Experiências limiares em L'Analphabète, de Agota Kristof

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Fabiana Fanganiello

Resumo

Na autobiografia L’Analphabète, Agota Kristof revisita alguns períodos na sua vida, marcados por uma experiência de escrita das mais surpreendentes: a autora, de origem húngara, abandonou o idioma materno para escrever em francês, língua da região onde se exiliou, na Suíça. À parte esta diáspora linguística, a autora retratou nesse curto texto as fases mais fundamentais de um percurso artístico marcado pelo princípio da negação: ela é a estrangeira, a exilada, a escritora tornada, de repente, analfabeta, buscando, através da aprendizagem da uma língua, com qual nunca travou contato, a recuperação da sua escrita e da sua própria identidade cindida. Esses períodos, analisados à luz do conceito de limiar, de Walter Benjamin, conforme o explicam Jeanne-Marie Gagnebin e João Barrento, e tendo como fio condutor a sua relação com a leitura e com a escrita, podem oferecer-nos uma leitura vigorosa da obra, no sentido de recuperar a importância dos ritos de passagem num contexto de guerra, exílio e exclusão social.


 

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Seção

Crítica da Contemporaneidade

Biografia do Autor

Fabiana Fanganiello, Unifesp

Mestre em Letras pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de São Paulo.

Como Citar

Experiências limiares em L’Analphabète, de Agota Kristof. EXILIUM Revista de Estudos da Contemporaneidade, [S. l.], v. 5, n. 8, p. 35–46, 2024. DOI: 10.34024/exilium.v5i8.16370. Disponível em: https://periodicos.unifesp.br/index.php/exilium/article/view/16370. Acesso em: 5 dez. 2025.