Brasil e Itália, nações diaspóricas 150 anos de caminhos cruzados
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Résumé
Este ensaio analisa a construção da memória da imigração italiana no Brasil e do posterior retorno de ítalo-brasileiros à pátria originária nos últimos 150 anos. Os deslocamentos entre os dois países são apresentados em três cenários históricos: a grande imigração do século XIX e a chegada ao Brasil durante o declínio do império e da escravidão; a ditadura militar brasileira (1964-1985), que levou ao exílio de brasileiros e ítalo-brasileiros em solo italiano; e a emigração brasileira para a Itália contemporânea, motivada principalmente pelo reconhecimento da cidadania italiana por descendência. O argumento é guiado por revisão bibliográfica e memórias familiares e pessoais do autor na pesquisa e militância com e sobre exilados e refugiados. A primeira parte do texto questiona o entendimento socioeconômico da imigração italiana a partir da inscrição política do exílio. A segunda expõe a recepção e integração dos italianos na sociedade brasileira na conjuntura do branqueamento racial, a despeito dos apagamentos linguísticos do Estado Novo (1937-1945). A terceira chama a atenção para as implicações culturais e políticas da presença de (ítalo)brasileiros reconhecidos como exilados na Itália dos anos 1970. A quarta aborda a tensão atual entre os princípios de jus sanguinis e jus solis, protagonizada por descendentes de italianos e italianos sem cidadania, além de movimentos sociais e partidos políticos. A quinta sugere um reavivamento étnico e o estabelecimento da memória da imigração italiana no Brasil contemporâneo. Por fim, questiona-se o reconhecimento dessa memória em detrimento daquelas não brancas e europeias.
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