A teoria política do populismo

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Nadia Urbinati
Javier Amadeo
Guilherme Paula

Resumen

Populismo é o nome de um fenômeno global cuja precariedade de definição é proverbial. Ele resiste a generalizações e torna os estudiosos da política comparativistas por necessidade, já que sua linguagem e conteúdo estão imbuídos da cultura política da sociedade em que surge. Um rico corpo de análises sócio-históricas nos permite situar o populismo dentro do fenômeno global denominado democracia, já que seu núcleo ideológico é nutrido pelas duas entidades principais – a nação e o povo – que concretizaram a soberania popular na era de democratização. O populismo  consiste na transmutação dos princípios democráticos da maioria e do povo de uma forma que visa celebrar um subconjunto do povo em oposição a outro, por meio de um líder que o incorpora e uma audiência que o legitima. Isso pode fazer o populismo colidir com a democracia constitucional, mesmo que seus princípios fundamentais estejam inseridos no universo democrático de significados e linguagem. Neste artigo, ilustro o caráter contextual do populismo e como suas aparências cíclicas refletem as formas do governo representativo. Eu reviso as principais interpretações contemporâneas do conceito e argumento que existe certo acordo básico na atualidade sobre o caráter retórico do populismo e sua estratégia para alcançar o poder em sociedades democráticas. Por fim, esboço as principais características do populismo no poder e explico como ele tende a transformar os fundamentos da democracia: o povo e a maioria, as eleições e a representação.

Detalles del artículo

Sección

Crítica de la Contemporaneidad

Biografía del autor/a

Nadia Urbinati, Universidade de Columbia

Professora de Teoria Política da Universidade de Columbia (EUA) e membro do comitê executivo da Foundation Reset Dialogues on Civilization e da Feltrinelli Foundation (Milão).

Cómo citar

A teoria política do populismo. EXILIUM Revista de Estudios de la Contemporaneidad, [S. l.], v. 2, n. 3, p. 299–334, 2021. DOI: 10.34024/exilium.v2i1.12908. Disponível em: https://periodicos.unifesp.br/index.php/exilium/article/view/12908. Acesso em: 5 dec. 2025.