Eletroestimulação e mobilização articular em crianças com paralisia cerebral e pés equinos

Autores

  • Marina Campos Zuardi Fisioterapeuta, Especializada em Fisioterapia Motora aplicada à Neurologia pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, São PauloSP, Brasil.
  • Valéria Alves do Amaral Fisioterapeuta, Coordenadora do Curso de Especialização em Fisioterapia Motora, Hospitalar e Ambulatorial, aplicada à Neurologia da UNIFESP, São Paulo-SP, Brasil.
  • Heloise Cazangi Borges Fisioterapeuta, Coordenadora do Curso de Especialização em Fisioterapia Motora, Hospitalar e Ambulatorial, aplicada à Neurologia da UNIFESP, São Paulo-SP, Brasil.
  • Therezinha Rosane Chamlian Fisiatra, Doutora em Medicina, Professora Afiliada, Chefe da Disciplina de Fisiatria do DOT da UNIFESP e Diretora técnica do Lar Escola São Francisco, São Paulo-SP, Brasil.
  • Vanessa Costa Monteiro Fisioterapeuta, Mestranda da UNIFESP, Preceptora do Curso de Especialização em Fisioterapia Motora, Hospitalar e Ambulatorial, aplicada à Neurologia da UNIFESP, São Paulo-SP, Brasil.
  • Gilmar Fernandes do Prado Neurologista, Doutor em Neurologia, Professor adjunto do Departamento de Medicina e Chefe do Setor de Neuro-Sono da Disciplina de Neurologia e da Disciplina de Medicina de Urgências e Medicina Baseada em Evidências da Unifesp, São Paulo-SP, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.4181/RNC.2010.18.328

Palavras-chave:

Paralisia Cerebral, Estimulação Elétrica Transcutânea do Nervo, Marcha

Resumo

Introdução. A paralisia cerebral (PC) gera alterações motoras e compensações que resultam em deformidades no paciente, entre elas, o pé equino. Um dos recursos terapêuticos amplamente utilizado em pacientes com PC é a eletroestimulação, cujos benefícios já são bastante conhecidos. Outra técnica, também muito utilizada na prática clínica e com efeitos ortopédicos comprovados, é a mobilização articular. Objetivo. Verificar os efeitos terapêuticos da associação entre a eletroestimulação em dorsiflexores e a mobilização articular de tornozelo em pacientes com paralisia cerebral diparética espástica com pés equinos. Método. Participaram do estudo três crianças com PC do tipo diparesia espástica, com idade entre 3 e 9 anos e que apresentavam deformidade redutível do pé em equino. Estas foram avaliadas quanto à função motora grossa, marcha, gasto energético, amplitude de movimento (ADM) e espasticidade. O protocolo de tratamento foi de 16 sessões, sendo duas vezes por semana, durante 30 minutos cada. Resultados. Todos os participantes apresentaram melhora na função motora grossa, na qualidade da marcha e na ADM ao término do tratamento. Conclusão. Associação dessas duas técnicas terapêuticas foi benéfica para promover a melhora da função motora grossa, da marcha e da ADM, para esta amostra restrita de pacientes.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

Koman LA, Smith BP, Shilt JS. Cerebral Palsy. Lancet. 2004;363:1619-31.

Pato TR, Pato TR, Souza DR, Leite HP. Epidemiologia da paralisia cerebral. Acta Fisiatr. 2002;9:71-6.

Gauzzi LDV, Fonseca LF. Classificação da paralisia cerebral. In: Lima CLA, Fonseca LF. Paralisia cerebral: neurologia, ortopedia, reabilitação. Rio de Janeiro. Editora Guanabara Koogan. 2004, p.37-44.

Shumway-Cook A, Woollacott MH. Controle postural anormal. In: Shumway-Cook A, Woollacott MH. Controle motor, teoria e aplicações práticas. Barueri. Editora Manole. 2003, p.233-54.

Rodda J, Graham HK. Classification of gait patterns in spastic hemiplegia and spastic diplegia: a basis for a management algorithm. Eur J Neurol. 2001;8(Suppl 5):98-108.

Bennett BC, Abel MF, Wolovick A, Franklin T, Allaire PE, Kerrigan DC. Center of mass movement and energy transfer during walking in children with cerebral palsy. Arch Phys Med Rehabil. 2005;86:2189-94.

Campbell J, Ball J. Energetics of walking in cerebral palsy. In: Campbell J, Ball J. Energetics: application to the study and management of locomotor disabilities. Orthop Clin North Am. 1978;9:374-7.

Rose J, Gamble JG, Lee J, Lee R, Haskell WL. The energy expenditure index: A method to quantitate and compare walking energy expenditure for children and adolescents. J Pediatric Orthop. 1991;11:571-8.

Brooks-Scott S. Princípios de mobilização para distúrbios neurológicos. In: Brooks-Scott S. Manual de mobilização para os cuidados de crianças com distúrbios neurológicos. São Paulo. Editora Manole. 2001, p.19-41.

Patel DR. Therapeutic interventions in cerebral palsy. Indian J Pediatr. 2005;72:979-83.

Kitchen S. Estimulação elétrica neuromuscular e muscular. In: Kitchen S, Bazin S. Eletroterapia de Clayton. 1a edição brasileira. São Paulo. Editora Manole. 1998, p.266-75.

Hazlewood ME, Brown JK, Rowe PJ, Salter PM. The use of therapeutic eletrical stimulation in the treatment of hemiplegic cerebral palsy. Dev Med Child Neurol. 1994;36:661-73.

Xu KS, He L, Li JL, Mai JN. Effects of transcutaneous eletrical nerve stimulation on motor function in ambulant children with spastic cerebral palsy: a randomized trial. Zhonghua Er Ke Za Zhi. 2007;45:564-7.

Park ES, Park CI, Lee HJ, Cho YS. The effect of electrical stimulation on the trunk control in young children with spastic diplegic cerebral palsy. J Korean Med Sci. 2001;16:347-50.

Rezende FB, Borges HC, Monteiro VC, Masiero D, Chamlian TR. Efetividade da estimulação elétrica funcional no membro superior de hemiparéticos crônicos. Rev Neurocienc 2009;17:72-8.

Green T, Refshauge K, Crosbie J, Adams R. A randomized controlled trial of a passive accessory joint mobilization on acute ankle inversion sprains. Phys Ther 2003;81:984-94.

Venturini C, Penedo MM, Peixoto GH, Chagas MH, Ferreira ML, de Rezende MA. Study of the force applied during anteroposterior articular mobilization of the talus and its effects on the dorsiflexion range of motion. J Manipulative Physiol Ther. 2007;30:593-7.

Palasiano R, Rosenbaum P, Walter S, Russel D, Wood E, Galuppi B. GMFCS - Gross Motor Function Classification System. Dev Med Child Neurol. 1997;39:214-23.

Russell D, Rosenbaum P, Growland C, Hardy S, Lane M, Plews N et al. Administration and scoring. In: Gross Motor Function Measure Manual. Toronto. 2ª. ed. 1993, 125 p.

Allegretti KMG, Kanashiro MS, Monteiro VC, Borges HG, Fontes SV. Os efeitos do treino de equilíbrio em crianças com paralisia cerebral diparética espástica. Rev Neurocienc. 2007;15:15-20.

Boyd RN, Graham KH. Objective measurement of clinical findings in the use of botulinum toxin type A for the management of children with cerebral palsy. Eur J Neurol. 1999;6:23-35.

Maathuis KG, van der Schans CP, van Iperen A, Rietman HS, Geertzen JH. Gait in children with cerebral palsy: observer reliability of Physician Rating Scale and Edinburgh Visual Gait Analysis Interval Testing scale. J Pediatr Orthop. 2005;25:268-72.

Clarkson BH. Absorbent paper method for recording foot placement during gait. Suggestion from the field. Phys Ther. 1983;63:345-6.

Goldie PA, Matyas TA, Evans OM. Deficit and Change in gait velocity during rehabilitation after stroke. Arch Phys Med Rehabil. 1996;77:1074-82.

Rose J, Ralston HJ, Gamble JG. Energética da marcha. In: Gamble JG, Rose J. Marcha humana. 2a edição. São Paulo. Premier. 1998; 47-76.

Ashworth B. Preliminary trial of carisoprodol in multiple sclerosis. Practitioner. 1964;192:540-2.

Kerr C, McDowell B, McDonough S. Electrical stimulation in cerebral palsy: a review of effects on strength and motor function. Dev Med Child Neurol. 2004;46:205-13.

Perry J. Função total do membro. In: Perry J. Análise de marcha: marcha normal. Barueri. Editora Manole. 2005, p.137-55.

Stephens TM, Lawson BR, DeVoe DE, Reiser RF. Gender and bilateral differences in single-leg countermovement jump performance with comparison to a double-leg jump. J Appl Biomech. 2007;23:190-202.

Abel MF, Damiano DL. Strategics for increasing walking speed in diplegic cerebral palsy. J Pediatr Orthop. 1996;16:753-8.

Jerônimo BP, Silveira JA, Borges MBS. Spatiotemporal gait variables of children with cerebral palsy undergoing electrostimulation in the anterior tibial muscle. Rev. Bras. Fisioter. 2007;11:261-6.

Downloads

Publicado

2010-09-30

Como Citar

Zuardi, M. C., do Amaral, V. A., Borges, H. C., Chamlian, T. R., Monteiro, V. C., & do Prado, G. F. (2010). Eletroestimulação e mobilização articular em crianças com paralisia cerebral e pés equinos. Revista Neurociências, 18(3), 328–334. https://doi.org/10.4181/RNC.2010.18.328

Edição

Seção

Relato de Caso
Recebido: 2019-02-19
Publicado: 2010-09-30

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)