituto do Câmpus de Coxim, responsável pela Unidade de Administração Setorial. Atualmente é membro do Grupo de Pesquisa Laboratório de Estudos Epistemológicos e Discursividades Multimodais (LEEDIM), membro da Comissão de Historiografia Linguística da ABRALIN e Coordenador do GT em Linguística Popular da ANPOLL. Professor sócio da Associação Brasileira de Linguística (ABRALIN) e da Associação de Linguística Aplicada do Brasil (ALAB). Professor credenciado ao Programa de Pós-Graduação em Letras do Câmpus de Três Lagoas (PPG Letras CPTL/UFMS) e Campo Grande (PPGL/UFMS). Atualmente é vice-presidente do Grupo de Estudos Linguísticos e Literários do Centro-Oeste (GELCO) - 2023/2024, Coordenador do Curso de Letras - Português/Espanhol EAD/UFMS - 2023/2024 e Bolsista Produtividade Fundect/CNPq 2024/2027. (Texto informado pelo autor)

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Pubblicato

2025-05-28

Come citare

Eudoro de Sousa a contrapelo: O pensamento autocrático na história doe Estudos Clássicos . (2025). Heródoto: Revista Do Grupo De Estudos E Pesquisas Sobre a Antiguidade Clássica E Suas Conexões Afro-asiáticas, 9(2), 110-133. https://doi.org/10.34024/herodoto.2024.v9.20581