v. 3 n. 4 (2016): Documentos e instrumentos de pesquisa

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Neste quarto número a Revista de fontes volta à sua missão de publicar documentos históricos que sejam relevantes para o desvendamento dos mais variados temas, épocas e períodos. As possibilidades de se contar histórias a partir dos mesmos são exploradas pelos textos introdutórios dos autores que, sem intenção de serem profundas análises do seu conteúdo, mais apontam caminhos e perspectivas de investigação, lançam luz à velhos e novos temas e revelam como a documentação pode sempre trazer surpresas e informações inusitadas. Este é caso do relato das exéquias de D. João V encontrado por Angelo Alves Carrara e Lucas Nascimento Moreira nos registros contábeis de um comerciante, documento que também serve de exemplo para as dificuldades de transcrição e de interpretação com as quais os pesquisadores podem se deparar.

Este número traz duas importantes contribuições à história da medicina e da saúde pública no Brasil, com a transcrição de uma rara lista das “enfermidades mais notáveis” da cidade de Mariana (1833), elaborada por Harley Francisco de Assis e Rogéria Cristina Alves, e com a tabulação do acervo de prontuários do Manicômio Judiciário do Estado de São Paulo do começo do século passado (1903-1930), elaborado pelo PET-História da Unifesp, em parceria com o Arquivo Público do Estado de São Paulo, sob a orientação de Jaime Rodrigues, Marcia Eckert Miranda e Denilson Botelho.

Ana Caroline Carvalho Miranda traz neste número a transcrição de um exemplo de testamento como modo de chamar a atenção para a importância desse tipo de fonte para a História social e cultural, no caso, de uma preta forra de Pitangui, com o testamento datado de 1777. Outra fonte importante para a história da população escrava e liberta é aquela das irmandades de Nossa Senhora do Rosário. Ana Gabriela da Silva Santos, Gabriela Moreira de Almeida, Vinicius Lourenço Barbosa e Vitor Paffile Schimpf propõem aqui a transcrição do livro de bens, joias, alfaias e demais pertences da irmandade do Rosário da paróquia de Guarulhos (1833-1892). Ainda no âmbito da história da escravidão e da “agência” escrava, Felipe Garcia de Oliveira transcreveu um caso de ação judicial (uma “ação de alma”) envolvendo um escravo e um preto forro na São Paulo do século XVIII.

Publicado: 2016-02-23