Reversões da liberdade em servidão Claude Lefort, leitor de La Boétie
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Resumo
Com Miguel Abensour, Claude Lefort faz parte dos raros teóricos da política que reconhecem a importância do Discurso da servidão voluntária como um clássico dotado de uma verdadeira potência de inteligibilidade e propõe uma leitura rigorosa da obra em 1977. Segue igualmente seus traços em Camille Desmoulins, Constant, Guizot, Michelet, Quinet... Orwell, mas se dedica sobretudo a submetê-la à prova da experiência histórica. Em primeiro lugar, para contribuir em tornar inteligível o fenômeno totalitário. Visto que o totalitarismo surgiu – segundo Lefort – de uma reversão da democracia, La Boétie é igualmente solicitado para pensar as instituições da própria democracia. A contemporaneidade do enigma explorado por La Boétie se deve ao risco da reversão da liberdade em servidão, que opera sobre o longo percurso da modernidade democrática e conduz especialmente à interrogação sobre os paradoxos dinâmicos das fugas para fora da liberdade, das quais se beneficiam os autoritarismos populistas contemporâneos.
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