A Antiguidade, o ensino de História e o currículo multiculturalista

Autores

  • Filipe Noé Silva Universidade Estadual de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.34024/herodoto.2021.v6.13789

Palavras-chave:

História Antiga, Currículo, Ensino de História, Multiculturalismo

Resumo

Este artigo discute o Ensino de História Antiga dentro da perspectiva do currículo multiculturalista. Por admitirem a pluralidade de identidades e culturas, o enfoque multicultural tem sido incorporado ao ambiente escolar por meio dos currículos. Ante às variadas formas de desigualdade e exclusão social vigentes na sociedade brasileira, a adesão a uma proposta curricular multiculturalista no Ensino de História representa o reconhecimento e a valorização da diversidade cultural, étnico-racial e de gênero. Interessa-nos ressaltar a compatibilidade entre as teorias multiculturalistas e o Ensino de História Antiga.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Filipe Noé Silva, Universidade Estadual de Campinas

Filipe Noé da Silva

Doutor em História Cultural pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Em sua tese de doutorado investigou as práticas de munificência cívica (evergetismo) fomentadas por libertas e libertos nas cidades romanas da Baetica. Durante o doutorado, foi pesquisador visitante no CEIPAC (Universitat de Barcelona) sob a supervisão do Prof. Dr. José Remesal Rodríguez. Possui mestrado em História Cultural, também pela UNICAMP, com estudos sobre sexualidade no Império Romano e teorias de gênero aplicadas à Antiguidade Clássica. É professor universitário, atuante nas Faculdades Integradas Maria Imaculada. Seus interesses principais são: Escravidão na Antiguidade; Teorias de Gênero & Estudos Clássicos; Epigrafia Latina; Literatura Latina; Arqueologia Clássica; Arqueologia Histórica; Estudo das populações subalternas; Recepção e usos modernos da Antiguidade; Teoria Social & Educação; Relações étnico-raciais, Patrimônio Histórico e Ensino de História. É professor colaborador do Departamento de História do IFCH/Unicamp, onde ministra aulas sobre História da Antiguidade e Arqueologia.

http://lattes.cnpq.br/3203566015698077

Referências

BARRET, A. A. Caligula. In: Vidas de Los Césares. Barcelona: Editorial Crítica, 2008. p.109-142.

BIRLEY, Anthony Robert Hadrian. The Restless Emperor. Londres/Nova Iorque: Routledge, 1997.

CANEN, Ana. Educação multicultural, identidade nacional e pluralidade cultura: tensões e implicações curriculares. Cadernos de Pesquisa. Nº.111, Dezembro/2000. p.135-149.

CARLAN, Claudio Umpierre. Moeda e Poder em Roma. Um mundo em transformação. Tese de Doutorado. IFCH/Unicamp. Campinas, 2007.

CARRADICE, I.A; BUTTREY, T.V. The Roman Imperial Coinage. Vol.02, part I. From AD 69 to AD 96: Vespasian to Domitian. Londres: Spink, 2007.

CHEVITARESE, André Leonardo. Cristianismo e Império Romano. In: SILVA, G.V; MENDES, N.M. Repensando o Império Romano: perspectiva socioeconômica, política e cultural. Vitória/Rio de Janeiro: EDUFES/Mauad, 2006. p.161-173.

CROSSAN, J.D; REED, J.L. Em busca de Jesus. Debaixo das pedras, atrás dos textos. São Paulo: Paulinas, 2017.

DENCH, Emma. Romulus’ Asylum. Roman identities from the Age of Alexander to the Age of Hadrian. Oxford: University Press, 2005.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: Editora da UNESP, 2000.

FUNARI, P.P.A. Cultura popular na Antiguidade Clássica. São Paulo: Editora Contexto, 1989.

FUNARI, P.P.A. A vida quotidiana na Roma Antiga. São Paulo: Editora Annablume, 2003.

FUNARI, P.P.A. A importância de uma abordagem crítica da História Antiga nos livros escolares. Revista História Hoje. São Paulo. 2004. p.01-06.

FUNARI, P.P.A. A cidadania entre os romanos. In: PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla Bassanezi (Organizadores). História da Cidadania. São Paulo: Editora Contexto, 2006. p.48-79.

FUNARI, P.P.A. A renovação da História Antiga. In: KARNAL, Leandro (Organizador). História na sala de aula. Conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Editora Contexto, 2010. p.95-107.

FUNARI, P.P.A. A História em sua integridade, o Centro do Pensamento Antigo e a Base Nacional Comum Curricular. Revista de Estudos Filosóficos e Históricos da Antiguidade. Nº29, Vol.01. Jan-Dez. 2015. p.07-12.

FUNARI, P.P.A; DUPRAT, P.P. Discurso, gênero literário e histórico: a propósito do imperador Cláudio e Tácito. Revista Entre Parênteses. Nº08, Vol.02. 2019. p.01-24.

FUNARI, P.P.A; GARRAFFONI, R.S. A aculturação como modelo interpretativo: o estudo de caso da Romanização. Heródoto. Unifesp/Guarulhos. Vol.03, Nº.02. 2018. p.246-255.

FUNARI, P.P.A; SILVA, F.N. Bar Kokhba: as evidências arqueológicas e seus desafios. Cadernos do Lepaarq. Vol. XV, Nº.29. 2018. p.57-70.

FUNARI, R.S; CARLAN, C.U; SILVA, F.N. Introdução: Reflexões sobre a África e o Mediterrâneo Antigo. In: A África e o Mediterrâneo Antigo. Aproximações Contemporâneas. Novas Edições Acadêmicas, 2020. p.03-06.

FUNARI, R.S. Onde está o Egito Antigo? Desafios do Ensino de História. In: FUNARI, R.S; CARLAN, C.U; SILVA, F.N. A África e o Mediterrâneo Antigo. Aproximações Contemporâneas. Novas Edições Acadêmicas, 2020. p.61-72.

GARRAFFONI, Renata Senna. História Antiga e as Camadas Populares: Repensando o Império Romano. Separata da Revista Cadmo. Nº. 18. Lisboa, 2008. p. 169-180.

GOODMAN, Martin. Trajan and the origins of Roman hostility to Jews. Past & Present. Nº. 182. Feb.2004, p.03-29.

GOSDEN, Chris. Archaeology and Colonialism. Cambridge: University Press, 2004.

GUARINELLO, Norberto Luiz. História Antiga. São Paulo: Editora Contexto, 2013.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: Editora DP&A, 2006.

LASSÈRE, Jean-Marie. Manuel d’Épigraphie Romaine. Paris: Picard, 2005.

NOY, David. The Jewish Inscriptions of Western Europe. Volume 2. The city of Rome. Cambridge: University Press, 1995.

SILVA, Tomaz Tadeu. Documentos de identidade: uma introdução às teorias de currículo. 2ª Edição. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2005.

SILVA, Uiran Gebara. Uma antiguidade fora de lugar?. Revista Mare Nostrum. Nº 08. 2017. P.01-12.

SILVA, F.N; FUNARI, P.P.A. Calígula – Loucura, tirania e poder, ou não? In: PORTO, V.C; SILVA, M.A.O. (Organizadores). Imperadores Romanos. De Augusto a Marco Aurélio. Teresina/São Paulo: LABHAN/UFPI; LARP/MAE/USP, 2019. p.58-80.

TACLA, Adriene Baron; LIMA, A.C.C. Um manifesto pela História e pelas Experiências das Culturas da Antiguidade. ANPUH Rio de Janeiro. Disponível em: https://anpuh.org.br/index.php/bncc-historia/item/3123-manifesto-do-gtha-sobre-a-bncc. Acesso em: 01/05/2021.

TEIXEIRA-BASTOS, Marcio. Atualizando os debates sobre os judeus da África do Norte. Topoi. Vol.20, Nº41. Rio de Janeiro. Maio/Agosto de 2019. p.341-367.

VEYNE, Paul. O inventário das diferenças. São Paulo: Editora Brasiliense, 1983.

Sestércio cunhado em Roma, no ano de 71 da Era Comum, sob o governo de Vespasiano, comemorando a vitória romana sobre a Judeia. Anverso: Busto de Vespasiano, laureado e voltado à direita. Inscrição: IMP(erator) CAES(ar) VESPASIAN(us) AUG(ustus) P(ontifex) M(aximus) TR(ibunicia) P(otestas) P(ater) P(atriae) CO(n)S(ul) III. Tradução: Imperador César Vespasiano Augusto, Pontífice Máximo, (revestido com o) poder tribunício, pai da pátria, três vezes cônsul. Reverso: Representação de uma mulher judia, à direita, em situação de luto. À esquerda, também abaixo de uma palmeira, um homem feito cativo, com as mãos atadas, figura ao lado de seus armamentos de guerra. Interessante notar que a figura masculina, admitida nesta representação como potencialmente belicosa, encontra-se acorrentada. O fato de a personagem feminina ser representada em liberdade, por sua vez, coloca em evidência a suposição de que uma mulher prescinde desse mesmo cuidado.

Publicado

2022-04-22

Como Citar

Silva, F. N. (2022). A Antiguidade, o ensino de História e o currículo multiculturalista . Heródoto: Revista Do Grupo De Estudos E Pesquisas Sobre a Antiguidade Clássica E Suas Conexões Afro-asiáticas, 6(1), 177–188. https://doi.org/10.34024/herodoto.2021.v6.13789

Edição

Seção

Dossiê / Dossier